Marcha Estadual "Contra a Crise: Reforma Agrária Já!"

Por que marchamos?

Marchamos por acreditar que é possível um Brasil livre e soberano!

Marchamos para apresentar ao povo paraibano as nossas necessidades que não são apenas nossas e chamá-lo à luta.

Marchamos porque acreditamos que é nos momentos de profunda crise que devemos ousar e colocar o nosso sacrifício como instrumento de luta para a defesa da nação e do povo.

Marchamos, ouvindo e debatendo com todas e todos que nos cercam e com toda a sociedade, para junto propormos formas de organização e alternativas para enfrentarmos as elites, que controlam este país e que agora querem que os trabalhadores e trabalhadoras paguem por ela.

Na esperança que o exemplo e a força que brota de lutadoras e lutadores do campo despertem e animem os demais trabalhadores e trabalhadoras e na certeza de que é possível unir o campo e a cidade, na construção de um projeto popular para o Brasil.

Quais são os nossos objetivos?

Neste mês de agosto a classe trabalhadora brasileira sairá às ruas para protestar e dialogar com a população sobre a crise econômica e suas conseqüências para os trabalhadores e as trabalhadoras do campo e da cidade. Nós do MST estaremos marchando e debatendo sobre nossa proposta de Reforma Agrária Popular, como projeto sustentável de desenvolvimento social para o país, e denunciando o total abandono da Reforma Agrária por parte do Governo Lula. O momento exige que saiamos dos acampamentos e assentamentos e caminhemos até as cidades.

- Assim nossos objetivos nessa Marcha são:

1. Contribuir para que o povo debata, conscientize- se, organize- se e mobilize-se para enfrentar a crise, lutando para preservar seus direitos e promovendo debates sobre a crise em todos os municípios onde a marcha passar;

2. Debater com a sociedade civil, universidades e associações de bairros a gravidade da crise e alternativas;

3. Estimular todos os tipos de lutas sociais;

4. Recolocar a reforma agrária como saída para a crise, como uma das medidas para superar a crise por ser uma medida barata, que gera empregos fixos, produz alimentos, recupera e preserva o meio ambiente;

5. Mobilizar a organização de comitês populares, nos bairros e municípios para enfrentar a crise;

6. Comemorar os 20 anos do surgimento do MST na Paraíba;

7. Denunciar a situação dos Atingidos por Barragens de Acauã.

Por onde marcharemos?

-12,13 e 14/ago - Campina Grande: Preparação dos marchantes, plantio de arvores na UEPB, saída da marcha;

-15/ago - Lagoa Seca: Assembleia Popular;

-16/ago - Lagoa de Roça;

-17/ago - Esperança: Assembleia Popular;

-18/ago - ASPTA;

-18/ago - Remígio: Assembleia Popular;

-19/ago - Remígio: Comemoração – 20 anos do MST na Paraíba;

-20/ago - Areia: Assembleia Popular;

-21/ago - Alagoa Grande: Assembleia Popular;

-22/ago - Canafístola;

-23/ago - Alagoinha: Assembleia Popular;

-24/ago – Cuitegi;

-25/26/ago - Guarabira: Assembleia Popular;

-27/ago - Mari :Assembleia Popular;

-28/ago - Sapé;

-29/ago - Cruz do Espírito Santo: Assembleia Popular;

-30 / 31/ago - Santa Rita: Assembleia Popular;

-01/set - João Pessoa: Chegada;

-03/set - João Pessoa: 15º Grito das Excluídas e dos Excluídos.

Do sangue de Margarida nascem margaridas!

Noite de Reflexão em Memória de Margarida Maria Alves

"Não faz muito tempo, seu moço
Nas terras da Paraíba
Viveu uma mulher de fibra
Margarida se chamou
E um patrão com uma bala
Tentou calar sua fala
E o sonho dela espalhou

Já faz muito tempo, seu moço
Que enriba deste chão
E em toda nossa Nação
O pobre é pra lá e pra cá
Lavrador faz mas não come
E a miséria é sobrenome
Do povo deste lugar

E quando na carne da gente mordia a opressão
Margarida erguia a mão
E seu grito era o nosso clamor

Daqui a algum tempo, seu moço
Se a gente não se cuidar
Se o pobre não se ajuntar
Tubarão engole a alegria
Pois o jeito é treinar o braço
Pra desatar esse laço
Que amarra o fulô do dia

E quando na roça da gente brilhar as espigas
Vai ter festa e nas cantigas
Margarida vai vier

E quando na praça e na rua florir Margaridas
Vai ser bonito de ver
Vai ser bonito de ver
Vai ser bonito de viver!

(Canção pra Margarida - Zé Vicente).
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Noite de Reflexão em Memória de Margarida Maria Alves
"O Testemunho Martirial de Margarida Maria Alves na perspectiva da Fé e da Justiça Social"
12 de Agosto de 2009 - Das 19:00 as 21:30

Igreja São Vicente de Paulo
Rua Odon Bezerra, s/n (ao lado da padaria Flor das Neves)
João Pessoa - Paraíba

Marcha estadual mobilizará 2.500 Sem Terra em Pernambuco

Cerca de 2.500 trabalhadores e trabalhadoras rurais Sem Terra de vários acampamentos e assentamentos de todo o Estado de Pernambuco estão se preparando para deixar suas casas e lavouras por uma semana e sair em marcha do município de Pombos, no Agreste Pernambucano, até a capital Recife.

A marcha em Pernambuco acontece ao mesmo tempo em que mais de três mil trabalhadores e trabalhadoras do MST e movimentos da Via Campesina estarão mobilizados em um grande acampamento nacional em Brasília, dos dias 10 a 21/8. O acampamento em Brasilia, a marcha em Pernambuco, assim como outras mobilizações que estarão acontecendo em todos os estados do país faz parte da Jornada Nacional de Luta em defesa da Reforma Agrária e contra a Crise. As mobilizações unirão luta, estudo e diálogo com a sociedade, no sentido de reafirmar a necessidade – e legitimidade - da efetivação de um programa de Reforma Agrária massivo e popular para o país e denunciar as conseqüência da crise para a classe trabalhadora rural e urbana.

Os Sem Terra sairão de Pombos no dia 10/8 e entrarão no Recife no dia 12/8. A mobilização culminará com a participação de todos os marchantes no ato da Jornada Nacional de Lutas contra a crise, que unirá trabalhadores do campo e da cidade para exigir a manutenção do emprego e melhores salários, a ampliação dos direitos, a redução das taxas de juros e investimentos em políticas sociais, no dia 14/8

Mobilização Nacional
Os Governos Federal e Estadual abandonaram a pauta da Reforma Agrária para priorizar o modelo agrícola da monocultura agroexportadora, que se baseia na grande propriedade, no uso de elevadas quantidades de
agrotóxicos, gerando poucos empregos e produzindo fome, miséria, exclusão social e degradação ambiental.

Isso é demonstrado em números: para a safra 2008/2009, o Tesouro Nacional antecipou cinco bilhões de reais em créditos para que o Banco do Brasil ajudasse os grandes produtores. De junho a dezembro do ano passado, o banco estatal emprestou R$ 18,3 bilhões ao setor. Empréstimo milionário que pode ser entendido como doação, já que o agronegócio é um dos setores que mais deve ao Estado. Um projeto de lei da bancada ruralista, que prevê a sétima renegociação geral de dívidas rurais no país, está pronto para ser votado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Sem alarde, o parecer do relator, o deputado ruralista Dilceu Sperafico (PP-PR), é favorável ao alongamento de R$ 36 bilhões em dívidas de crédito rural até 2026 e autoriza o Tesouro Nacional a emitir até sete bilhões de reais em títulos para bancar os custos dessa rolagem.

Por outro lado, de acordo com levantamento do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), no ano passado foram executados apenas 44,24 (R$ 732,2 milhões) do orçamento de R$ 1,65 bilhão destinado ao
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para garantir ações que favorecem o acesso e a fixação dos camponeses a terra.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra defende uma Reforma Agrária que seja parte de um projeto de desenvolvimento para o país, que priorize a soberania alimentar do nosso povo e a dignidade do
homem do campo e da cidade. Só essa Reforma Agrária verdadeira, massiva e popular pode resolver o problema da distribuição de riqueza e renda, da fome, da educação, da violência e de todas as desigualdades sociais existentes em nosso país.

Nesse sentido o acampamento nacional em Brasília pretende jogar luz sobre três temas centrais para a efetivação de um programa de Reforma Agrária massivo e popular para o país: o assentamento das mais de 100 mil famílias acampadas pelo país e das mais de 40 mil assentadas apenas “no papel”, porque esperam por investimentos em habitação, infra-estrutura e produção; a atualização dos índices de produtividade, intocados desde 1975; e o descontingenciamento, por parte do Ministério do Planejamento, de R$ 800 milhões do orçamento do Incra para este ano, e sua destinação para obtenção de terras e aplicação no passivo dos assentamentos, além da ampliação dos recursos destinados à Reforma Agrária.

Principais reivindicações da maracha em Pernambuco
Alem das reivindicações nacionais, a marcha de Pernambuco objetiva pautar algumas questões locais indispensáveis para a realização da Reforma Agrária no Estado:

- o assentamento das mais de 20 mil famílias Sem Terra acampadas; - que todas as áreas de empresas e latifúndio que são devedores do estado; de conflito iminente; e próximas a centros urbanos, que não
cumprem suas funções sociais sejam decretadas de interesse social e desapropriadas para fins de Reforma Agrária;

- investimentos para a produção e comercialização dos produtos dos assentamentos e acampamentos da Reforma Agrária;

- investimento em infra-estrutura, educação e saúde para as áreas de Reforma Agrária. Os acampamentos e assentamentos devem ser reconhecidos como espaços sociais territórios onde vivem pessoas com direitos sociais e políticos adquiridos, e portanto devem ter esses direitos garantidos.


Programação:
*09/08
Chegada e concentração em Pombos
19h - ato público de inicio da marcha, com participações de convidados (Local a confirmar)

*10/08
08h - saída da marcha - caminhada até Vitória de Santo Antão.
Almoço no Parque de Exposição de Vitória. À tarde e à noite atividades de estudo com os marchantes e exposição de fotos, apresentação de vídeos no centro da cidade.

*11/08
Manhã: caminhada de Vitória até Bonança. Atividades com ato na chegada a Bonança.
Tarde: caminhada de Bonança a Moreno. Ato ao passar no local do assassinato dos companheiros Josias e Samuel.
Noite (Moreno): Ato Público, exposições de fotos e vídeos no centro da cidade.

*12/08
Manhã: caminhada de Moreno pela BR 232 até de Atacadão dos Presentes (TIP).

*13/8
Atos e atividades de luta, formação política e agitação e propaganda no Recife

*14/08
Jornada Unificada de Luta – concentração na CELPE às 09:00 e caminhada até o Palácio do Governo.


Fonte: www.mst.org.br

MST lança Acampamento por Reforma Agrária em Brasília

Brasília recebe mais de 3 mil trabalhadores e trabalhadoras rurais de 23 estados e do Distrito Federal do MST e outros movimentos da Via Campesina em um grande Acampamento por Reforma Agrária, a partir desta segunda-feira (10/08), em frente ao estádio Mané Garrincha. Às 10h, será realizada coletiva de imprensa na tenda em frente ao portão 8/9, para apresentar os objetivos e a programação do Acampamento.

A mobilização integra a Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária e pretende jogar luz sobre três temas centrais para a efetivação de um programa de Reforma Agrária massivo e popular para o Brasil. O primeiro deles é o assentamento das 90 mil famílias acampadas pelo país e das mais de 45 mil assentadas apenas “no papel”, porque esperam por investimentos em habitação, infra-estrutura e produção.

Parte significativa das famílias acampadas do MST está à beira de estradas desde 2003. Das 353 mil famílias que ocuparam terras ou acamparam entre 2003 e 2006, 85% viviam na região Centro-Sul e Nordeste. Nessas regiões, foram assentadas 30% das famílias contabilizadas. Por outro lado, 70% dos assentamentos do governo estão concentrados na Amazônia. Menos de 15% de famílias acamparam e ocuparam terras na região Amazônica, somando 53 mil famílias. No entanto, 240 mil famílias tiveram a posse regularizada na região.

Os acampados exigem também a atualização imediata dos índices de produtividade, que são usados como referência para classificar como improdutivo um imóvel rural, que deve ser destinando à Reforma Agrária. A lei agrária de 1993 determina que esses números sejam atualizados a cada cinco anos, mas a tabela está intocada desde 1975. Depois da marcha do MST de 2005, o presidente Lula prometeu fazer a atualização dos índices, que depende apenas da assinatura de portaria pelos ministros do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura. “É uma grande contradição que o agronegócio, que se gaba de sua produtividade, não queira a atualização dos índices”, afirma José Batista de Oliveira, integrante da coordenação nacional do MST.

Outra reivindicação do Acampamento é o descontingenciamento, por parte do Ministério do Planejamento, de R$ 800 milhões do orçamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para este ano e aplicação na desapropriação e obtenção de terras, além de investimentos no passivo dos assentamentos. O MST exige também a ampliação dos recursos previstos destinados à Reforma Agrária.

“Estamos perdendo mais uma oportunidade histórica de fazer a Reforma Agrária em nosso país, e é uma obrigação nossa recolocar esse debate na sociedade. É preciso garantir as conquistas econômicas e dialogar com toda a população sobre a importância do tema, principalmente no contexto de crise econômica mundial - que torna ainda mais urgente a realização da Reforma Agrária para a garantia de soberania alimentar e geração de empregos”, ressalta Oliveira.

Durante os dias de Acampamento, estão previstos estudos sobre a conjuntura agrária e debates sobre temas importantes para a construção de projeto popular de desenvolvimento do país, como clima e meio ambiente, energia e petróleo, previdência, juventude, comunicação, gênero e raça - além de marchas, protestos e atividades culturais.

Jornada nos estados
Na próxima semana, o MST promove marchas e mobilizações nas capitais para reivindicar Reforma Agrária. Em São Paulo, teve início nesta quarta-feira (05/08) a Marcha Estadual de Campinas a São Paulo, com 1,2 mil trabalhadores rurais.

Na quarta-feira (04/08), mais de 500 trabalhadores do MST do Pará iniciaram uma Marcha Estadual em Defesa da Reforma Agrária e Contra a Crise. A marcha conta com camponeses e camponesas vindos de todos os acampamentos e assentamentos do MST no estado, que farão um percurso de aproximadamente 200 km, do município de Irituia até a capital Belém, caminhando pela rodovia Belém – Brasília.


Fonte: www.mst.org.br

Plataforma de temas para enfrentar a crise e debater com a sociedade

1. Garantia de emprego para todos. Impedir qualquer demissão. Intervenção nas empresas que despedirem e falirem. O governo deve apresentar um plano emergente de pleno emprego para todos os trabalhadores.

2. Redução da jornada de trabalho, sem redução do salário. Valorização do salário mínimo.

3. Nenhum direito social a menos. Garantia de todos os direitos conquistados na Constituição.

4. Zerar o superávit primário. Poucos países ainda praticam essa política orientada pelo FMI. Devemos usar esses 200 bilhões de reais do superávit primário, que é dinheiro público originário de impostos, para os programas sociais prioritários que resolvam os problemas da população brasileira de emprego, educação e moradia.

5. Defesa de um programa massivo de Reforma Agrária, para resolver os problemas dos acampamentos, estancar o êxodo rural e o desemprego no campo. Assim como medidas de apoio à agricultura familiar e camponesa para ampliação da produção de alimentos sadios.

6. Reduzir as Taxa de juros aos padrões internacionais. Os países ricos estão praticando taxas de juros negativas ou no máximo até dois por cento ao ano. Essa deveria ser a taxa também no Brasil, praticada pelo Banco Central (taxa SELIC), para os consumidores, indústria e comércio, que hoje estão pagando em media em 48% ao ano e são as mais altas taxas de juros do mundo.

7. Estatização do sistema financeiro (como já defenderam os próprios presidentes Sarkozy, Lula, e os principais economistas do mundo).

8. Implementar um programa em defesa do meio ambiente e da vida das pessoas, nos mais diferentes aspectos da sociedade. Manutenção do atual código florestal, que os ruralistas querem mudar para depredar ainda mais a natureza. Controlar a qualidade dos alimentos impedindo uso de agrotóxicos pelo agronegócio e empresas transnacionais. Aplicar a lei que determina a identificação de alimentos com transgênicos. Controle do gás carbônico nas cidades.

9. Recuperação da soberania brasileira e popular sobre empresas estratégicas, de energia, minérios, etc. como a Petrobras, Embraer e Vale.

10. Romper com os organismos internacionais que são os aplicadores das políticas neoliberais que nos levaram à crise, como FMI, banco Mundial e OMC. E se articular com outros governos para construir uma nova moeda internacional que regule os intercâmbios financeiros e comerciais entre os países, evitando o uso do dólar, que é o principal mecanismo dos Estados Unidos de espoliação do mundo. Apoiar os países da Alba (Aliança Bolivariana para as Américas) que estão construindo a nova moeda do Sucre. E apoio aos acordos bilaterais do Brasil com a China e Argentina para uso de nossas moedas nacionais no intercâmbio comercial.


Fonte: www.mst.org.br

Jornada Nacional Unificada de Lutas Contra a Crise

Não às demissões!
Pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários!
Em defesa dos direitos sociais!

O Brasil vai às ruas no dia 14 de agosto. Os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade unidos contra a crise e as demissões, por emprego e melhores salários, pela manutenção dos direitos e pela sua ampliação, pela redução das taxas de juros, na luta pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários, pela reforma agrária e urbana e em defesa dos investimentos em políticas sociais.

A crise da especulação e dos monopólios estourou no centro do sistema capitalista mundial, os Estados Unidos da América, e atinge todas as economias.

Lá fora - e também no Brasil -, trilhões de dólares estão sendo torrados para cobrir o rombo nas multinacionais, em um poço sem fim. Mesmo assim, o desemprego se alastra, podendo atingir mais de 50 milhões de trabalhadores.

No Brasil, a ação nefasta e oportunista das multinacionais do setor automotivo e de empresas como a Vale do Rio Doce, CSN e Embraer, levou à demissão centenas de milhares de trabalhadores e trabalhadoras.

O Governo Federal, que injetou bilhões de reais na economia para salvar os bancos, as montadoras e as empresas de eletrodomésticos (linha branca), tem a obrigação de exigir a garantia de emprego para a classe trabalhadora como contrapartida à ajuda concedida.

O povo não é o culpado pela crise. Ela é resultado de um sistema que entra em crise periodicamente e transforma o planeta em uma imensa ciranda financeira, com regras ditadas pelo mercado. Diante do fracasso desta lógica excludente, querem que a Classe Trabalhadora pague pela crise.

A precarização, o arrocho salarial e o desemprego prejudicam os mais pobres. Nas favelas e periferias. É preciso cortar drasticamente os juros, reduzir a jornada de trabalho sem reduzir salários, acelerar a reforma agrária e urbana, ampliar as políticas em habitação, saneamento, educação e saúde, e medidas concretas dos governos para impedir as demissões, garantir o emprego e a renda dos trabalhadores.

Com este espírito de unidade e luta, vamos realizar, em todo o país, grandes mobilizações.

NÃO ÀS DEMISSÕES!
PELA RATIFICAÇÃO DAS CONVENÇÕES 151 E 158 DA OIT!*
REDUÇÃO DOS JUROS!
FIM DO SUPERÁVIT PRIMÁRIO!
REDUÇÃO DA JORNADA SEM REDUÇÃO DE SALÁRIOS E DIREITOS!
REFORMA AGRÁRIA E URBANA, JÁ!
FIM DO FATOR PREVIDENCIÁRIO!
EM DEFESA DA PETROBRÁS E DAS RIQUEZAS DO PRÉ-SAL!
POR SAÚDE, EDUCAÇÃO E MORADIA!
POR UMA LEGISLAÇÃO QUE PROÍBA AS DEMISSÕES EM MASSA!
PELA CONTINUIDADE DA VALORIZAÇÃO DO SALÁRIO-MÍNIMO!
PELA SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL AOS POVOS!***


Organizadores:
CGTB, CTB, CUT, FORÇA SINDICAL, NCST, UGT, INTERSINDICAL, ASSEMBLEIA POPULAR, CEBRAPAZ, CMB, CMP, CMS, CONAM, FDIM, MARCHA MUNDIAL DAS MULHERES, MST, MTL, MTST, MTD, OCLAE, UBES, UBM, UNE, UNEGRO/CONEN, VIA CAMPESINA, CNTE, CIRCULO PALMARINO.


Fonte: www.mst.org.br

Fotos da Plenária Municipal da Assembleia Popular - Santa Rita/PB

Fotos: Danielson Soares e Elson Matias.

Plenária Municipal da Assembleia Popular - Santa Rita/PB

Companheiras/os,

Sabemos que todos/as vocês estão a passos na luta em defesa da Vida em primeiro lugar, a partir da organização do povo, no trabalho de base, na conscientização e na luta cotidiana, tendo como marco, a cada ano, o Grito dos/as excluídos/as. Porém, sabemos que o momentos exige muito estudo e reflexão sobre a Crise Internacional, e de como dar continuidade neste mesmo processo de organização do povo.

É por isso que, com grande alegria e satisfação, propomos realizarmos juntos/as uma Plenária Popular Municipal, onde traçaremos alguns pontos em relação aos assuntos acima citados, para isso, contamos com a participação de vocês neste momento de grande importância, a ser realizado no domingo, 02 de agosto de 2009, das 07:30h as 14:30h, na Esc. Est. De Ensino. Fund. e Médio Maria Honorina Santiago (Rua: Profº: Severo Rodrigues no Alto das Populares).

Portanto, pedimos que vocês enviem dois representantes, mas se desejarem mais, fiquem à vontade. Entrem em contato conosco para confirmar ou não a participação, e de quantas pessoas.

Desejamos à todos e todas vocês, lutadores e lutadoras do Povo, das entidades, Igrejas, Movimentos Sociais, ONG’s, Sindicatos e grupos nossos mais sinceros votos de esperança, justiça e paz.

Aguardamos ansiosos/as a participação de vocês.

Um forte abraço.


Equipe de Articulação da Assembleia Popular

Integrante do MAB é assassinado em Aroeiras (PB)

A luta pela terra fez mais uma vítima nesta semana. Odilon Bernardo da Silva Filho foi morto com tiros de espingarda na noite da última quarta-feira (29), em Aroeiras, município do interior da Paraíba. O trabalhador rural fazia parte do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e lutava junto com mais 470 famílias pelo reassentamento. As famílias perderam as terras há seis anos, quando foi construída a barragem de Acauã.

O irmão de Odilon, Osvaldo da Silva, diz que o Estado brasileiro está sendo omisso com as injustiças ocorridas no campo.

“Faz sete anos que o Estado não devolveu o que a gente tinha antes, e agora a Paraíba vive isso: ameaças de morte. Disseram que se o acampamento continuar vão dizimar as lideranças do MAB na Paraíba.”

Antigamente, a região de Aroeiras era habitada por mais de 800 famílias que viviam da agricultura. A instalação da barragem deslocou as famílias rurais para as cidades.

Osvaldo conta que a indenização oferecida foi incapaz de manter as famílias no campo.

“A indenização que foi feita foi vergonhosa. Teve quem recebesse R$ 500, outras receberam R$ 1 mil. Para mim, deveria ter sido feito o reassentamento do povo, mas fizeram uma favela rural.”

O clima de tensão continua na Paraíba. As lideranças do MAB sofrem constantes ameaças de morte. Ainda não se tem informações sobre quem teria cometido o crime.


Fonte: www.mabnacional.org.br

Mais um episódio de violência no campo

Na semana passada, a luta pela terra teve mais um episódio de violência. Odilon Bernardo da Silva, integrante do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) foi assassinado com tiros de espingarda, em frente a sua casa, no município de Aroeiras (PB). Ainda não se tem informações sobre quem teria cometido o crime.

As lideranças do MAB sofrem constantes ameaças de morte na região. Recentemente, os atingidos estiveram acampados em uma fazenda, reivindicando a revisão das indenizações pagas e condições que lhes garantam o modo de vida que possuíam antes da barragem. Após dois meses, eles sofreram ordem de despejo, mas montaram um novo acampamento em seguida, e então começaram a receber ameaças de morte.

Outra região cujos militantes vêm sofrendo ameaças de morte é a de Tucuruí. Em nota, o MAB alertou a sociedade para o fato. “Essas ameaças têm vindo de setores ligados aos grandes interesses econômicos da região, principalmente os da grilagem de terras, do agronegócio, da indústria do carvão e da indústria madeireira, que em sua maioria, desenvolvem atividades ilegais, causando a destruição da Amazônia”, relatou o movimento.

Segundo dados da Comissão Pastoral da Terra de Tucuruí, nos três últimos anos (2006-2009) 14 lideranças rurais foram assassinadas nessa região em decorrência da luta pela terra e denúncia de extração ilegal de madeiras. O último caso foi o assassinato do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tucuruí, Raimundo Nonato, em abril desse ano. Até agora nada foi feito para prender os mandantes desse crime.

As ameaças de morte que as lideranças estão sofrendo foram registradas recentemente na delegacia de polícia de Tucuruí. As lideranças ameaçadas são: Roquevan Alves Silva e Dilma Ferreira da Silva, e de forma indireta, outras lideranças também tem sofrido constantes ameaças. Enquanto isso, a justiça tem fechado os olhos para essa realidade, ocasionando um clima muito tenso na região.

Segundo lideranças do MAB, é preciso que os órgãos competentes façam uma investigação séria sobre esses crimes e que se tome uma postura para combatê-los. “Caso contrário, estaremos sendo mais uma vez coniventes com essa triste realidade de violência no campo”, afirmaram.

Apoio e solidariedade
Entidades parceiras e movimentos sociais estão mandando mensagens de solidariedade. Há também entidades de direitos humanos intervindo para levantar os suspeitos e impedir que novos casos aconteçam. Além disso, na última terça-feira, o deputado Luiz Couto (PT-PB) denunciou em Plenário o assassinato de Odilon Bernardo da Silva Filho. "Exigimos a imediata apuração e punição dos responsáveis pelo assassinato do Odilon; exigimos o fim das ameaças e da violência em Itatuba e punição aos agressores; exigimos o reassentamento imediato das famílias atingidas; e exigimos revisão das indenizações", disse o deputado.


Fonte: www.mabnacional.org.br

Carta Final do encontro das CEBs reconhece a luta dos atingidos por barragens

Com o tema “CEBs: Ecologia e Missão” e com o lema “Do Ventre da Terra, o Grito que vem da Amazônia” o XII Intereclesial das CEBs não poderia deixar de pautar a questão dos impactos ambientais e sociais das hidrelétricas do Complexo Madeira. Impactos esses visíveis aos participantes do encontro que se realizou nas margens do Rio Madeira, em Rondônia, entre os dias 21 e 25 de julho.

Numa postura crítica, a carta final do Encontro afirmou que: “Somamos nosso grito ao das populações locais, para que a Amazônia não seja tratada como colônia, de onde se retiram suas riquezas e amazonidades, em favor de interesses alheios (...)”. Segundo Océlio Muniz, da coordenação do MAB em Rondônia, as hidrelétricas do Rio Madeira são um exemplo de saqueio dos bens naturais da Amazônia. “As empresas exploram nossos rios, nossa água e nossa energia e as transformam em mercadoria para benefício de alguns”, afirmou.

Ainda segundo a carta, no dia 22, os participantes realizaram a Caminhada dos Mártires, em direção ao local onde o rio Madeira foi desviado. Celebrou-se Ato Penitencial por todas as agressões contra a natureza e a vida humana, defronte às pedreiras que acolhiam as águas das cachoeiras de Santo Antônio, agora totalmente secas.

Océlio Muniz avaliou o encontro como positivo e produtivo. “Os participantes puderam conhecer melhor a realidade dos atingidos por barragens de Rondônia e também aprender com a experiência do processo de organização das comunidades em função da construção da barragem de Samuel, e agora, as do Complexo Madeira”.

Por fim, a carta final sugere um comprometimento das comunidades eclesiais de Base com os movimentos sociais, entre eles os de atingidos por barragens: "Comprometemo-nos a fortalecer as lutas dos movimentos sociais populares: (...) as dos atingidos pelas barragens, pelo direito à terra equivalente, restituição de seus meios de sobrevivência perdidos e indenização por suas benfeitorias (...)".


Fonte: www.mabnacional.org.br
Foto: Nelly Souza

Carta Aberta dos Jovens e das Jovens das Pastorais das Juventudes do Brasil presentes no 12º Intereclesial das CEBs

É com muita luta, disposição e esperança por um Brasil e um mundo mais humano e ecológico que as Juventudes vêm expressar-se nesse grande encontro.

As vozes jovens da PJB expressam e levantam a marcha contra a violência e extermínio de jovens. As experiências missionárias que tivemos aqui no 12º nos mostrou que o quadro penal de Rondônia hoje é composto por uma grande massa de jovens. Ressalta-se, contudo, que esta é uma realidade de todo Brasil.

Por que nossos jovens estão lá? Qual o contexto social que os leva a isso? O governo vem fazendo algo para resolver essa situação? Qual o nosso papel diante dessa triste realidade? Reduzir a maioridade penal solucionaria o problema? Afirmamos que não!

Diante do assassinato do Pe. Gisley Azevedo, assessor, amigo, companheiro e defensor da vida, em especial, da juventude, reafirmamos nossa bandeira de luta assumida na 15ª Assembléia Nacional das Pastorais das Juventudes do Brasil contra a violência e o extermínio dos jovens, pois acreditamos que a paz é fruto da justiça, como assumidos na CF 2009.

O grito que vem da Amazônia ecoa na mente e no coração da juventude, pois esta entende que a degradação do meio-ambiente reflete diretamente na vida dos povos. A manutenção do modelo econômico vigente não leva em conta a coletividade, a solidariedade e a paz e sim o individualismo, o consumismo exacerbado. Por isso deve ser fortemente combatido, uma vez que este modelo gera a devastação, o desmatamento, as monoculturas, o agronegócio, as grandes mineradoras, as barragens e o desequilíbrio do ecossistema, acelerando o aquecimento global.

A partir dessas reflexões, as Pastorais Juvenis seguindo a Palavra de Deus nos trilhos da Igreja Latino-americana desejam mais uma vez estar em comunhão com as Juventudes quilombolas, ribeirinhas, ameríndias como também com todas as CEBs da America Latina e do Caribe. Neste sentido, propomos que, no próximo encontro Intereclesial, reflitamos os clamores das juventudes com o tema “CEBs em defesa da vida da Juventude”!

“VAMOS JUNTOS GRITAR, GIRAR O MUNDO. CHEGA DE VIOLÊNCIA E EXTERMÍNIO DE JOVENS!”


Amém, axé, awere, aleluia!

Porto Velho-RO, 24 de julho de 2009.

Pastorais das Juventudes do Brasil.

Compromissos assumidos pelos/as participantes do 12º Intereclesial das CEBs

Comprometemo-nos a fortalecer as lutas dos movimentos sociais populares: as dos povos indígenas, pela demarcação e homologação de suas terras e respeito por suas culturas; as dos afro-descendentes, pelo reconhecimento e demarcação das terras quilombolas; as das mulheres, por sua dignidade e igualdade e avanço em suas articulações locais, nacionais e internacionais; as dos ribeirinhos pela legalização de suas posses; as dos atingidos pelas barragens, pelo direito à terra equivalente, restituição de seus meios de sobrevivência perdidos e indenização por suas benfeitorias; as dos sem terra, apoiando-os em suas ocupações e em sua e nossa luta pela reforma agrária, contra o latifúndio e os grileiros; as dos Movimentos Ecológicos, contra a devastação da natureza, pela defesa das águas e dos animais.

Queremos defender e apoiar o movimento FLORESTANIA, no respeito à agrobiodiversidade e aos valores culturais, sociais e ambientais da Amazônia.

Assumimos também o compromisso de respaldar modelos econômicos alternativos na agricultura, na produção de energias limpas e ambientalmente amigáveis; de participar na luta sindical, reforçando a ação dos sindicatos do campo e da cidade, com suas associações e cooperativas e sua luta contra o desemprego, com especial atenção à juventude.

Convocamos a todos nós para o trabalho político de base, para a militância em movimentos sociais e partidos ligados às lutas populares; para participar nas lutas por políticas públicas ligadas à educação, saúde, moradia, transporte, saneamento básico, emprego, reforma agrária e para tomar parte nos conselhos de cidadania, nas pastorais sociais, no movimento pela não redução da maioridade penal, no Grito dos Excluídos, nas iniciativas do 1º. de Maio e das Semanas Sociais.

Comprometemo-nos ainda a fortalecer e multiplicar nossas Comunidades Eclesiais de Base, criando comunidades eclesiais e ecológicas de base nos bairros das cidades e na zona rural, promovendo a educação ambiental em todos os espaços de sua atuação; fortalecendo a formação bíblica; incentivando uma Igreja toda ela ministerial, com ministérios diversificados confiados a leigas e leigos; assumindo seu protagonismo, como sujeitos privilegiados da missão; fortalecendo o diálogo ecumênico e inter-religioso e superando a intolerância religiosa e os preconceitos.


Fonte: www.cebs12.org.br
Foto: Marinalva Lima

10 mil no encerramento do encontro das CEBs

Porto Velho parou neste sábado, 25, para assistir à caminhada de 3 km que marcou o encerramento do 12º Encontro Intereclesial das Comunidades de Base. Uma multidão de 10 mil pessoas tomou conta das ruas da capital de Rondônia em direção ao estádio Aloísio Ferreira, animada por enorme trio elétrico, cantando as canções das CEBs e ouvindo pronunciamentos acerca do maior evento que a Igreja Católica já realizou no estado.

O clima era de animação e alegria, apesar da surpreendente queda de temperatura que deixou a maioria do povo a tremer de frio. No estádio, o arcebispo de Porto de Velho, dom Moacyr Grechi, presidiu a missa, ladeado pelo presidente da CNBB,dom Geraldo Lyrio Rocha, e inúmeros outros bispos e padres.

Na abertura da celebração,um grupo de nove mulheres negras fez a purificação do espaço litúrgico incensando o altar, a cruz e a mesa da palavra. O estádio todo acompanhou em silêncio, numa demonstração de muita fé.

Em sua homilia, dom Moacyr, ao refletir sobre o texto bíblico da multiplicação dos pães proclamado na liturgia, destacou a importância da eucaristia na vida da Igreja e dos fiéis. “Não há fonte de graça comparável à eucaristia”, disse.

Segundo o arcebispo, ao multiplicar os pães, Jesus mostra que veio para satisfazer a necessidade de todos, mas conta com a colaboração humana. “Deus não faz nada sozinho. Quer sempre contar com nossa colaboração. Ele não que uns filhos comam demais e outros passem fome”, acentuou.

Lembrando o tema do encontro das CEBs, Ecologia e Missão, dom Moacyr condenou a destruição da Amazônia e conclamou a todos para defender a maior região do país. “Estamos dispostos, com as armas do evangelho, com doçura e coragem, a fazer tudo pela vida. Queremos uma Amazônia, fonte de vida e não eterna colônia, explorada e não beneficiada”, acrescentou o arcebispo. “Que a Amazônia se torne para todos casa da abundância de vida”, concluiu.

O presidente da CNBB,dom Geraldo Lyrio, agradeceu a dom Moacyr e à arquidiocese de Porto Velho a acolhida do encontro das CEBs. “Este encontro é intereclesial porque uma diocese convida outras dioceses para, juntas, avaliar, aprofundar e celebrar a caminhada das CEBs”, explicou. “Em nome da CNBB, das dioceses aqui representadas e de todos os participantes, digo à Igreja de Porto Velho: muito obrigado pelo 12º Intereclesial das CEBs”, disse.

Já o presidente a Comissão para a Amazônia da CNBB, dom Jayme Chemello, convidou o povo a assumir os compromissos de realizarem a Semana Missionária para a Amazônia, a ser realizada na segunda semana de outubro, e a rezar pelo aumento do número de padres a fim de que não falte eucaristia para as comunidades. “Levem as CEBs da Amazônia para suas paróquias”, pediu dom Jayme.

Símbolo do 13º
Sob os aplausos entusiasmados da multidão, dom Moacyr fez a entrega de um barco com sementes típicas da região aos cearenses como símbolo do 13º Intereclesial que será realizada em 2013, na diocese de Crato (CE).

“Agradecemos a confiança dos regionais e vamos fazer tudo para corresponder”, disse a representante dos cearenses que recebeu o símbolo.


Fonte: www.cebs12.org.br
Foto: Hiara Ruth

"Trem das CEBs" segue de Porto Velho para o Ceará

Com o voto de nove regionais da CNBB, o estado do Ceará foi escolhido para acolher o 13° Encontro Intereclesial das CEBs, em 2013. Além do Ceará (Regional Nordeste 1 da CNBB), São Paulo (Sul 1), com dois votos, e Paraná (Sul 2), com seis votos, concorreram para sediar o próximo intereclesial.

O anúncio do Ceará como sede do 13° Intereclesial foi recebido com muita festa pelos nordestinos e demais participantes do encontro. Crato será a diocese anfitriã.

Às 15h (horário local), terá início a caminhada dos participantes do encontro em direção ao Estádio Aloísio Ferreira onde haverá a missa de encerramento. Durante a missa, os 17 regionais da CNBB apresentarão os compromissos assumidos neste encontro.

Abaixo o vídeo do momento da escolha do Ceará como o próximo local que irá acontecer o próximo Intereclesial:




Fonte: www.cebs12.org.br

Carta Final do 12º Intereclesial às Comunidades

“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu ... Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados...” (Mt 5, 3.6)

1. Nós, participantes do XII Intereclesial das CEBs, daqui das margens do Rio Madeira, no coração da Amazônia, saudamos com afeto as irmãs e irmãos de todos os cantos do Brasil e dos demais países do continente, que sonham conosco com novos céus e nova terra, num jeito novo de ser igreja, de atuar em sociedade e de cuidar respeitosa e amorosamente de toda a criação!

2. Fomos convocados de 21 a 25 de julho de 2009, pelo Espírito e pela Igreja irmã de Porto Velho/RO, para nos debruçar sobre o tema que nos guiou por toda a preparação do Intereclesial em nossas comunidades e regionais:
“CEBs: Ecologia e Missão – Do ventre da terra, o grito que vem da Amazônia”.

Acolhendo as delegações e celebrando os povos da Amazônia

3. Encheu-nos de entusiasmo ver chegando, depois de dois, três e até cinco dias de viagem os delegados, em sua maioria de ônibus fretados, ou ainda em barcos e aviões. Em muitos ônibus, vieram acompanhados de seus bispos e encontraram, ao longo do caminho, acolhida festiva e refrigério em paradas nas dioceses de Rondonópolis, Cuiabá e Cáceres no Mato Grosso, Jataí em Goiás, Uberlândia em Minas Gerais e, entrando em Rondônia, nas comunidades de Vilhena, Pimenta Bueno, Cacoal, Presidente Médici, Ji-Paraná, Ouro Preto e Jaru. Apresentamos carinhoso agradecimento pela fraterna e generosa acolhida de todas as delegações pelas famílias, comunidades e paróquias de Porto Velho, o infatigável trabalho e dedicação do Secretariado e das equipes de serviço, em que se destacaram tantos jovens.

4. Somos 3.010 delegados, aos quais se somam convidados, equipes de serviço, imprensa e famílias que acolhem os participantes, ultrapassando cinco mil pessoas envolvidas neste Intereclesial. Dos delegados de quase todas as 272 dioceses do Brasil, 2.174 são leigos, sendo 1.234 mulheres e 940 homens; 197 religiosas, 41 religiosos irmãos, 331 presbíteros e 56 bispos, dentre os quais um da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, além de pastores, pastoras e fiéis dessa Igreja, da Igreja Metodista, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil e da Igreja Unida de Cristo do Japão. O caráter pluriétnico, pluricultural e plurilinguístico de nossa Assembléia encontra-se espelhado no rosto das 38 nações indígenas aqui presentes e no de irmãos e irmãs de nove países da América Latina e do Caribe, de cinco da Europa, de um da África, de outro da Ásia e da América do Norte. Queremos ressaltar a presença marcante da juventude de todo o Brasil por meio de suas várias organizações.

5. “Sejam benvindos/as nesta terra de muitos rios, igarapés e de muitas matas, onde está a Arquidiocese de Porto Velho, que se faz hoje a Casa das Comunidades Eclesiais de Base”. Assim, fomos recebidos, na celebração de abertura pela equipe da celebração e por Dom Moacyr Grechi, com muita música e canto, ao cair da noite, ao lado dos trilhos da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré que lembra para os trabalhadores, que a construíram e para os indígenas e migrantes nordestinos, o sofrido ciclo da borracha na Amazônia. Foram evocadas ali e, seguidamente nos dias seguintes, as palavras sábias do provérbio africano:
“Gente simples, fazendo coisas pequenas, em lugares pouco importantes,
consegue mudanças extradordinárias”.

6. Pelas mãos de representantes dos povos indígenas, dos quilombolas, seringueiros, ribeirinhos, posseiros e de migrantes do campo e da cidade foram plantadas ao lado do altar, três grandes tochas. Nelas, foram acesas milhares de velas dos participantes, cujas luzes se espalharam pelos degraus da esplanada, enquanto ouvíamos o canto do Cristo dos Seringais:

“Na densa floresta vai um caminheiro
Cristo seringueiro a seringa a cortar... “,
Os versos eram entrecortados pelo refrão:
“E vem a esperança que surja a bonança,
Não seja explorado o suor na balança”.
“E vem a esperança que surja a mudança
E o homem refaça com Deus a aliança”.

7. Com o apito da sirene da Madeira-Mamoré, o trem das CEBs retomou sua caminhada, reunindo-se no dia seguinte, na grande plenária do PORTO, aclamado pela Assembléia, “PORTO DOM HELDER CAMARA”, pelo centenário do seu nascimento (1909-2009) e em resgate de sua profética atuação. Iniciamos esse primeiro dia, dedicado ao VER, partindo do grito profético da terra e dos povos da Amazônia, símbolos da humanidade, na sua rica diversidade, deixando-nos guiar na celebração pelo som dos maracás, tambores e flautas e pela dança de louvor a Deus de nossos irmãos e irmãs indígenas. Dali, partimos para os locais dos mini-plenários de 250 participantes, nas paróquias e escolas. Eles levavam os nomes de doze RIOS da bacia amazônica: Madeira, Juruá, Purus, Oiapoque, Guamá, Tocantins, Tapajós, Itacaiunas, Guaporé, Gurupi, Araguaia e Jari.

8. Divididos nos Rios em 12 CANOAS, com duas dezenas de participantes cada uma, partilhamos as experiências, gritos e lutas das comunidades em relação à nossa Casa comum, a partir do bioma amazônico e dos outros biomas do Brasil (cerrado, caatinga, pantanal, pampas,mata atlântica e manguezais da zona costeira), da América Latina e do Caribe. Vimos nossa Casa ameaçada pelo desmatamento, com o avanço da pecuária, das plantações de soja, cana, eucalipto e outras monoculturas, sobre áreas de florestas; pela ação predatória de madeireiras, pelas queimadas, poluição e envenenamento das águas, peixes e humanos pelo mercúrio dos garimpos, pelos rejeitos das mineradoras e pelo lixo nas cidades. Encontra-se ameaçada também pelo crescente tráfico de drogas, de mulheres e crianças e pelo extermínio de jovens provocado pela violência urbana.

9. Somamos nosso grito ao das populações locais, para que a Amazônia não seja tratada como colônia, de onde se retiram suas riquezas e amazonidades, em favor de interesses alheios, mas que seja vista em pé de igualdade, no concerto das grandes regiões irmãs, com sua contribuição específica em favor da vida dos povos, em especial de seus 23 milhões de habitantes, para que tenham o suficiente para viver com dignidade.

10. Fazemos um apelo para que os governantes sejam sensíveis ao grito que brota do ventre da Terra e, pautados por uma ética do cuidado, adotem uma política de contenção de projetos que agridem a Amazônia e seus povos da floresta, quilombolas, ribeirinhos, migrantes do campo e da cidade, numa perspectiva que efetivamente inclua os amazônidas, como colaboradores verdadeiros na definição dos rumos da Amazônia.

11. Tomamos consciência também de nossas responsabilidades em relação ao reto uso da água, da terra, do solo urbano e à superação do consumismo, respondendo ao apelo, para que todos vivamos do necessário, para que ninguém passe necessidade.

12. Constatamos, com alegria, a multiplicação de iniciativas em favor do meio ambiente, como a de humildes catadores de material reciclável, no meio urbano, tornando-se profetas da ecologia e as de economia solidária, agricultura orgânica e ecológica. Saudamos os muitos sinais de uma “Terra sem males”, fazendo-nos crescer na esperança de que “outro mundo é possível, necessário e urgente”.

13. De tarde, realizamos a Caminhada dos Mártires, em direção ao local onde o rio Madeira foi desviado e em cujo leito seco, ao som dos estampidos das rochas dinamitadas, está sendo concretada a barragem da hidroelétrica. Celebrou-se ali Ato Penitencial por todas as agressões contra a natureza e a vida humana. Defronte às pedreiras que acolhiam as águas das cachoeiras de Santo Antônio, agora totalmente secas, ao lado da primeira capela construída na região, foram proclamadas as Bem-aventuranças evangélicas (Mt 5, 1-12), sinal da teimosa esperança dos pequenos, os preferidos de Deus.

14. No segundo dia, prosseguimos com o VER, com uma pincelada sobre a conjuntura atual na esfera sócio-política e econômica, apresentada por Pedro Ribeiro de Oliveira, na perspectiva das mulheres, por Julieta Amaral da Costa e do ponto de vista ecológico, por Leonardo Boff. Atendendo ao convite de Jesus: “Vinde e vede” (Jo, 1, 39), após a pergunta dos discípulos, “Mestre, onde moras?” (Jo 1, 38), partimos em grupos, em visita às muitas realidades locais: populações indígenas, comunidades afro-descendentes, ribeirinhas, extrativistas, grupos vivendo em assentamentos rurais ou em áreas de ocupação urbana; bairros da periferia; hospitais, prisões, casas de recuperação de pessoas com dependência química e ainda a trabalhos com menores ou pessoas com deficiência. O retorno foi rico na partilha de experiências, nas quais descobrimos sinais de vida nova. Reiteramos que os projetos dos grandes, principalmente as barragens das usinas hidroelétricas,as usinas nucleares geradoras de lixo atômico que põe em risco a população local, são projetos do capital transnacional que não favorecem os pequenos. Apoiados na sabedoria milenar dos povos indígenas, nos animamos a repetir com eles: “Nunca deixaremos de ser o que somos”. Nós, como CEBs no meio dos simples e pequenos, reafirmamos nossa teimosa opção pelos pobres e pelos jovens, proclamada há trinta anos em Puebla, resistindo e lutando para superar nossas dificuldades, sustentados pela fé no Deus que se revelou a nós como Trindade, a melhor comunidade.

15. No terceiro dia, as celebrações da manhã aconteceram nos rios, resgatando memórias da espiritualidade dos povos da região e das experiências colhidas no caminho missionário percorrido no dia anterior, nas visitas às muitas realidades eclesiais e sociais de Rondônia. A oração foi alentada pela promessa do Êxodo: “Decidi vos libertar... vos farei subir dessa terra para uma terra fértil e espaçosa, terra, onde corre leite e mel” (Ex. 3, 8). Em cada canoa, os relatos iam revelando uma igreja preocupada com a justiça social e a defesa da vida nos testemunhos de gente simples em todos aqueles lugares visitados. Esses relatos aqueceram nosso coração e nos desafiaram a perseverar na caminhada das CEBs.

16. À tarde, fomos tocados por vários testemunhos. Em primeiro lugar, pela sentida oração dos Xerente do Tocantins que celebraram seu ritual pelos mortos, homenageando o amigo e missionário, Pe. Gunter Kroemer. Dom José Maria Pires, arcebispo emérito da Paraíba, retomou em sua história a trajetória dos negros no Brasil, suas dores, resistências e esperanças de um mundo melhor, nos seus Quilombos da liberdade. Marina Silva, senadora pelo Acre e ex-ministra do Meio Ambiente, contou sua eu caminhada de menina analfabeta do seringal para a cidade de Rio Branco e de lá para São Paulo, mas principalmente sua incessante busca, a partir da fé herdada de sua avó, alimentada pela experiência das CEBs, da leitura da Palavra de Deus e pelo exemplo de Chico Mendes, de bem viver e de colocar-se publicamente a serviço, em favor do povo amazônida. Por fim, depois da apresentação de Dom Tomás Balduíno, em que ele ressaltou o papel de Dom Pedro Casaldáliga da Prelazia de São Félix do Araguaia na fundação, junto com outros, do CIMI, da CPT e de Pastorais Sociais, acompanhamos pelo vídeo seu testemunho e nos emocionamos com suas palavras de esperança e confiança em Jesus e na utopia do seu Reinado.

17. Neste dia, ocorreu também o encontro da Pastoral da Juventude de todo o Brasil e outro também muito significativo entre bispos, assessores e Ampliada Nacional das CEBs. Momento fecundo do estreitamento de laços e abertura a novos passos em nossa caminhada, em que foi expressa a alegria e alento trazidos pela presença significativa de tantos bispos. Desse encontro, os bispos presentes resolveram enviar sua palavra às comunidades:

Palavras dos Bispos às CEBs

18. “Os 56 bispos participantes do Intereclesial, reunidos na sexta-feira à noite com os assessores e os membros da Ampliada Nacional das CEBs, avaliaram muito positivamente o Intereclesial, destacando especialmente a seriedade e o empenho dos participantes no debate da temática do encontro, a espiritualidade expressa nas bonitas celebrações diárias nos “rios”, o clima sereno e fraterno e o grande envolvimento das comunidades das dioceses do regional Noroeste da CNBB na organização e realização do encontro.

A presença de 331 padres que participam do Intereclesial, levo os bispos a exprimirem o desejo de que, neste ano sacerdotal, todos os padres do Brasil renovem o compromisso de acompanhar as CEBs, empenhadas em testemunhar os valores do Reino, como discípulas e missionárias.

Constatando que, a partir da Conferência de Aparecida, as CEBs ganharam reconhecimento e novo alento em todo o continente, os bispos tiveram também palavras de apoio e incentivo para a continuação da caminhada das comunidades no Brasil, reforçadas pelo presidente da CNBB, Dom Geraldo Lyrio Rocha.

Diante da agressão continuada da Amazônia, juntamente com todos os participantes do encontro, manifestam sua preocupação com a construção da barragem de Santo Antônio e Jirau no Rio Madeira, os projetos de outras barragens no Xingu, Tapajós, Araguaia e noutros rios e a continuada devastação da floresta pelo avanço da pecuária, das plantações de soja e cana, e da extração ilegal de madeira”.

Nas diferenças, o mesmo Deus que nos convoca para a Justiça e a Paz

19. Na manhã do último dia, fomos guiados pelo texto do Apocalipse: “O anjo mostrou para mim, um rio de água viva... O rio brotava do trono de Deus e do cordeiro...; de cada lado do rio estão plantadas árvores da vida... suas folhas servem para curar as nações” (Ap 22, 1-2). Bebemos no manancial da fé que nos une a todos e todas, na única família humana, como filhos e filhas da mesma Mãe-Terra, a Pacha-Mama dos povos andinos, a Terra sem Males dos Povos Guarani, na busca, sonho e construção do Reino de Deus anunciado por Jesus.

20. Juntos, representantes das Religiões Indígenas e dos Cultos Afro-brasileiros, de Judeus, Cristãos Ortodoxos, Católicos e Evangélicos, Muçulmanos, de mulheres e homens de boa vontade e de todas as crenças, no diálogo e respeito à diversidade da teia da vida, acolhemos os gritos da Amazônia e de todos os biomas e reafirmamos nossa solidariedade e compromisso com a justiça geradora da paz.

21. Caminhamos como povo de Deus que conquista a Terra Prometida e a torna espaço de fartura e fraternura, acolhendo todas as expressões da vida.

22. Comprometemo-nos a fortalecer as lutas dos movimentos sociais populares: as dos povos indígenas, pela demarcação e homologação de suas terras e respeito por suas culturas; as dos afro-descendentes, pelo reconhecimento e demarcação das terras quilombolas; as das mulheres, por sua dignidade e igualdade e avanço em suas articulações locais, nacionais e internacionais; as dos ribeirinhos pela legalização de suas posses; as dos atingidos pelas barragens, pelo direito à terra equivalente, restituição de seus meios de sobrevivência perdidos e indenização por suas benfeitorias; as dos sem terra, apoiando-os em suas ocupações e em sua e nossa luta pela reforma agrária, contra o latifúndio e os grileiros; as dos Movimentos Ecológicos, contra a devastação da natureza, pela defesa das águas e dos animais.

23. Queremos defender e apoiar o movimento FLORESTANIA, no respeito à agrobiodiversidade e aos valores culturais, sociais e ambientais da Amazônia.

24. Assumimos também o compromisso de respaldar modelos econômicos alternativos na agricultura, na produção de energias limpas e ambientalmente amigáveis; de participar na luta sindical, reforçando a ação dos sindicatos do campo e da cidade, com suas associações e cooperativas e sua luta contra o desemprego, com especial atenção à juventude.

25. Convocamos a todos nós para o trabalho político de base, para a militância em movimentos sociais e partidos ligados às lutas populares; para participar nas lutas por políticas públicas ligadas à educação, saúde, moradia, transporte, saneamento básico, emprego, reforma agrária e para tomar parte nos conselhos de cidadania, nas pastorais sociais, no movimento pela não redução da maioridade penal, no Grito dos Excluídos, nas iniciativas do 1º. de Maio e das Semanas Sociais.

25. Comprometemo-nos ainda a fortalecer e multiplicar nossas Comunidades Eclesiais de Base, criando comunidades eclesiais e ecológicas de base nos bairros das cidades e na zona rural, promovendo a educação ambiental em todos os espaços de sua atuação; fortalecendo a formação bíblica; incentivando uma Igreja toda ela ministerial, com ministérios diversificados confiados a leigas e leigos; assumindo seu protagonismo, como sujeitos privilegiados da missão; fortalecendo o diálogo ecumênico e inter-religioso e superando a intolerância religiosa e os preconceitos.

26. Queremos, a partir das CEBs, repensar a pastoral urbana, como um dos grandes desafios eclesiais, assumir o testemunho e a memória dos nossos mártires e empenhar-nos na Missão Continental proposta pela V Conferência do Episcopado Latino-americano e Caribenho, em Aparecida.

Rumo ao XIII Intereclesial no Ceará

27. Acompanhados pelas comunidades e famílias que nos receberam e caravanas de todo o Regional, celebramos a Eucaristia, presença sempre viva do Crucificado/Ressuscitado, comprometendo-nos com todos os crucificados de nossa sociedade, com suas lutas por libertação, para construirmos outro mundo possível, como testemunhas da Páscoa do Senhor, acompanhados pela proteção e benção da Mãe de Deus, celebrada no Círio de Nazaré e invocada na região amazônica, com outros tantos nomes; no Brasil, com o título de Aparecida, e na nossa América, com o de Virgem de Guadalupe.

28. Escolhida a Igreja do Crato, que irá acolher, nas terras do Pe. Cícero, o XIII Intereclesial, recolocamos nos trilhos o trem das CEBs, rumo ao Ceará, enviando a vocês, irmãos e irmãs das comunidades, nosso abraço fraterno, e cheio de revigorada esperança.

AMÉM! AXÉ! AUERE! ALELUIA!


Fonte: www.cebs12.org.br

Ampliada, assessores e bispos exaltam organização do 12º Intereclesial

A equipe ampliada e os assessores do 12º Intereclesial das CEBs se reuniram com os bispos que participam do encontro, nesta sexta-feira, 24, para uma avaliação do evento. Os grupos foram unânimes em ressaltar a estrutura montada pela arquidiocese de Porto Velho para a realização do encontro.

“Queremos parabenizar o secretariado. A preparação e a organização do encontro foram muito boas”, disseram os assessores. “Em matéria de organização, esse encontro foi o máximo, é o que teve mais envolvimento”, disseram os bispos.

A presença dos bispos também foi ressaltada como muito importante para o Intereclesial. Foram 56, inclusive o presidente e o vice-presidente da CNBB. O secretário estava de passagem comprada, mas, de última hora, teve que cancelar a viagem.

“A presença numerosa dos bispos, inclusive a Presidência e os assessores da CNBB, são a confirmação de que as CEBs retomaram o rumo”, avaliaram os membros da Equipe Ampliada. “O intereclesial é uma grande assembleia que faz perceber como anda a Igreja no Brasil. Por isso é importante a presença do episcopado neste evento”, acrescentaram.

Os bispos destacaram ainda, como pontos fortes do encontro, a espiritualidade e a qualidade dos delegados no Intereclesial. Ressaltaram, igualmente, o número expressivo de padres (331). Uma sugestão dada pelos bispos é que as CEBs entrem como um dos temas prioritários na próxima assembleia. A proposta será levada ao Conselho Permanente, que é quem aprova a pauta da Assembleia Geral da CNBB.

Os bispos entendem que é necessário dar mais visibilidade ao que foi discutido no Intereclesial. “Este encontro é sui generis por estar na Amazônia. Isso deveria repercutir. Devemos repudiar a hidrelétrica, que está sendo construída aqui, e também a privatização da Amazônia”, avaliaram os bispos.

Na opinião de todos os três grupos, a Conferência de Aparecida contribuiu muito para o êxito do Intereclesial por ter confirmado as CEBs. “A partir da Conferência de Aparecida, há uma valorização maior das CEBs”, disseram os membros da Ampliada.

“Esse é um momento de graça para toda a Igreja do Brasil, não só para as CEBS”, disse o presidente da CNBB, dom Geraldo Lyrio Rocha. “A presença da Presidência da CNBB no Intereclesial expressa o que estamos vivendo na Conferência dos Bispos em relação às CEBs”, acentuou.

Dom Geraldo lembrou que o 12º Intereclesial consta nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil e no Projeto Nacional de Evangelização – O Brasil na Missão Continental. “Isso é muito importante porque é o reconhecimento da Assembleia dos bispos do valor das CEBs”, disse o presidente.

Os assessores apresentaram, como sugestão, uma agenda com cinco pontos. Em primeiro lugar a necessidade de formação dos leigos e seminaristas para atuarem nas CEBs. Os assessores sugerem também repensar a metodologia do Intereclesial e investir no fortalecimento das CEBs a partir dos Regionais. Outra proposta é que a CNBB realize um seminário sobre as Comunidades de Base e que haja uma Campanha da Fraternidade sobre o modelo energético.

O encontro termina amanhã, com a missa às 17h (horário local) no Estádio Aluísio Ferreira. A celebração será precedida por uma caminhada que começará às 15h. Pela manhã, haverá a celebração inter-religiosa pela paz e a aprovação e leitura da carta compromisso do Intereclesial.


Fonte: www.cebs12.org.br

Lideres de diversas religiões rezam e assumem compromissos pela paz no Intereclesial

O último dia do 12º Encontro Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base, que acontece em Porto Velho desde o dia 21, começou com um apelo pela paz, feito por líderes de oito religiões. Os religiosos assumiram o compromisso de lutar pela paz.

“O grito que vem da Amazônia só será ouvido se as religiões se derem as mãos”, afirmou o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom Geraldo Lyrio Rocha, representante da Igreja Católica. “Chega de divisão, de preconceito e de guerras por motivos religiosos. Chega de ódio por projeção distorcida da verdade que liberta”, disse.

Dom Geraldo concluiu lembrando o papa João XXIII ao afirmar que o caminho da paz passa pela busca da liberdade, da verdade, da justiça e do amor. “A guerra não pode ser motivada pelas religiões”, concluiu o presidente.

O mulçumano Mohamad Zaglout apontou a discriminação das religiões como empecilho à paz. “Todas as religiões possuem a mesma mensagem: paz amor e submissão ao Deus único”, considerou. Na sua opinião, conhecer a religião do outro ajuda a construir a paz. “É preciso buscar conhecer não só a própria religião, mas também a do outro, sem discutir princípios.

Para os indígenas, a paz significa o respeito ao direito dos povos indígenas, especialmente, o da demarcação de suas terras. “A paz que nós indígenas queremos é que todas as terras indígenas sejam demarcadas”, disse a líder Osana.

“Deus, que cuida da criação, pode ser encontrado em todas as religiões”, disse o pastor luterano, Alan Shulz, representante do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil.

Participaram ainda da celebração pela paz um representante do Centro Judaico de Rondônia, José Elarrat; um representante da Igreja Ortodoxa, Mikhael Esber; um representante da Nação Ketu e Babalorixá, Hilton da Veiga Monteiro,e um representante da Igreja Unida do Japão.

Leia a íntegra do texto clicando AQUI


Fonte: www.cebs12.org.br
Foto: Hiara Ruth

CEBs recordam mártires da caminhada

O sol forte e o calor de mais de 30 graus não foram empecilho para a “Caminhada dos Mártires” realizada pelo Intereclesial de CEBs, na tarde desta quarta-feira, 22, em Porto Velho (RO). Participaram da manifestação mais de três mil pessoas empunhando faixas e cartazes com fotos e nomes de lideranças assassinadas por causa de seu engajamento nas lutas populares.

Sentados de frente para o rio Madeira, a multidão pode contemplar as obras da usina hidrelétrica Santo Antônio, que mereceram veementes protestos dos peregrinos. Do alto de uma pedra, lembrando uma das passagens mais famosas do evangelho, o sermão da montanha, um jovem proclamou texto bíblico que relata as bem-aventuranças. A multidão ouviu atenta e repetiu cada bem-aventurança que ecoava no silêncio da noite que chegava.

O vice-presidente da CNBB, dom Luiz Soares Vieira, destacou que a felicidade pregada por Jesus não está na riqueza ou no poder, mas “na pobreza e na mansidão”.

Numa referência clara às hidrelétricas e outras obras previstas para a Amazônia, dom Luiz ressaltou que o desenvolvimento é bem-vindo, desde que respeite o ambiente. “Deus nos livre de um mundo feio em que não haja mais peixes, pássaros, árvores, animais, homens e mulheres”, disse o arcebispo. “É impossível acreditarmos em Deus se não estivermos de bem com os irmãos e com a natureza. O ambiente é nossa casa e fazemos parte dele. No momento em que matarmos a natureza, estamos matando a nós mesmos”, afirmou.

A emoção tomou conta do povo quando foram lembrados os nomes de lideranças assassinadas por causa de seu trabalho junto aos pobres. “Não queremos mais mártires, queremos nossa gente em pé”, gritou um padre vindo do Pará, mostrando, num vidro, terra misturada com o sangue da Irmã Dorothy Stang, assassinada em 12 de fevereiro de 2005, em Anapu (PA). “Dorothy vive!”, gritou alguém. “Sempre, sempre, sempre”, respondeu em coro o povo. “A terra, não é propriedade de ninguém, é parte de nós”, disse outro, seguido também por todos.

Durante o Intereclesial temas ligados à terra, ao desenvolvimento, à preservação do meio ambiente aparecem de maneira muito forte, lembrando, especialmente, a realidade da Amazônia. Nos trabalhos da tarde de ontem, discutiram-se também os desafios enfrentados na preservação de outros biomas brasileiros e latino-americanos. O Intereclesial termina no sábado, 25, com um missa às 17h.


Fonte: www.cebs12.org.br
Foto: Hiara Ruth

Divididos em grupos, delegações do Intereclesial refletem sobre questões da Amazônia

Na tarde de ontem, 22, a programação do 12º Intereclesial reservou boa parte do tempo para os trabalhos em grupo, em diversas escolas espalhadas por Porto Velho. Estes grandes grupos compostos de aproximadamente 250 pessoas cada são denominados “Rios” (fazendo menção aos grandes rios que cortam o norte do Brasil).

Na escola Dom Bosco, no centro de Porto Velho, acolheu o “Rio” Tapajós. A maior parte do debate girou em torno do tema das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) na preservação e luta pela não destruição da Amazônia. O um dos participantes foi o teólogo e autor de mais de 70 obras, Leonardo Boff.

Leonardo refletiu sobre o tema e respondeu diversas dúvidas e questionamentos a cerca do tema proposto. De acordo com o teólogo, as CEBs na Amazônia deveriam se chamar Comunidades Ecológicas de Base, e explica afirmando que “as CEBs na região amazônica, dentro de sua vivencia de fé, evangelização, catequese, cuidado com os jovens, mas também incluir com algo essencial, o cuidado com a natureza, o cuidado com as águas, com a biodiversidade”. E continuou explicando que as CEBs, em especial nesta região, têm um trabalho muito importante, e cita Chico Mendes como o grande estandarte desta mobilização pró-Amazônia.

Boff cita em muitas partes de sua palestra o Documento de Aparecida como sendo revitalizador das Comunidades Eclesiais de Base. “Ele [o Documento de Aparecida] resgatou, de certo esquecimento, as CEBs. As comunidades Eclesiais são uma potencia da Igreja. Dão autonomia aos mais desfavorecidos de nossa sociedade. Levam aos cidadãos a mais importante libertação, a intelectual. As CEBs criaram cristãos novos, ativos, participativos dentro da Igreja, mas sem dúvida nenhuma, o maior trabalho foi no desenvolvimento da consciência, criando cidadão pensantes que tanto o nosso país precisa”, exclamou.

Leonardo Boff elogia o trabalho em grupo afirmando ter aprendido muito mais no “Rio Tapajós” do que em muitos grupos de reflexões em que participou pelo mundo, porque de acordo com Boff: “Aqui, no 12º Intereclesial não se fala apenas palavras, mas se falam coisas, o que é mais importante do que palavras”.


Fonte: www.cebs12.org.br
Foto: Hiara Ruth