ALTA NO PREÇO DOS ALIMENTOS AGRAVA PROBLEMA DA FOME NO MUNDO

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) informou no dia 18 de Setembro, que os altos preços dos alimentos levaram mais 75 milhões de pessoas a passar fome no mundo.

De acordo com a FAO, o total de famintos em 2007 aumentou para 923 milhões, quando em 2005 eram estimados em 848 milhões. Um aumento preocupante, sendo que no período entre 1992 e 2003 o aumento de famintos no mundo havia crescido em seis milhões.

A região onde a fome se agravou mais é a Ásia e o Pacífico, com 41 milhões de novos desnutridos. Na América Latina e Caribe, a FAO estima que o aumento foi da ordem de seis milhões.

O comunicado da FAO aponta que os preços crescentes dos alimentos, dos combustíveis e dos fertilizantes foram os responsáveis pelo agravamento da situação. “Os alimentos aumentaram até 52 por cento entre 2007 e 2008, e o preço dos fertilizantes quase dobrou no ano passado”, afirma a nota.

A FAO também revela que a disparada de preços reverteu os progressos feitos para se atingir o primeiro “Objetivo do Milênio” de reduzir pela metade o número de pessoas com fome no mundo. Pelos novos cálculos, o alcance da meta até 2015, está cada vez mais distante já que agora seria necessário reduzir o número de famintos em 500 milhões.

Além disso, a tendência negativa também coloca em risco os outros “Objetivos do Milênio”. Segundo a FAO, é necessário romper o círculo vicioso da fome e da pobreza, agindo em duas frentes. Fazer com que a população mais pobre e vulnerável tenha acesso a alimentos e ajudar os pequenos produtores a aumentar sua produção e renda.

Ainda de acordo com a FAO, os países mais atingidos pela crise dos alimentos, a maioria na África, vão precisar de pelo menos US$ 30 bilhões por ano para garantir a segurança alimentar da sua população e reativar os sistemas agrícolas.


Texto: Agência Brasil – Foto: Pe Afonso.

7 DE SETEMBRO - """INDEPENDÊNCIA""" DO BRASIL

GRITO DOS/AS EXCLUÍDOS/AS REÚNE 800 PESSOAS EM SANTA RITA/PB

Na tarde deste domingo (07 de setembro), pela 14ª vez em nível nacional, ecoou por todos os recantos deste nosso Brasil o “Grito dos Excluídos e Excluídas”. Em Santa Rita/PB, pelo 7º ano consecutivo, as CEBs, movimentos e organizações sociais e populares foram às ruas reunindo 800 pessoas em Marcha Popular. Esse ano, os/as participantes refletiram o lema: “Vida em Primeiro Lugar – Direitos e Participação Popular”, enfatizado a partir de 4 blocos na Marcha: 1) Ecologia e Saúde; 2) Educação e Cultura; 3) Trabalho e Terra; 4) Violência e Segurança;

Na mística de abertura, foi refletida a luta da Classe Trabalhadora contra a classe dominante. De um lado, Capital, Latifúndio, Monocultura, Estado e Mídia. Do outro, Estudante, Trabalhador Rural, Mulher, Menor e Operário. Na medida em que os poderosos avançavam com suas acusações, a classe trabalhadora recuava, mas logo respondia com as palavras de ordem denunciando as injustiças e lutando contra a criminalização dos movimentos sociais e da pobreza. O 7º Grito dos/as Excluídos/as de Santa Rita-PB foi declarado aberto quando, na mística, a Classe Trabalhadora derrotou a classe dominante, ao som do Hino Nacional Brasileiro, e com a palavra de ordem: “Pátria Livre! Venceremos!”.

A Marcha Popular do Grito dos/as Excluídos/as prosseguiu passando pelas principais ruas do Alto das Populares, reunindo camponeses, leigos/as da Igreja Católica, trabalhadores/as urbanos/as, padres, sindicalistas, educadores/as, freiras, crianças, estudantes, catadores/as de material reciclável, sem-terra, idosos/as, mulheres, sem-teto, ambientalistas, operários/as, jovens, artistas, juristas populares, desempregados/as... enfim, pessoas dos mais diversos segmentos sociais excluídos, que compõem a Classe Trabalhadora deste país.

Durante todo o percurso, foram cantadas músicas da luta do povo, como também palavras de ordem e paródias, enfatizando a questão da Defesa da Vida, dos Direitos sociais e da Participação Popular. Nas paradas, fizeram intervenções de agitação e propaganda em relação à criminalização dos movimentos sociais e da pobreza. Em frente à Energisa (distribuidora de energia da região) fazendo protestos em relação aos altos preços da energia elétrica – no último mês, o preço da energia sofreu aumento de 15,77% na Paraíba – e em frente ao Banco Bradesco (principal acionista da Vale), em relação à privatização da Vale do Rio Doce.

A Marcha Popular do 7º Grito dos/as Excluídos/as encerrou-se na praça principal da cidade, onde os/as participantes repudiaram a urbanização desenfreada das cidades, representada pelo não-plantio de três mudas de Nim (planta resistente à seca, originária da Índia), por falta de lugar para plantá-las. Mesmo assim, dançaram, cantaram, festejaram e se abraçaram, na esperança das lutas da Classe Trabalhadora, do Povo Brasileiro, engrossando o Mutirão por um Projeto Popular para o Brasil, que garanta os Direitos Sociais com Participação Popular, e onde a Vida esteja em primeiríssimo lugar.


Texto: Elson Matias – Fotos: Carmem Dolores e Danielson Lima.