+ENTIDADES REALIZAM ATO PELA REFORMA AGRÁRIA NO INTERIOR DE SÃO PAULO








O Fórum Regional por Justiça no Campo e Reforma Agrária Já! Realiza, nesta quinta-feira (2/3), às 14h, em frente à Justiça Federal de Jales, um grande Ato Político em prol da Reforma Agrária. O Fórum Regional é composto pela CPT (Comissão Pastoral da Terra), Abra (Associação Brasileira de Reforma Agrária), CUT (Central Única dos Trabalhadores), Rede da Cidadania e o MST.

Participam da mobilização os mil trabalhadores e trabalhadoras acampados na região e que estão em marcha desde o dia 30/3, sindicalistas, parlamentares, prefeitos da região e representantes de movimentos sociais. O objetivo do ato é denunciar à sociedade a morosidade e o descaso do poder público, em especial do Poder Judiciário, com a causa da Reforma Agrária.

Os manifestantes denunciam que o Poder Judiciário descumpre a Lei no. 76/93, denominada do “Rito Sumário”, que determina que as terras declaradas improdutivas pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) devem ser desapropriadas e destinadas à Reforma Agrária em 48 horas pelo juiz federal responsável. No caso da região, a responsabilidade é do juiz federal em Jales, o sr. Jatir Pietrofortes Lopes. São dezenas os processos desapropriatórios paralisados na Justiça, como é o caso das fazendas Lagoão (Itapura), Santa Maria e Jangada (Sud Menucci), Santo Ivo, Santa Adélia e São Rafael (Pereira Barreto), Pendengo e Nova Itapura (Castilho), Timborezinho e Macaé (Andradina), Moinho (Guaraçaí), Retiro e São José (Mirandópolis).

“Apesar de já terem sido feitos os depósitos de milhões de reais para indenização dos fazendeiros, a maioria dessas áreas espera há anos sem nenhuma decisão definitiva. Esse dinheiro e essas terras já poderiam estar rendendo frutos, produzindo justiça social, acabando com o sofrimento das milhares de famílias sem terra que vivem debaixo das lonas pretas”, afirma Lourival Plácido de Paula, integrante da direção estadual do MST.

O ato também pretende reivindicar, entre outras coisas:

-Políticas públicas que valorizem os pequenos e médios agricultores, para que se humanizem as condições de produção e de mercado, contra a exploração capitalista no campo, o favorecimento dos poderosos, contra os monopólios locais e transnacionais!

-Realização dos Direitos Humanos e dos Direitos sociais estabelecidos na Constituição: terra, trabalho, moradia, cultura, educação, saúde, higiene, previdência e transporte!

-Vistoria pelo INCRA de todas as grandes fazendas!

-Atualização dos Índices de Produtividade da Terra, conforme promessa do presidente Lula em 2002!

-Desapropriação sem indenização das terras dos grandes plantadores de cana, soja e eucalipto em débito com a União!

-Soberania alimentar e preservação do meio-ambiente!

-Fim da perseguição do poder Judiciário aos Movimentos Sociais!


Fonte: MST – www.mst.org.br

+MOBILIZAÇÕES CONTRA A CRISE ACONTECEM EM TODO O MUNDO







Entre os dias 28 de março e 4 de abril, movimentos sociais populares, sindicais e estudantis de todo o mundo saem às ruas para protestar contra o capitalismo, a guerra e para alertar em alto e bom som que os trabalhadores e trabalhadoras não pagarão pela crise.

A semana de mobilização foi convocada pela Assembléia dos Movimentos Sociais, ocorrida em Belém (PA), durante o Fórum Social Mundial 2009, e está marcada por três grandes momentos:

No dia 28/3, mobilizações ao redor da cúpula do Grupo dos 20 países mais ricos conhecido como G 20, tomaram conta do cenário de protestos. O grupo é formado por representantes dos bancos centrais e governos de 20 países, que representam dois terços do comércio e da população mundial e mais de 90% do produto mundial bruto. Conta também com a presença do Banco Mundial e do FMI (Fundo Monetário Internacional).

As manifestações, que têm maior concentração no continente Europeu – onde regularmente acontecem as reuniões do G 20 – , preparam o terreno para maiores protestos programados para esta sexta-feira (2/3), quando o grupo se reúne em Londres, na Inglaterra.

O dia 30/3 foi marcado por mobilizações contra a crise, as guerras e de solidariedade com o povo palestino. Esta data marca o Dia da Terra Palestina e lembra um dos grandes massacres levadas a cabo por Israel contra os palestinos (Galiléia, em 1976). Foi escolhida para dar impulso a uma campanha nomeada como BDS (de Boicote, Desinvestimentos e Sanções contra Israel).

Já no dia 4/4, as manifestações focam a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliança de cooperação militar formada por países da Europa e pelos Estados Unidos, que nesta semana completa 60 anos. A Otan se vai reunir nos dias 3 e 4/4 em Baden-Baden e Kehl, na Alemanha, e em Estrasburgo, na França.

Na Europa, os movimentos se concentram especialmente nas ações de Londres e Estrasburgo. Na América Latina, os movimentos sociais em torno da construção da ALBA (Alternativa Bolivariana para as Américas) mobilizam-se contra a crise e em solidariedade ao povo palestino.

Trabalhadores do mundo se unindo

Frente às falsas soluções apresentadas por empresas, bancos e governos para sair da crise como demissões, privatizações de serviços públicos, expropriação de recursos naturais e energéticos, que não fazem mais que socializar as perdas, os movimentos vão posicionam-se exigindo ações urgentes como:

•A nacionalização do bancos sem indenização e sob controle social

•Redução do tempo de trabalho sem redução do salário

•Medidas para garantir a soberania alimentaria e energética

•Colocar fim às guerras, retirar as tropas de ocupação e desmantelar as bases militares estrangeiras

•Reconhecer a soberania e autonomia dos povos, garantindo o direito à autodeterminação

•Garantir o direito à terra, território, trabalho, educação e saúde para todas e todos

•Democratizar os meios de comunicação e de conhecimento


A seguir, acompanhe o que acontece ao redor do mundo:


ALEMANHA
3/4: manifestações e cortes de rotas e ruas na cidade de Baden-Baden, um dos pontos de entrada dos Chefes de Estado e militares que participarão das cerimônias do aniversário da OTAN em Estrasburgo. Mais informações: http://gipfelsoli.org/Home/Strasbourg_Baden-Baden_2009/NATO_2009_Links

ARGENTINA
30/3: numerosas organizações e movimentos sociais foram às ruas, no marco de uma jornada de luta continental “Contra a crise e a guerra”, com o objetivo de denunciar ao capital transnacional e os governos que atuam como cúmplices do saque. Um grande ato teve início no Obelisco, em Buenos Aires e seguiu para a embaixada de Israel, para repudiar a invasão a Gaza.

AUSTRÁLIA
30/3: em Melbourne, uma coligação de grupos de apoio à Palestina lança a campanha “The Sack Connex, Boycott Israel”.

BÉLGICA
28/3: em Bruxelas, ação em torno da crise financeira e a questão Palestina. Também na cidade, ação simbólica no centro, com teatro de rua : « Quer pagar pela crise ? » Também dentro das mobilizações sobre a crise e a guerra, o maior sindicato belga (FGTB) lançou uma campanha com o tema “O capitalismo prejudica seriamente a saúde”. Mais informações (em francês): http://www.contre-attaque.be/

CANADÁ
28/3: em Montreal, aconteceu demonstração pacífica diante do Complexe Guy-Favreau, para dizer não ao G-20, que é considerado um fórum ilegítimo para solucionar a crise que o capitalismo criou. No dia 30/3, ocorreu uma plantação simbólica de uma oliveira diante do consulado de Israel, além exposição de fotos e depoimentos de testemunhas sobre a situação de Gaza.

CATALUNHA, ESTADO ESPANHOL e PAÍS BASCO
28/3: manifestações contra a crise e o G-20 e em solidariedade aos palestinos tomaram conta de Albacete, Almería, Barcelona, Bilbao, Cádiz, Córdoba, Alicante, Elche, Madri, Murcia, Pontevedra, Tarragona e Valência. Ver a agenda em: http://www.nodo50.org/?page=convocações&id_article=189

ESTADOS UNIDOS
Mostras de cinema, debate sobre as ações do BDS e com delegações que estiveram na Faixa de Gaza, assim como discussões sobre as conexões entre os muros na Palestina e no México, aconteceram no dia 29/3, em Santa Cruz, e no 30/3, em San Diego e Los Angeles, na Califórnia. Em Nova York, o Comitê do boicote a Israel lançou uma ampla campanha de boicote à empresa Motorola em no dia 30/3.

FRANÇA
28/3: em Paris, uma manifestação foi convocada por uma ampla coligação de associações, movimentos, sindicatos e partidos políticos de esquerda. Ver lista completa em: http://www.stop-g20.org/

4/4: sob a consigna “Não à guerra! Não à Otan!" milhares de pessoas de toda Europa reúnem-se em Estrasburgo, onde ações de diversos tipos serão realizadas para exigir um fim da militarização e da Otan, tais como oficinas, distribuição de panfletos de informação à população, cortes de ruas, reuniões e atos de desobediência civil. Uma grande manifestação está programada para as 13h. Também haverá um acampamento alternativo. Mais informações (em francês): http://sommet-otan-2009.blogspot.com

GRÉCIA
2/4: em Creta, protestos em apoio ao boicote contra Israel nos esportes durante um jogo de futebol entre a Grécia e Israel.

HOLANDA (PAÍSES BAIXOS)
28 a 31/3: ciclistas reivindicam a suspensão do acordo da associação econômica entre a União Européia e Israel com uma corrida de bicicletas que sai do Tribunal Internacional de Justiça, em Haia (Holanda), no dia 28/3, e chega no dia 31/4, no Parlamento Europeu, em Bruxelas, onde entregam sua petição aos deputados europeus.

ÍNDIA
30/3: em Delhi, exibições, poesia e filmes marcaram o Dia da Terra a Palestina.

ITÁLIA
28/3: uma grande manifestação com sindicatos de base tomou conta de Roma, sob o lema “Loro la crisi, noi la soluzione” (A crise é deles, nós temos as soluções), organizada pelo Cobas. Manifestações pacíficas em solidariedade à Palestina também aconteceram em vários shopping centers em Milão, Turim, Pisa, Bolonha, Roma e Nápoles, organizadas pelo Fórum Palestina.
4/3: passeata convocada pela CGIL e outras organizações e redes percorre as ruas de Roma em direção ao Circo Massimo.

NORUEGA
30/3: em Kristiansand e Oslo aconteceram debates e oficinas em torno da campanha BDS como forma de pressionar Israel. Em algumas vizinhanças de Oslo, ações porta a porta orientaram habitantes sobre a campanha, que produtos boicotar e como se envolver. As manifestações terminaram com um protesto em frente à embaixada israelense em Oslo, organizada pelo Comitê Palestino.

PAQUISTÃO
Em Karachi, aconteceu no dia 28/3 uma conferência sobre a situação palestina. No dia 2/4, manifestações contra o G-20 tomam as ruas da cidade.

QUÊNIA
28/3: a Marcha Mundial das Mulheres participou de ações no dia de apoio às mulheres artistas, afirmando que as mulheres não pagarão pela crise. Acompanhadas de uma batucada feminista, elas desenvolveram suas ações em torno ao trabalho das mulheres, bens comuns, segurança alimentar, violência doméstica e paz.

REINO UNIDO
28/3 a 4/4: Londres recebe participantes de toda Europa para as manifestações que acontecem entre os dias 28/3, contra o sistema capitalista e a crise econômica, e no dia 2/4, contra a guerra e a Otan. Ações relâmpagos, reuniões e debates acontecem ao longo de toda a semana, bem como um acampamento no centro de Londres. Mais informações: www.putpeoplefirst.org.uk

Em Glasgow e Edinburgo, na Escócia, boicotes a supermercados aconteceram nos dias 29 e 30/3 em solidariedade à Palestina, assim como chamadas telefônicas em massa às grandes cadeias de supermercados para reclamar de produtos israelenses vendidos em todo o país.


Para ler a íntegra da Declaração da Assembléia dos Movimentos Sociais, realizada no FSM 2009 em Belém, clique aqui

Para saber mais sobre a campanha BDS (Boicote, Desinvestimentos e Sanções), visite o site: http://www.bdsmovement.net/


Fonte: Brasil de Fato - www.brasildefato.com.br

+15 MIL TRABALHADORES/AS SAEM ÀS RUAS CONTRA A CRISE, EM SÃO PAULO





As centrais sindicais, movimentos populares, entidades estudantis e pastorais sociais reuniram 15 mil pessoas e fizeram uma grande marcha no Ato Internacional Unificado contra a Crise, nesta segunda-feira (30/3), em São Paulo. Os manifestantes cobraram medidas contra o desemprego, a redução dos juros, ampliação dos investimentos públicos e dos direitos trabalhistas e a realização da Reforma Agrária. As ruas de São Paulo se transformaram em uma verdadeira aquarela de cores, em uma passeata de três quilômetros forrada de bandeiras de todos os tons, que simbolizaram a unidade das principais organizações de trabalhadores do país.

Gilmar Mauro, integrante da coordenação nacional do MST, avaliou como um passo importante a unidade das entidades no ato, mas acredita que é preciso avançar. “É preciso desenvolver um trabalho de base e explicar a crise para a classe trabalhadora e mobilizar milhões e milhões de pessoas para resistirmos”, disse Gilmar. “É uma crise social grave e é preciso nos prepararmos para enfrentá-la”. Para o dirigente do MST, “haverá conflitos e problemas de fome e miséria”, uma vez que os problemas da economia são mais profundos que na Crise de 29, tendo conseqüências extremamente graves para todos os povos.

“Estaremos na rua e em todos os latifúndios que pudermos ocupar”, afirmou o integrante da coordenação nacional do MST, José Batista de Oliveira, que fez o compromisso de que os Sem Terra vão intensificar as lutas pela Reforma Agrária no mês de abril. Batista anunciou também que o Movimento prepara marchas em todos os estados para cobrar a Reforma Agrária, entre maio e junho, quando deve acontecer uma paralisação dos trabalhadores contra o desemprego.

A jornada de lutas, que aconteceu hoje por todo o país, foi a mais importante manifestação desde a jornada de 23 de maio, em 2007, quando as organizações populares fizeram em conjunto ações contra a política econômica neoliberal e o modelo do agronegócio, que impede a Reforma Agrária.

Os atos contra a crise foram discutidos na Assembléia dos Movimentos Sociais, no Fórum Social Mundial. Hoje, foram realizados atos em Brasília, Pernambuco, Paraná, Alagoas, Rio de Janeiro, Bahia, Ceará, Maranhão, Sergipe, Rio Grande do Norte, Piauí, Rio Grande do Sul e Pará. Estão previstas manifestações entre 28 de março e 4 de abril em todo o mundo.

"A manifestação foi uma demonstração de maturidade, de unidade das centrais e movimentos populares que estão nas ruas contra as demissões, exigindo medidas dos governos federal, estaduais e municipais para combater o desemprego e a alta rotatividade", declarou o presidente nacional da CUT, Artur Henrique.

“É o primeiro grito unificado da classe trabalhadora contra a crise”, comemorou o deputado federal (PSOL-SP) Ivan Valente. “É uma demonstração de que é possível se unir em defesa da classe trabalhadora, pela queda na taxa de juros e contra o desemprego”, classificou o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, Juruna.

“Não podemos entrar na lógica de privatizar os lucros e socializar as perdas”, questionou o integrante da coordenação nacional da Intersindical, Pedro Paulo. “Temos que fazer uma grande luta para manter os empregos”, cobrou Wagner Gomes, da CTB (Central de Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil). Luis Basségio, da Assembléia Popular, indicou como responsáveis pela crise os bancos e as empresas transnacionais. “Os bancos já tem dinheiro demais e é hora de repartir”, disse.

“A nossa luta está apenas começando. Não aceitamos demissões nem redução de salários”, projetou Zé Maria, da coordenação da Conlutas. “Queremos fazer dessa crise uma momento de oportunidade para mais investimentos na educação”, cobrou Lúcia Stumpf, presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes). “Exigimos políticas que propiciem o primeiro emprego para a juventude”

O coordenador-geral da FUP (Federação Única dos Petroleiros), João Antonio Moraes, afirmou que a greve dos petroleiros, que parou todas as unidades da Petrobras por cinco dias, conseguiu impedir o aumento das demissões nas empresas terceirizadas. "Nossa greve tem tudo a ver com esse ato. Lutamos contra a redução de postos de trabalho na Petrobrás, garantindo o emprego de mais de 200 mil contratados e arrancamos na negociação o compromisso de cessar a política de terceirização e combater a precarização", apontou Moraes.

Na passeata, os manifestantes partiram da frente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na Avenida Paulista, e passaram pelo Banco Central e pela CEF (Caixa Econômica Federal), onde fizeram protestos contra a política econômica. Depois, desceram a Avenida Consolação, até chegar à Praça Ramos, onde aconteceu o encerramento do ato.


Fonte: MST – www.mst.org.br

+O TRABALHO NÃO É MERCADORIA!


Viver para trabalhar ou trabalhar para viver? Viver sem trabalhar ou trabalhar sem viver? Esses dilemas atravessam os tempos. Agora, mais do que outrora, são centrais porque a globalização neoliberal está colocando o trabalho na gaveta do capital. Trata o trabalho como uma mercadoria, igual à terra, à água, à energia etc. Com a globalização, associada às novas tecnologias, as empresas estão intensificando as demissões. Basta-lhes um número reduzido de trabalhadores qualificados, que passam a ser chamados de “colaboradores”.

Este tipo de globalização apresentou a nova divisão social do trabalho como grande novidade dos tempos modernos, com a promessa de gerar mais empregos. Contudo, com ela, foram precarizadas ainda mais as relações e as condições de trabalho, aumentou o individualismo e fragmentaram-se as unidades produtivas. Os trabalhadores tendem, cada vez mais, a perder sua identidade coletiva e sua força de reivindicação de direitos. A flexibilização das leis trabalhistas tornou-se sinônimo do aumento de trabalhadores superexplorados, escravizados, desempregados e descartados. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), entre 1995 e 2005 a taxa de desemprego aberto global foi de 25% no mundo. Para o capital, a centralidade está na produção e não no ser humano que trabalha. Nessa lógica, a desregulamentação do mercado de trabalho é fundamental.

O trabalho não terá fim, como teorizaram alguns autores. Ele continuará a existir e a gerar riqueza que, infelizmente, segue sendo apropriada por uma minoria de “capitães do trabalho”. O capitalismo se nutre do contraditório. Necessita tanto da tecnologia de ponta e do trabalho de “gabinete” quanto do trabalho escravo. Embora este acompanha a história da humanidade, com a globalização neoliberal ele é reinventado e utilizado como um fator estratégico. O sistema capitalista se move sob a lógica da diminuição dos custos da produção para poder acumular mais lucros.

A questão é complexa, como afirma Sebastião Salgado¹: ‘Com o trabalho houve o aumento brutal na produção e o aprimoramento desta leva a um limite: o mundo superdesenvolvido produz apenas para a parcela da humanidade que pode consumir. E esta parcela é de aproximadamente um quinto da população do Planeta. Os outros quatro quintos, a quem caberia o excedente desta produção espetacular, não têm como entrar no consumo. Transferiram tanto de sua renda, transferiram todos os seus recursos para o outro lado, o lado que atropelou o futuro e colocou novos horizontes em suas aspirações, que não tem mais como chegar lá. O Planeta continua dividido. O Norte em crise de excesso e o Sul cada vez mais mergulhado na carência’.

Pensar o tema do trabalho não é tão simples. O sociólogo Anthony Giddens² define trabalho, seja remunerado ou não, “como a realização de tarefas que envolvem o dispêndio de esforço mental e físico, com o objetivo de produzir bens e serviços para satisfazer necessidades humanas. Uma ocupação ou emprego é um trabalho efetuado em troca de um pagamento ou salário regular.

O trabalho é, em todas as culturas, a base da economia.” Mas, não é só isso, pois envolve dimensões objetivas e subjetivas, aspectos econômicos e também éticos. Tem inúmeras compreensões, significados, motivações, resultados e aplicações.

Na complexidade do mundo do trabalho, é preciso pensá-lo por um lado distinto daquele tratado pelo capitalismo. Importa fortalecer as formas solidárias, éticas e justas de trabalhar, o que está em sintonia com a prática da economia solidária. Não basta buscar uma alternativa dentro da economia de mercado; é necessária uma alternativa ao mercado capitalista. Nesse sentido, é significativo o conceito de trabalho decente, formalizado pela OIT em 1999. Ele aponta a necessidade da melhoria da qualidade do emprego, com remuneração justa, amparada pelas leis trabalhistas, que permita uma vida digna. Em outras palavras, significa que o trabalho não pode ser uma mercadoria que se compra e vende.

O trabalho só deixará de ser uma mercadoria quando o ser humano deixar de ser visto como uma peça na engrenagem do capitalismo produtivista. Quando a atividade laboral garantir condições para satisfazer as necessidades básicas de “pão” e “poesia”. Tratado como mercadoria, o trabalho se descaracteriza em sua essência, subtraindo a dignidade e a criatividade de quem o realiza. Não é correto, nem justo ou apreciável que o trabalho em excesso ou mal remunerado, bem como a falta dele se transforme em causa de opressão e exclusão.

É essencial compreender o trabalho como forma de garantir o bem viver de todos. No dizer, de Eduardo Galeano³, precisamos sonhar com outro mundo possível onde a gente trabalhará para viver em lugar de viver para trabalhar; onde não se chamará nível de vida ao nível de consumo, onde ninguém morrerá de fome, porque ninguém morrerá de indigestão, onde cada noite será vivida como se fosse a última e cada dia como se fosse o primeiro. Nesse novo mundo, o trabalho não será um pesadelo, mas um ato criativo, de prazer e realização humana!

Dirceu Benincá e Antonio Alves de Almeida - Doutorandos pela PUC/SP

1) Uma arqueologia da era industrial. Lisboa: Caminho, 1993:7.
2) Sociologia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001:378.
3) Patas Arriba – la escuela del mundo al revés - Siglo Veintiuno de España Editores, Junio 2000.


Fonte: MAB - www.mabnacional.org.br

+VIA CAMPESINA PARTICIPA DE ATO CONTRA CRISE MUNDIAL


Nesta segunda-feira (30/3), dezenas de integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) ligados à Via Campesina do Alto Uruguai Gaúcho e Campos de Cima da Serra participam das manifestações contra a governadora Yeda e contra a crise mundial, em Porto Alegre. O ato também agrega entidades representativas do movimento sindical, estudantil e popular.

Nesta semana os atos contra a crise mundial e em defesa dos trabalhadores estão acontecendo em todo o mundo. A jornada internacional de ações foi definida na Assembléia dos Movimentos Sociais, durante o Fórum Social Mundial de Belém/PA, em janeiro passado. No Brasil, as ações devem acontecer em todas as capitais, estão sendo esperados milhares de manifestantes, pois 800 mil trabalhadores já foram demitidos nos últimos cinco meses. Em São Paulo, estado em que houve o maior número de demissões, desde a semana passada militantes realizam panfletagens e hoje a manifestação acontece na Av. Paulista, coração financeiro do país.

No Rio Grande do Sul, a situação não é diferente, se na cidade os trabalhadores são demitidos, no campo eles são criminalizados. O Governo Yeda é considerado pelas organizações populares gaúchas como um dos piores que o estado já teve. O histórico de perseguição e criminalização aos militantes e movimentos sociais gaúchos se intensificou muito nos últimos anos. Umas das reivindicações dos manifestantes é a realização da Reforma Agrária como uma alternativa para a crise econômica, por garantir a produção de alimentos e para fomentar as pequenas agroindústrias, fortalecendo o mercado interno e promovendo justiça social.

“As mobilizações do dia 30 representam o começo de uma jornada de lutas que deve seguir durante este ano. O povo brasileiro não vai assistir passivamente aos efeitos da crise do capitalismo. Esperamos que a unidade das forças populares fomente lutas sociais em defesa dos trabalhadores e das trabalhadoras, para a construção de um projeto popular de desenvolvimento para o Brasil”, afirmam os coordenadores dos atos nacionais.

Fonte: MAB - www.mabnacional.org.br

+CARTA ABERTA DA PASTORAL DA JUVENTUDE RURAL

Nós, jovens camponesas e camponeses, participantes da VI Assembléia Nacional da Pastoral da Juventude Rural, vindos dos estados do Pará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Pernambuco, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, acolhidos no chão sagrado da Bahia de Antonio Conselheiro e dos lutadores de Canudos, somos sujeitos de uma ação pastoral que privilegia a vida digna no campo e transformação da sociedade, pautados no Evangelho de Jesus Cristo e na vivência das primeiras comunidades cristãs.

Acreditamos que a vida na roça deve ser respeitada e construída cotidianamente como uma luta em favor da justiça e da paz, por isso declaramos que:

Denunciamos o agronegócio e seu projeto de morte, que escraviza trabalhadores, destrói o meio ambiente, prioriza a exportação, fomenta a fome no Brasil produzindo commodities, reforça as relações de exploração e o atrasado latifúndio.

Denunciamos também os aliados deste sinistro projeto: o Poder Judiciário, que fecha os olhos às desigualdades sociais, ousa fechar escolas itinerantes e criminalizar os pobres que se organizam; a Mídia, que confunde a opinião publica distorcendo fatos para legitimar a dominação das elites; o Estado Brasileiro, com suas políticas de financiamento do agronegócio e das transnacionais que saqueiam nossas riquezas.

Ousamos resistir a essa ofensiva das elites, propondo nos organizar para enfrentar as raízes dos problemas sociais que afetam a juventude. Convocamos toda a sociedade brasileira a se por em marcha contra a violência estrutural, física e simbólica que atinge os/as jovens trabalhadores/as, pobres e negros/as deste país. Juntamente com as Pastorais da Juventude do Brasil estaremos atuando no nosso meio, em escolas, nas comunidades para enfrentar as políticas de extermínio do Estado e das Elites.

Anunciamos juntamente com outras forças da Igreja e da Classe Trabalhadora, a construção de um Projeto Popular para o Brasil, que garanta vida digna a todos e todas, com uma Reforma Agrária ampla e massiva, com Políticas Agrícolas que priorizem a produção de alimentos para o povo brasileiro, com Políticas que enfrentem o desemprego e a desigualdade social.

Como discípulos/missionários de Jesus, nos comprometemos em:

* Trabalhar a importância da juventude e o seu protagonismo
* Ajudar os jovens da roça para que assumam a Identidade Camponesa
* Fortalecer nossa participação na Pastoral Orgânica
* Contribuir na construção de um novo jeito de ser Igreja (articulando fé e vida)
* Fortalecer a identidade e a caminhada da PJR Brasil
* Contribuir na transição do modelo agrícola convencional implementando a agroecologia e a cooperação.
* Participar da construção do Projeto Popular.
* Despertar e cultivar a cultura camponesa.
* Participar da construção e efetivação da Educação do Campo e no campo.
* Assumir a questão de gênero


Jovens: há uma esperança para teu futuro. Engajemo-nos na construção de um outro mundo possível.

Pastoral da Juventude Rural


Fonte: PJR - www.pjr.org.br

+MOBILIZAÇÃO CONTRA SARNEY REÚNE CERCA DE 1500 EM SANTA RITA/MA

Depois de 33 km percorridos, na manhã de terça-feira (25) a "Marcha Pela Democracia no Maranhão" chegou a Santa Rita para a realização de um grande ato político, que reuniu 1.500 pessoas.

Com muita expectativa, a população de Santa Rita esperava na praça principal da cidade os 400 marchantes que lá montaram acampamento. A cidade, que dista cerca de 90 km de São Luis, tem histórico de recepção de marchas. “Foram inúmeras as marchas que passaram por aqui”, recorda a professora Iolanda da Silva. “Porém, uma caminhada com tantas representações, tantas bandeiras juntas por um único objetivo é a primeira que acontece”, conclui ansiosa pela chegada dos marchantes.

A Marcha realizou no final da tarde de quarta-feira (26) um ato que denunciou e debateu a situação política do Estado do Maranhão. A mobilização teve a presença do ex-ministro das cidades Olívio Dutra, que também deu seu depoimento. “Não foi fácil conquistar o direito de votar. Durante muito tempo na história só votavam os amigos do rei. Hoje, todos podem votar, mas ainda é necessário lutar para que nosso voto seja reconhecido”, desabafou Dutra com a população durante sua fala.

Os marchantes, em sua maioria camponeses, permanecem animados e decididos a seguir até o fim da caminhada, em São Luís. “Votei em Jackson Lago e quero que meu voto seja respeitado, por isso caminhamos”, relata Epifanio Alves, de 36 anos, que vive em um acampamento do qual 45 pessoas participam da caminhada.

Situação do Processo

O Diário Oficial da Justiça traz nesta quinta-feira (27) o Acórdão, decisão da cassação de Jackson Lago e de seu vice. Ontem, o Acórdão obteve a assinatura do presidente do tribunal, ministro Carlos Ayres Brito. Em seguida foi enviado para publicação no Diário Oficial. Com a publicação do Acórdão, a defesa do governador Jackson Lago tem três dias para encaminhar os embargos de declaração.

Daniel Leite, advogado de defesa, relata que tentaram reverter a decisão no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), onde entraram com um recurso pedindo embargos da decisão. Após a apresentação destes embargos a acusação deve recorrer dos recursos da defesa. Logo será marcado pelo TSE o julgamento dos embargos, onde será decidida a manutenção ou não da cassação do governador.

Mesmo não revertendo a situação Jackson Lago ainda pode recorrer no Supremo Tribunal Federal.

+TRABALHADORES/AS GAÚCHOS/AS REIVINDICAM SEUS DIREITOS, EMPREGO E REFORMA AGRÁRIA

+SOBERANIA ENERGÉTICA E REFORMA AGRÁRIA UNIFICAM MOVIMENTOS DO BRASIL E PARAGUAI

Um ato simbólico nesta quinta-feira (26/3) reune organizações sociais do Paraguai e do Brasil na Ponte da Amizade, entre Ciudad del Este e Foz do Iguaçu. A iniciativa simboliza o começo de um processo de articulação entre movimentos sociais dos países vizinhos, em defesa de soberania energética e Reforma Agrária.

O CUPS (Congresso Unitário Político e Social), fórum que congrega diferentes organizações sociais do Paraguai, realiza mobilizações em oito departamentos do país. No dia 26, movimentos paraguaios e brasileiros realizam ato conjunto na Ponte da Amizade.

“Historicamente temos sido objeto de apoio para o surgimento de organizações de relevância política no Paraguai, o que possibilitou, no dia 20 de abril de 2008, a derrota de uma máfia que estava no poder havia 60 anos”, sustenta o sindicalista Roberto Colman, integrante da CNSIE (Coordenação Nacional pela Soberania e a Integração Energética do Paraguai).

A pressão por Reforma Agrária e a defesa da soberania energética do Paraguai são os dois eixos principais da mobilização. Segundo Colman, tanto na hidrelétrica de Itaipu, em gestão com o Brasil, como em Yaciretá, que o Paraguai divide com a Argentina, há seis pontos que o país pretende negociar: a livre disponibilidade de energia ao Paraguai, preço justo pelo excedente vendido, revisão das dívidas, cogestão plena, auditorias nas entidades e conclusão de obras.

Luís Aguayo, secretário-geral da MCNOC (Mesa Coordenadora Nacional das Organizações Camponeses), afirma que existiram 13 milhões de hectares de terras irregulares no Paraguai. No entanto, a Reforma Agrária não avança por problemas na estrutura do Estado. “É preciso modificar esta velha estrutura, contraditória para o início da reforma agrária”, assinala.

Os movimentos prometem realizar uma troca de bandeiras na Ponte da Amizade. “Será um ato simbólico, no sentido da solidariedade entre os povos”, afirma Roberto Baggio, dirigente do MST no Paraná. A Via Campesina deve enviar representantes ao ato. Para Baggio, a articulação entre movimentos sociais dos dois países é importante para dar força às reivindicações compartilhadas pelos dois povos. “Brasileiros e paraguaios têm problemas comuns. Neste momento, a luta por Reforma Agrária, soberania alimentar, soberania sobre as sementes, sobre os recursos naturais e energéticos formam uma plataforma comum de lutas. As mobilizações desta semana são passos iniciais para construirmos uma pratica de solidariedade permanente entre os povos”, afirma.

Unidade

Partidos de esquerda e movimentos sociais vêm buscando espaços de unidade para promover mobilizações no Paraguai. São três eixos que orientam a atuação do CUPS (Congresso Unitário Político e Social): defesa do processo de mudança no Paraguai e do aprofundamento dos espaços democráticos; soberania nacional sobre terra, energia, alimentos e cultura; justiça social com Reforma Agrária e emprego.

O objetivo é recuperar o espaço perdido com a fragmentação da esquerda nas últimas eleições e construir agendas e temas comuns para pressionar o governo de Fernando Lugo a concretizar as promessas com as quais se elegeu. Para Luís Aguayos, da MCNOC, a fragmentação resultou em pouca participação das organizações sociais no Congresso Nacional. “Houve imaturidade”, avalia. “Agora estamos numa tentativa de construir espaços de unidade. Aos poucos, existem avanços”, completa.

Para Roberto Colman, falta uma proposta conjunta das forças sociais que represente uma alternativa. Ele acredita que as experiências realizadas em anos anteriores, contra as privatizações no país, estão servindo de exemplo para esta tentativa de rearticulação das forças sociais. “Ainda não estão todos os setores, mas é um início importante com articulações e diálogos entre frentes sociais e partidos progressistas importantes do país. A unidade é fundamental para o equilíbrio do poder político e para conquistarmos as grandes transformações sociais de que necessitamos”, diz.


Fonte: www.brasildefato.com.br

+TRABALHADORES E TRABALHADORAS NÃO PAGARÃO PELA CRISE!!!


Trabalhadores e trabalhadoras não pagarão pela crise! Não às demissões! Pela redução dos juros, pelos investimentos públicos e em defesa dos direitos trabalhistas e sociais!

O Brasil vai às ruas na próxima segunda-feira, 30 de março. Os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade estarão unidos contra a crise e as demissões, por emprego e salário, pela manutenção e ampliação de direitos, pela redução dos juros e da jornada de trabalho sem redução de salários, pela Reforma Agrária e em defesa dos investimentos em políticas sociais.

A crise da especulação e dos monopólios estourou no centro do sistema capitalista, os Estados Unidos, e atinge as economias menos desenvolvidas. Lá fora - e também no Brasil -, estão sendo torrados trilhões de dólares para cobrir o rombo das multinacionais, em um poço sem fim, mas o desemprego continua se alastrando, podendo atingir mais 50 milhões de pessoas.

No Brasil, a ação nefasta e oportunista das multinacionais do setor automotivo e de empresas como a Vale do Rio Doce, CSN e Embraer, levaram à demissão de mais de 800 mil trabalhadores nos últimos cinco meses.

O povo não é o culpado pela crise. Ela é resultante de um sistema que entra em crise periodicamente e transformou o planeta em um imenso cassino financeiro, com regras ditadas pelo "deus mercado". Diante do fracasso desta lógica excludente, querem que a classe trabalhadora pague a fatura em forma de demissões, redução de salários e de direitos, injeção de recursos do BNDES nas empresas que estão demitindo e criminalização dos movimentos sociais. Basta!

A precarização, o arrocho salarial e o desemprego enfraquecem o mercado interno, deixando o país vulnerável e à mercê da crise, prejudicando fundamentalmente os mais pobres; nas favelas e periferias, É preciso cortar drasticamente os juros, reduzir a jornada sem reduzir os salários, acelerar a reforma agrária, ampliar as políticas públicas em habitação, saneamento, educação e saúde, e medidas concretas dos governos para impedir as demissões, garantir o emprego e a renda dos trabalhadores.
Manifestamos nosso apoio a todos os que sofreram demissões, em particular aos 4.270 funcionários da Embraer, ressaltando que estamos na luta pela readmissão.

O dia 30 também é simbólico, pois nesta data se lembra a defesa da terra Palestina, a solidariedade contra a política terrorista do Estado de Israel, pela soberania e auto-determinação dos povos.

Com este espírito de unidade e luta, vamos construir em todo o país grandes mobilizações. O dia 30 de março será o primeiro passo da jornada. Some-se conosco, participe!

Não às demissões!
Redução dos juros!
Redução da jornada sem redução de salários e direitos!
Reforma Agrária já!
Por saúde, educação e moradia!
Em defesa dos serviços e servidores públicos!
Solidariedade ao povo palestino!
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Organizadores:
Assembléia Popular, Cebrapaz, CGTB, CMB, CMS, Conam, Conlutas, Conlute, CTB, CUT, Força Sindical, Intersindical, Marcha Mundial de Mulheres, MST, MTL, MTST, NCST, OCLAE, UBES, UBM-FDIM, UGT, UNE, Unegro, Via Campesina


Fonte: MAB - www.mabnacional.org.br

+MANIFESTO EM DEFESA DAS ESCOLAS ITINERANTES

A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crucius, e parte direitista do Ministério Público do estado estão golpeando as Escolas Itinerantes do MST no Rio Grande do Sul, decretando o banimento dessas instituições educativas. O ato de proscrever essa inspiradora iniciativa educativa do MST é parte do processo de criminalização e de expulsão do MST do estado, conforme vem sendo denunciado pelas entidades democráticas de dezenas de países.

Para proteger os latifúndios e as corporações, em especial as de celulose, Yeda e seus aliados querem cortar o que julgam ser o "mal pela raiz": a educação das crianças, dos jovens e dos adultos que estão acampadas há anos, pois nada é feito em prol da reforma agrária. A governadora quer silenciá-los.

Os camponeses foram expropriados de suas terras pelo poder do grande capital e nenhuma alternativa econômica lhes foi possibilitada. É por isso que as bandeiras do MST tremulam à beira das rodovias que ladeiam os latifúndios destrutivos. Dignamente os camponeses resistem lutando pela democracia que, para ser verdadeira, não pode prescindir dos meios econômicos que assegurem condições de vida humana. E as Escolas Itinerantes são parte desse processo civilizatório.

As Escolas Itinerantes do MST são espaços de conhecimento, criação, socialização com base em valores ético-políticos libertários e democráticos. São espaços públicos de formação humana, de crítica e de renovação do pensamento pedagógico brasileiro e latino-americano. Estudiosos de diversos países as investigam e as difundem por meio de teses, artigos, experiências de educação popular, propagando ideais pedagógicos originalmente sistematizados e difundidos por Paulo Freire. As Escolas Itinerantes são lugares que estão propiciando reflexões que permitem construir um melhor futuro para a educação pública, gratuita, laica e autônoma frente aos interesses particularistas e mesquinhos como os professados pelo atual governo estadual.

Exigimos a imediata reabertura das Escolas Itinerantes acompanhadas pelo MST, bem como a garantia de que o poder público assegurará a infra-estrutura necessária ao pleno funcionamento das mesmas. Os signatários do presente Manifesto estarão acompanhando as ações do governo estadual nos sindicatos, nas escolas, nas universidades, nas lutas sociais, promovendo denúncias e atos políticos até que as escolas voltem às crianças, aos jovens e aos professores que nelas atuam.

Assinam:

Carlos Walter Porto-Gonçalves – UFF
Eduardo Galeano – Escritor (Uruguai)
Emir Sader – UERJ, Secretario Executivo do CLACSO
Gaudêncio Frigotto – UERJ
Ivana Jinkings –Editora Boitempo
Marcelo Badaró - UFF
Roberto Leher – UFRJ
Virgínia Fontes - UFF e Fiocruz

Assine você também!

Para aderir ao manifesto, clique aqui

Você também pode dirigir o texto com sua assinatura para:

Yeda Crusius: governadora@gg.rs.gov.br; Ministério Público: pgj@mp.rs.gov.br; Assembléia Legislativa - Presidente Ivar Pavan (PT): ivarpavan@al.rs.gov.br
c/c: MST RS: mstrs@mst.org.br

Participe! Defenda a democracia!

+DOM OSCAR ROMERO: 29 ANOS DO MARTÍRIO

Monsenhor no Hospitalito, sozinho com Deus.
Na Catedral, com seu povo.
Em meio ao povo e em sua defesa até o fim.


Em muitos lugares está sendo celebrado o XXIX Aniversário do assassinato-martírio de Monsenhor Romero. No sábado, 21, em uma vigília popular. Hoje (24), às 12:00 horas, em uma missa na Catedral, presidida pelo arcebispo, Dom José Luis Escobar, e às 15:30 horas em outra missa na Cripta, presidida por Monsenhor Rosa. Agora, nesta eucaristia, o recordamos na Capela da UCA (Universidad Centroamericana, em El Salvador). Pedimos-lhe que nos abençoe; que nos anime a ser uma universidade como ele queria e a converter-nos quando, por ação ou por omissão, não o somos. E lhe pedimos que professores, administrativos, trabalhadores/ras e alunos sempre recordem seu nome, o recordem e o honrem.

Para torná-lo presente entre nós, elegi duas leituras. O evangelho é o do Bom Pastor, pois a universidade, com tudo o que tem, conhecimentos e recursos, deve pastorear de maneira universitária o povo salvadorenho. Antes de qualquer outra coisa, deve alimentar as maiorias famintas de pão e de trabalho, de justiça e de verdade. E deve defendê-las dos mercenários, dos poderosos de todo tipo, que não as apascentam; mas, que, muitas vezes, as devoram, como denunciava o profeta Oséias. E nessa defesa, a universidade deve correr riscos, como o bom pastor. Quem nos recorda essa verdade são os nossos companheiros aqui enterrados.

A segunda leitura nos diz quem é esse bom pastor: Jesus de Nazaré. Em palavras belas e bem pensadas, diz-se que Ele "passou fazendo o bem, curando os oprimidos". E agrega, em tom de confissão, o que não costumamos levar em consideração: "que Deus estava com Ele".

Agora, queremos recordar Monsenhor Romero bom pastor a partir de três coisas muito próprias dele: o Hospitalito, a Catedral e seu caminhar com o povo, defendendo-o até o fim.

1. No Hospitalito, sozinho com Deus

Sabe-se que, após sua nomeação como arcebispo, a oligarquia quis atraí-lo para seu lado e lhe ofereceu um palácio episcopal com as habituais comodidades mundanas. Porém, Mons. Romero não aceitou e foi viver em uma modesta casa junto ao Hospital ‘La Divina Providencia’. Lá, muitas vezes, recebeu à noite pessoas de todo tipo. Lá, aos sábados, preparava suas homilias dominicais. E lá, como Jesus junto ao lago ou no horto, orava ao Deus que vê no escondido. A Ir. Teresa contava que altas horas da madrugada via luz na casa de Monsenhor e lhe levava um suco de laranja. O encontrava rezando.

No Hospitalito, em tempos de graves riscos, Mons. Romero vivia sozinho e sem segurança. As pessoas mais próximas eram mulheres, enfermas de câncer incurável, pobres todas elas, com a angústia permanente de não saber o que seria de seus filhos depois que morressem. Monsenhor -tão indiferente às honras mundanas- confessou que teria gostado de ganhar o Prêmio Nobel da Paz de 1978 para, com o dinheiro do prêmio, aliviar a sorte das mulheres enfermas.

Somente Deus que vê no escondido sabe bem quem era o Monsenhor do Hospitalito e o que significava Deus para ele. Porém, algumas coisas podemos recordar. Pouco antes de sua morte, nos momentos mais difíceis do povo salvadorenho, Mons. Romero lhes falou de "Deus":

"Nenhum homem se conhece enquanto não se encontrou com Deus. Quem me dera, queridos irmãos, que o fruto dessa predicação fosse que nos encontrássemos com Deus" (Homilia de 10 de fevereiro de 1989).

E a essas palavras mais reflexivas, agregou outras mais entranháveis. Com humildade dizia: "meu desejo mais íntimo é que eu não seja um empecilho no diálogo de vocês com Deus". E, com entusiasmo, acrescentou: "me alegra muito quando tem gente simples que encontra em minhas palavras um veículo para aproximar-se de Deus" (Homilia de 27 de janeiro de 1980). E com Deus consolava as pessoas: "Deus vai com nossa história. Deus não nos abandonou" (Homilia 9 de dezembro de 1979).

A todos, também a UCA e à Igreja, Ele nos pergunta e nos convida a "estar sozinhos com Deus". E aos que não mencionam esse nome, pergunta-lhes e os convida a estar socinhos, sem defesas e em entrega total, com aquele bom que vejam como último: a compaixão, a justiça, a verdade. "Sozinhos". Sem poder ir além.

2. Na Catedral com seu povo

O Monsenhor da Catedral é mais conhecido. É o Monsenhor das homilias, dos pobres e das vítimas, dos horrores da repressão e da esperança de justiça. É o Deus das organizações populares, dos sacerdotes perseguidos e assassinados, dos inúmeros mártires, sem que Monsenhor deixasse a nenhum deles e delas sem nome. É o Deus do povo salvadorenho. Aqueles que tivemos a sorte de escutá-lo, o recordamos muito bem. Vamos citar algumas palavras suas; porém, talvez o mais importante é saber como preparava suas homilias -profunda lição- para a Igreja, para a UCA, para os meios de comunicação, e para todas as instituições e organismos que querem servir ao povo. Na véspera de seu assassinato, disse Monsenhor:

"Peço ao Senhor, durante toda a semana, enquanto vou recolhendo o clamor do povo e a dor de tanto crime, a ignomínia de tanta violência, que me dê a palavra oportuna para consolar, para denunciar, para chamar ao arrependimento" (Homilia de 23 de março de 1980)

Daí surgia a denúncia e a profecia, e por surgir da dor e do clamor do povo, iam além de declarações éticas ou da doutrina social:

"Eu denuncio, sobretudo, a absolutização da riqueza. Este é o grande mal de El Salvador: a riqueza, a propriedade privada como um absoluto intocável. E ai daquele que toque nessa cerca de alta tensão! Se queima!". "Vivemos em uma falsa ordem baseada na repressão e no medo". "Roubar tornou-se comum. E aquele que não rouba é chamado de tonto". "Brinca-se com o povo; brinca-se com as votações; brinca-se com a dignidade das pessoas". "Estamos em um mundo de mentiras, onde ninguém acredita em nada". E como um Amós ou um Miquéias, dizia: "isso é o império do inferno". A exigência é como ser Igreja e ser universidade de ciência e de profecia.

Nos últimos meses, Monsenhor Romero foi, todavia, mais duro -se é que se pode falar assim-, ao dizer a verdade. E a razão era a compaixão: a verdade estava a favor do povo, que muitas vezes somente tinha a verdade a seu favor. Por isso, a denúncia profética subiu de tom. Porém, é importante recordar também umas palavras cheias de honradez e muito próprias de Monsenhor, que, tomara, todos as tenhamos presentes: "temos que começar em casa".

"Quem denuncia deve estar disposto a ser denunciado e se a Igreja denuncia as injustiças, está disposta também a escutar denúncias contra si e está obrigada a converter-se... Os pobres são o grito constante que denuncia não somente a injustiça social, mas também a pouca generosidade de nossa própria Igreja" (Homilia de 17 de fevereiro de 1980).

3. No meio do povo e em sua defesa até o fim

Monsenhor manteve-se firme na compaixão e na denúncia, sem falcatruas. Sua compaixão e sua profecia não foram ‘flor de um dia’, nem foram palavras, política e eclesiasticamente, corretas. Na sociedade não encontrou facilidades; porém, tampouco encontrou facilidades na Igreja enquanto instituição hierárquica; às vezes, muito pelo contrário. Manteve-se firme e até o último momento defendeu as vítimas, mesmo sabendo que ele poderia ser a próxima. E assim foi.

Monsenhor Romero levou a serio as palavras de Puebla. Deus "ama os pobres e os defende". A primeira o levou a desgastar-se em uma pastoral a favor da justiça, da esperança e da vida dos pobres. A segunda, a enfrentar-se com quem os oprimiam e reprimiam. Colocou a sua Igreja nessa direção de defesa e enfrentamento, de modo que, sem intenções idealistas, chegou a ser uma "Igreja dos pobres". Isso significou riscos e confrontos. "Por defender o pobre, a Igreja entrou em grave conflito com os poderosos das oligarquias econômicas" (Discurso de Lovaina, 2 de fevereiro de 1980). Já antes havia constatado as consequências e emitiu um julgamento notoriamente evangélico, que nunca se emite: "Seria triste que em uma pátria onde estão assassinando tão horrorosamente não contáramos também sacerdotes entre as vítimas. Estes, são o testemunho de uma Igreja encarnada nos problemas do povo" (Homilia de 24 de junho de 1979).

Atualmente, em um mundo mal chamado de globalização e que, na realidade, vive em transe de cruz, pretende eliminar arestas ao horror da realidade e silencia milhões de crucificados -no Iraque, no Congo, em Gaza, no Haiti-, tornar Deus presente na história é seguir Jesus carregando a cruz. Não com uma cruz abstrata e sem história; mas concreta, salvadorenha. "Cristo é Deus majestoso que se faz homem humilde até a morte dos escravos em uma cruz e vive com os pobres... assim deve ser nossa fé cristã" (Homilia de 17 de fevereiro de 1980). Monsenhor o intuiu desde o início. Em Aguilares, no dia 19 de junho de 1977, começou a homilia com estas palavras: "minha responsabilidade é ir recolhendo atropelos e cadáveres". Palavras para a UCA, para a Igreja e para todos.

Monsenhor manteve a defesa de seu povo até o fim e, com isso, manteve a esperança. Dois eram seus pilares, como intuiu Ignacio Ellacuría: Deus e o próprio povo. Sem nenhuma rotina, nas horas mais trágicas de El Salvador, não se cansou de repetir o Emanuel. "Deus vai com nossa história. Deus não nos abandonou. Nenhum cristão deve sentir-se sozinho em seu caminhar; nenhuma família tem que se sentir desamparada; nenhum povo deve ser pessimista, mesmo em meio às crises que parecem mais insolúveis". É o "consolai, consolai o meu povo", de Isaías. E a esse povo deu-lhe dignidade. "Vocês são o divino transpassado", disse em Aguilares a uns camponeses aterrorizados no dia em que foi celebrar a eucaristia quando os soldados, um mês depois em que o povoado havia sido invadido, ocupado e abandonado à sua sorte. Monsenhor dizia: "sobre estas ruínas brilhará a glória do Senhor".

As ameaças iam aumentando. Em sua última homilia, confessou: "Esta semana me chegou um aviso de que estou na lista dos que serão eliminados na próxima semana". E automaticamente, como se se houvesse convertido em segunda natureza, Monsenhor pôs sua morte em relação à salvação do povo: "que meu sangue seja semente de liberdade e sinal de que a esperança logo será uma realidade".

E na relação com o povo, em um supremo esforço para impedir maiores atrocidades, pronunciou as palavras finais de sua homilia, fato insuperável na história do país, da Igreja e de qualquer lugar onde haja um rastro de humanidade: "em nome de Deus e em nome desse sofrido povo, cujos lamentos sobem até o céu cada dia mais tumultuosos, suplico-lhes, rogo-lhes, ordeno-lhes em nome de Deus: parem com a repressão" (23 de março de 1980).

Nunca antes se havia escutado palavras semelhantes; e nunca mais voltaram a ser escutadas. Foram acolhidas com um estrondoso aplauso, nunca antes escutado, e que nunca mais voltou a ser escutado:

Com a morte de Monsenhor, sua palavra não morreu. Poucos dias depois de seu assassinato, em uma missa celebrada na UCA, o Padre Ellacuría disse: "Com Mons. Romero, Deus passou por El Salvador". Muitas vezes repetimos essas palavras e hoje voltamos a perguntar-nos: é verdade? Sim, em muitos lugares. Basta recordar algumas coisas desses dias.

No dia 2 de março, Noam Chomsky, proeminente pensador estadunidense, lutador por causas nobres, muitas delas "perdidas"; acossado de muitas formas pelos poderes estabelecidos, acaba de completar 80 anos. O diário El País o entrevistou sobre temas conhecidos profissionalmente pelo autor: a situação da política internacional, os meios, internet... Porém, rompendo a lógica da profissão, a entrevista termina com uma pergunta pessoal: "Em sua idade, o que o faz continuar lutando?". E ele respondeu:

"Imagens como essa [Chomsky indica um quadro pendurado em seu escritório, no qual se vê o anjo exterminador junto ao arcebispo Romero e aos seis intelectuais jesuítas assassinados em El Salvador nos anos 80 pelos esquadrões da morte]. Um de meus fracassos é que nenhum estadunidense saiba o que significa esse quadro".

No dia 15 de março, algo novo aconteceu em El Salvador. O partido Arena, que nunca havia pronunciado oficialmente o nome de Monsenhor Romero -penso que por medo e por uma espécie de insuperável paralisia fonética-, perdeu as eleições. Mas, o vencedor, presidente eleito, Mauricio Funes, sim, o pronunciou. Analistas existem e existirão que julguem sobre convicções e intenções. Porém, remeter-se a Mons. Romero nesse momento e apresentá-lo como o mais entranhável que produziu e possui El Salvador, indica que Mons. Romero continua vivo.

Na vigília do dia 21 de março, durante a marcha e diante da catedral, muitos salvadorenhos/as sentiram uma vez mais a presença de Monsenhor. Com sentido humano e cristão -e com estranho sentido teológico-, não expressaram essa presença, pelo menos no fundamental, porque tivessem agora em suas mãos "mais poder"; porém, a expressaram com um sentimento de dignidade, esperança e alegria. Com Monsenhor podiam continuar trabalhando e caminhando. E celebrando a vida.

[No dia 26 de março, por primeira vez na história do país se instaurou um tribunal de justiça restaurativa para que, após desentender-se de tanto crime, por vileza ou pela lei de anistia, o Estado reconheça sua culpa e peça perdão; para que as vítimas recuperem dignidade; e para que depois de muitos anos sejam dados passos de reconciliação. Monsenhor Romero passava por El Salvador nos esforços denodados de muitos profissionais para a instauração do tribunal; na palavra das testemunhas, dos familiares das vítimas e, às vezes, das próprias vítimas; na dignidade, no alívio, na mão estendida que essas palavras expressavam].

Terminamos por onde começamos. Estamos na Capela da UCA. Convido-os a tornar realidade o compromisso assumido pelo padre Ellacuría quando, diante de Monsenhor, em 1985, recebeu o Doutorado Honoris Causa outorgado pela UCA.

1. Uma autêntica inserção na realidade nacional lacerada, quase ferida mortalmente, sacudida hoje por dez assassinatos a cada dia, sem ceder à tentação de distanciar-nos dela, mas como algo que traz benefício para a excelência acadêmica.

2. Não cair na neutralidade falaz e concretizar o bem comum a partir do bem das maiorias pobres e oprimidas, das vítimas: isto é, fazer uma opção livre pelos pobres deste país e manter-nos firmes nela.

3. Após a guerra, propiciar e defender de todas as formas possíveis uma paz verdadeira, os direitos humanos e a reconciliação real; frear o sangramento do país e trabalhar para que não sejam necessárias as migrações desumanas.

4. Não desistir da esperança de construir um futuro melhor, mais humano e humanizado. Especialmente, devolver palavra, consolo, dignidade e reparação às vítimas. E deixar-nos salvar por elas.

5. Que não se esmoreça, mas que se robusteça a inspiração cristã que movia todo o atuar de Mons. Romero. O Monsenhor que vivia da fé em Jesus nos move a dar a vida pelos que sofrem, tal como lemos no evangelho.

Peçamos a Deus que esta Universidade, com humildade e com decisão, com convicção e com alegria, seja fiel seguidora de Monsenhor Romero


Jon Sobrino
24 de março, 2009



Fonte: ADITAL - www.adital.com.br