Semana Nacional de Combate ao Trabalho Escravo

Em Minas Gerais, mais de 120 pessoas, entre elas diversas autoridades e representantes de entidades da sociedade civil, participaram de ato público, no dia 26 de janeiro, em que apoiaram o abaixo-assinado pela aprovação da PEC do Trabalho Escravo e divulgaram uma carta aberta pela reestruturação das fiscalizações no Noroeste de Minas. O ato público, intitulado “Combate ao Trabalho Escravo em Minas Gerais – Perspectivas e Desafios”, foi promovido pelo Ministério Público do Trabalho em Minas Gerais (MPT) e pela Coordenadoria Nacional de Combate ao Trabalho Escravo (Conatrae). A manifestação foi programada para marcar, em Minas Gerais, o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, comemorado em 28 de janeiro, data do assassinato de servidores do Ministério do Trabalho durante fiscalização no município de Unaí (MG), em 2004. O coordenador nacional de Combate ao Trabalho Escravo do MPT, Sebastião Caixeta, destacou o simbolismo de a abertura das atividades da semana acontecer em Minas. “O crime de Unaí foi uma afronta não só às famílias, mas também ao poder do Estado que estava ali encarnado pelos fiscais”, afirmou. “É imperioso que o trabalho de fiscalização se mantenha firme para fazer frente a essa forma de vil de exploração”. Durante toda a semana outras atividades estão sendo realizadas em várias partes do país. Confira abaixo:

Em Porto Alegre (RS) – Dentro das atividades do Fórum Social Mundial, foi realizada oficina intitulada “Trabalho escravo: o quanto já caminhamos e o que falta fazer”, na quarta-feira, 27. Organizada pela Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae) e pela ONG Repórter Brasil, a oficina contará com a presença do Ministro Paulo Vannuchi, do Senador José Nery, da secretária de Inspeção do Trabalho, Ruth Beatriz, da diretora da Organização Internacional do Trabalho no Brasil, Laís Abramo, do Frei Xavier Plassat (Comissão Pastoral da Terra), de Leonardo Sakamoto (ONG Repórter Brasil), e outros.

Em Brasília (DF) - Na quinta-feira, 28, será realizado um grande Ato Público em frente ao Supremo Tribunal Federal, com o tema “Chacina de Unaí – 6 anos de Impunidade – Julgamento Já”. O ato acontecerá às 10 horas.

No Tocantins - dia 28 às 18h30, uma sessão solene da Conatrae será realizada no Palácio do Governo, em Palmas (TO), ocasião em que o Governo assumirá protocolo de intenção garantindo a implementação do Plano Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo. Araguaína (TO) acolherá, na Casa dona Olinda, o encontro das CPT’s da Região Norte (de 27 a 29/01) e a reunião Coordenação Nacional da Campanha de Combate ao Trabalho Escravo com delegados de 8 estados (do dia 31/01 a 02/02).

Em Recife (PE) – Também na quinta-feira (28), às 14h, o Ministério Público do Trabalho promove, em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego e a Federação dos Trabalhadores Rurais de Pernambuco, o seminário “Trabalho decente no meio rural: desafios e perspectivas”, no auditório do MTE.

Em São Paulo (SP) - de 28 a 29/01, será realizado o I Fórum Estadual de Combate ao Trabalho Escravo.

Outros eventos acontecerão em Belém (PA) - Ato político e cultural na Praça da República, no domingo, dia 31, com coleta de assinaturas em favor da PEC 438/01 e apresentações de artistas locais.


Fonte: www.cptnac.com.br

Espetacularização da Justiça - Nota da Coordenação Nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT)

Tem sido noticiada fartamente por todos os grandes meios de comunicação, nos dias 26, 27 e 28 de janeiro de 2010, a prisão de nove trabalhadores nos municípios de Iaras e Borebi, interior de São Paulo, acusadas de participação na ocupação e nas ações em terras da Cutrale, cujo objetivo era de chamar a atenção da sociedade brasileira sobre as terras públicas ocupadas pela maior exportadora de suco de laranja do mundo, no final de 2009. Os sem-terra foram presos e algemados. A imagem de Miguel Serpa, uma das lideranças do MST na região, algemado, e de outros foi estampada nos jornais e veiculado nos noticiários dos canais de televisão brasileiros.

Este caso nos faz lembrar de como, em 2008, quando a PF na operação Satiagraha prendeu 17 pessoas, entre elas o banqueiro Daniel Dantas, o investidor Naji Nahas, e o ex-prefeito Celso Pitta, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, acusou de "espetacularização" a prisão feita pela PF e criticou o uso das algemas. Ainda avaliou que, de modo geral, existe exposição “excessiva e degradante” das pessoas investigadas pela Justiça. Diversos senadores e deputados saíram em apoio ao Presidente do Supremo por ter tomado esta posição. Alguns dias depois, no dia 06 de agosto, o STF decidiu, por unanimidade, proibir o uso abusivo de algemas, pois na palavra do presidente do Supremo, fere o "princípio da dignidade da pessoa humana”.

Diante disto a Coordenação Nacional da Comissão Pastoral da Terra, se pergunta: Onde estão o presidente do STF, Gilmar Mendes, e os demais ministros do Supremo e os políticos tão ciosos da preservação da dignidade humana? Por acaso se ouviu da parte deles a condenação do abuso da ação policial na prisão dos trabalhadores? Não terá sido uma exposição “excessiva e degradante” à que foram submetidos e que fere o princípio da dignidade da pessoa humana?

Mas, não adianta esperar por tais manifestações, pois faz parte da cultura jurídica interpretativa dos fatos e das leis, em nosso país, a diferença de tratamento entre a elite deste país e os trabalhadores.

O que é mais grave, a destruição de alguns pés de laranja, ou o assalto aos cofres públicos com o desvio de milhões e milhões para interesses particulares ou partidários? Na interpretação das mais altas autoridades do Judiciário, quem desvia recursos públicos, quem se locupleta com os bens da Nação, merece um tratamento cuidadoso, pois sua dignidade não pode ser arranhada. Já o pobre, quando ativamente luta pelos seus direitos, quando denuncia o esbulho do patrimônio público, como a grilagem de terras praticada pela Cutrale, este tem que ser exemplarmente punido, para desestimular ações semelhantes.

Situações como esta não são novidade. Já o profeta Isaias denunciava os que “convertiam o mal em bem e o bem em mal” e proclamava “Ai dos que absolvem o injusto a troco de suborno e negam fazer justiça ao justo” (Isaias 5, 20 e 22). A CPT só espera que um dia realmente todos sejam iguais perante a lei, como afirma a Constituição Federal.

Goiânia, 29 de janeiro de 2010.

A Coordenação Nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT)


Fonte: www.cptnac.com.br

Representantes da SEDH se reúnem com Ouvidor da Polícia da Paraíba

“Ação do Estado de apurar e punir policiais envolvidos em crimes gera credibilidade”

Depois de visitar o secretário da Segurança e da Defesa Social (SEDS), Gustavo Gominho, representantes da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH) da Presidência da República se reuniram na manhã desta sexta-feira (29) com o ouvidor da Polícia, advogado Mário Júnior, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

O ouvidor explicou durante o encontro que houve um aumento significativo de denúncias de desvio de conduta de policiais, esclarecendo que há atualmente uma credibilidade que motiva as pessoas denunciarem o cerceamento dos direitos de cidadão. “A resposta do Estado em apurar e punir policiais que cometem crimes tem gerado credibilidade na sociedade”, disse.

Segundo ele, na verdade, o que aumentou foi a confiança do povo no novo estilo de se fazer segurança pública, trazendo a sociedade para o debate, tratando tudo com clareza e retidão como é o dever do Estado.

“Uma prova de que a população acredita nas providências adotadas é que hoje a sociedade se encoraja em denunciar e isso já provocou um aumente de 300% nesse aspecto, com os interessados procurando pessoalmente a Ouvidoria”, completou.

O encontro contou com a presença de representantes das instituições ligadas aos direitos humanos da Câmara Federal, do Conselho Estadual e outras entidades da sociedade civil, a exemplo da OAB-PB, Pastorais Sociais e Justiça Global.


Fonte: www.paraiba.pb.gov.br

Fórum Social Mundial: movimentos apresentam agenda comum de lutas

Os movimentos sociais e organizações populares reunidos na Assembléia dos Movimentos Sociais do Fórum Social Mundial de Salvador, que terminou neste domingo (31/1), divulgaram um documento em que convocam a Assembléia Nacional dos Movimentos Sociais para o dia 31 de maio, em São Paulo, e definem as bandeiras de luta para o próximo período.

Leia abaixo o documento.

ASSEMBLÉIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS

Salvador, 31 de janeiro de 2010.

10 ANOS DO FSM - OUTRO MUNDO É POSSÍVEL E NECESSÁRIO

Nós, militantes de diversas organizações dos movimentos sociais reunidos no FSMT de Salvador, realizamos a Assembleia dos Movimentos Sociais com o intuito de consolidar uma plataforma de bandeiras unitárias e calendário de lutas.

O Fórum Social Mundial surgiu em 2001 como uma forma de resistência dos povos de todo o planeta contra a avalanche neoliberal dos anos 90. Dessa forma ganhou força e se tornou um grande pólo contra hegemônico ao capital financeiro. Ao longo desses 10 anos passou pelo Brasil, Venezuela, Índia e Quênia, e outros países, levando a esperança de um mundo novo.

Foi dessa maneira que o FSM conseguiu contagiar corações e mentes para a ideia de que é sim possível construir outro mundo com justiça social, democracia, sem destruir o planeta e valorizando as culturas nacionais. O FSM foi fundamental para a construção de uma nova conjuntura que valorize a integração e a solidariedade entre os povos. E é assim que partiremos para novas lutas e para construir o próximo Fórum Social Mundial em Dakar em janeiro de 2011.

Com o declínio do neoliberalismo e a crise do capitalismo os valores representados por esse sistema passam a ser questionados pela sociedade. Assim, o capitalismo predatório que destrói o meio ambiente causando graves desequilíbrios climáticos, que desrespeita os povos de todo o mundo e suas soberanias, que explora o trabalhador e desestrutura o mundo do trabalho, que exclui o jovem, discrimina o homossexual, oprime a mulher, marginaliza o negro, mercantiliza a cultura é agora visto com ressalvas.

A crise financeira mundial é uma crise do sistema capitalista. Ela expôs as contradições intrínsecas a esse modelo e quebrou as certezas e a hegemonia do mercado como um deus regulador das relações comercias e sociais. Essa crise abriu a possibilidade de se rediscutir o ordenamento mundial, os rumos da sociedade, o papel do Estado e um novo modelo de desenvolvimento. Porém, sabemos que esse momento pelo qual passamos é de profundas adversidades para a classe trabalhadora de todo o mundo em função das crises financeira e climática em curso. A consequência das crises é o aumento da desigualdade e por esse motivo reafirmamos o nosso desafio com as lutas e com a solidariedade de classe .

Nosso continente, a América Latina, atrai os olhos de todo o planeta diante de sua onda transformadora. Por outro lado, a hegemonia mundial ainda é capitalista e as elites não entregarão o continente que sempre foi tido como o quintal do imperialismo de mão beijada. Não é à toa a promoção do golpe contra Chávez em 2002, em Honduras em 2009, a tentativa de golpe contra Lula em 2005 ou mesmo a desestabilização de Fernando Lugo que está em curso no Paraguai.

Ao mesmo tempo, as elites se utilizam e fortalecem novos instrumentos de dominação. Sua principal arma hoje é a grande mídia e os monopólios de comunicação. Esses organismos funcionam como verdadeiros porta-vozes das elites conservadoras e golpistas. Por isso ganham força os movimentos de cultura livre e as rádios e jornais comunitários que conseguem driblar o monopólio midiático.

O povo estadunidense elegeu Barack Obama em um grande movimento de massas carregando consigo as esperanças de superar a era Bush. Entretanto, mesmo com Obama o imperialismo continua sendo imperialismo. Os EUA crescem seu olho diante das grandes riquezas naturais do nosso continente, como a recente descoberta do Pré-sal. No mesmo momento em que os EUA reativam a quarta frota marítima também instalam mais bases militares na Colômbia e no Panamá, além de insistir no retrógrado bloqueio a Cuba.

Atentos a esses movimentos do imperialismo, os movimentos sociais reunidos no Fórum Social Mundial Temático em Salvador reafirmam seu compromisso com a luta por justiça social, democracia, soberania, pela integração solidária da América Latina e de todos os povos do mundo, pelo fortalecimento da integração dos povos, pela autodeterminação dos povos e contra todas as formas de opressão.

No Brasil, muitos avanços foram conquistados pelo povo durante os 7 anos do Governo Lula. O Estado foi fortalecido alcançando maior ritmo de desenvolvimento, a distribuição de renda e o progresso social avançaram com a valorização do salário mínimo e políticas sociais como o Bolsa Família, a integração solidária do continente foi estimulada. Porém, muito mais há para ser feito. As Reformas estruturais capazes de enraizar as conquistas democráticas não foram realizadas e a grave desigualdade social perpetrada por mais de 5 séculos em nosso pais está longe de ser resolvida. Por isso, devemos lutar pelo aprofundamento das conquistas nesse período de embate político que se aproxima.

Reafirmamos a luta contra os monocultivos predatórios, os desmatamentos, o uso de agrotóxicos que gera a poluição dos rios e do ar. Seguiremos na luta contra o latifúndio e em defesa da biodiversidade e dos recursos naturais como forma de preservação do meio ambiente, dos ecossistemas, da fauna e flora integradas com o homem.

Nos unimos no combate ao machismo, ao racismo e à homofobia. Lutamos por uma sociedade justa e igualitária, livre de qualquer forma de opressão, onde as mulheres tenham seus direitos respeitados e não sofram abusos e violências, os negros não sofram preconceito e saiam da condição histórica de pobreza que lhes é reservada desde os tempos da escravidão, os homossexuais tenham acesso a direitos civis e não sofram discriminação.

Sabemos que essas conquistas virão da luta do povo organizado. Por isso, convocamos todos os militantes a fazer um grande mutirão de debates envolvendo estados, municípios e segmentos sociais no intuito de construir um projeto de desenvolvimento soberano, democrático e com distribuição de renda para o Brasil. Só assim seremos capazes de aprofundar as mudanças que estamos construindo e derrotar a direita conservadora e reacionária do nosso país nas eleições que se avizinham.

Esse grito que expressa nosso anseio liberdade e mais direitos não poderia ser dado em lugar melhor. Estamos na Bahia, terra de todos os santos e de bravos lutadores, valorosos intelectuais e líricos poetas e artistas como a banda tambores das raças que abriu a Assembleia entoando versos que afirmam que:
Zumbi não morreu, está presente entre nós. Palmares referência que sustenta nossa voz.Liberdade, igualdade, revolta dos buzios, levante malês, herança ancestral que alimenta a união é a força pra vencer!

De Salvador conclamamos o povo brasileiro a lutar por um Brasil livre, independente, democrático e justo socialmente.

Para isso, o conjunto dos movimentos sociais brasileiros convoca a Assembleia Nacional dos Movimentos Sociais para o dia 31 de maio em São Paulo e definem as seguintes bandeiras de luta:

SOBERANIA NACIONAL

- Defesa do Pré-sal 100% para o povo brasileiro;
- Pela retirada das bases estrangeiras da América Latina e Caribe;
- Defesa da autodeterminação dos povos;
- Pela retirada imediata das tropas dos EUA do Afeganistão e do Iraque;
- Pela criação do Estado Palestino;
- Contra os Golpes de Estado a exemplo de Honduras;
- Contra a presença da 4ª Frota na América Latina;
- Pela integração solidária da América Latina;
- Contra a volta do neoliberalismo
- Pelo fortalecimento do MERCOSUL, UNASUL e da ALBA;
- Pela democratização e o fortalecimento das forças armadas;
- Pela defesa da Amazônia e da nossa biodiversidade como patrimônio nacional.

DESENVOLVIMENTO

- Por uma política nacional de desenvolvimento ambientalmente sustentável, que preserve o meio ambiente e a biodiversidade, e que resguarde a soberania sobre a Amazônia brasileira.
- Por um Projeto popular de Desenvolvimento nacional com distribuição de renda e valorização do trabalho;
- Pelo fortalecimento da indústria nacional;
- Contra o latifúndio e os monocultivos que depredam o meio ambiente
- Em defesa da Reforma Agrária.
- Redução da jornada de trabalho sem redução de salários;
- Por políticas Públicas para a Juventude;
- Defesa de formas de organização econômica baseadas na cooperação, autogestão e culturas locais;
- Pela alteração da Lei Geral do Cooperativismo e da conquista de um Sistema de Finanças Solidárias e Programa de Desenvolvimento da Economia Solidária (PRONADES), do Direito ao Trabalho Associado e Autogestionário, e de um Sistema de Comércio Justo e Solidário;
- Por um desenvolvimento local sustentável.
- Por Políticas Públicas de Igualdade Racial;

DEMOCRACIA

- Contra os monopólios midiáticos e pela democratização dos meios de comunicação.
- Contra a criminalização dos movimentos sociais;
- Em defesa da Cultura livre
- Pela ampliação da participação do povo nas decisões através de plebiscitos e referendum;
- Contra o golpe em Honduras;
- Contra a desestabilização dos governos democráticos e populares da América Latina;
- Pelo fim das patentes de remédios
- Contra a intolerância religiosa, em defesa do Estado laico.

MAIS DIREITOS AO POVO

- Educação pública, gratuita e de qualidade para todos e todas, com a universalização do acesso, promoção da qualidade e incentivo à permanência, seja na educação infantil, no ensino fundamental, médio e superior. Por uma campanha efetiva de erradicação do analfabetismo. Adoção de medidas que democratizem o acesso ao ensino superior público;
- Defesa da saúde pública garantindo acesso da população a atendimento de qualidade. Tratamento preventivo às doenças, atendimento digno às pessoas nas instituições públicas;
- Pela garantia e ampliação dos direitos sexuais reprodutivos;
- Contra a exploração sexual das mulheres;
- Pelo fim do fator previdenciário e por reajuste digno para os aposentados.

SOLIDARIEDADE

- Solidariedade ao povo haitiano diante do recente desastre ocorrido em virtude de uma seqüência de terremotos.
- Solidariedade ao povo cubano – pela liberdade dos 5 prisioneiros políticos do Império.
- Solidariedade aos povos oprimidos do mundo.
- Solidariedade aos presos políticos do MST

CALENDÁRIO

08-18 MARÇO – Jornada de comemoração dos 100 anos do Dia Internacional da Mulher
MARÇO – Jornada de lutas em defesa da Educação, da UNE e UBES
ABRIL – Jornada de mobilizações em defesa da Reforma agrária e contra a criminalização dos movimentos sociais.
01 MAIO – Dia do Trabalhador
31 MAIO – Assembléia Nacional dos Movimentos Sociais
1 DE JUNHO – Conferência Nacional da Classe Trabalhadora
SETEMBRO -- Plebiscito pelo limite máximo da propriedade da terra


Fonte: www.mst.org.br

MAB e UFRJ formam a primeira turma de especialistas em energia

Desde a última quarta-feira (27 de janeiro), 65 estudantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e de diversos movimentos sociais de todas as regiões do Brasil, e também da Colômbia, El Salvador e Argentina, estão no Rio de Janeiro para a conclusão da primeira turma do Curso de Extensão e Especialização "Energia e sociedade no capitalismo contemporâneo". O curso é realizado em uma parceria entre o MAB e o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR), da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Os principais objetivos do curso são ampliar o acesso de integrantes de movimentos sociais ao saber científico acadêmico e contribuir para a capacitação desses militantes, aprofundando o conhecimento sobre as relações entre energia, meio ambiente e sociedade no capitalismo contemporâneo. Umas das prioridades desta etapa é a entrega do trabalho de conclusão, um artigo elaborado por cada um dos alunos sobre algum dos temas que perpassaram o curso. "A 4ª etapa do curso é mais um importante passo no processo de elaboração de um modelo energético popular, não somente para o Brasil, mas para toda a América Latina. Nesse contexto, a parceria entre os movimentos sociais e a universidade propicia grandes avanços, pois ao mesmo tempo em que traz para o mundo da universidade as lutas sociais, proporciona o saber teórico para a militância", afirmam os coordenadores.

A criação do curso inscreve-se no esforço da UFRJ de se abrir enquanto universidade aos diversos setores sociais e reitera o compromisso com movimentos sociais que lutam pela justiça social e ambiental. Neste sentido já existem articulações entre o MAB e a universidade para o início de uma nova turma em julho deste ano. O encontro acontece na Cidade Universitária da UFRJ e segue até o dia 10 de fevereiro. O diploma de nível superior será oferecido o diploma de especialização, aos demais será oferecido o certificado de curso de extensão.


Fonte: www.mabnacional.org.br

5ª Ampliada Nacional das CEBs projeta 13° Intereclesial

Acontece de 28 a 31, no Instituto São Boaventura, em Brasília, a 5ª Ampliada das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). O evento acontece para fechar o cronograma de reuniões do último Intereclesial das CEBs, que aconteceu em Porto Velho (RO), de 21 a 25 de julho de 2009, e projetar o 13° Intereclesial, que acontecerá em 2013, na diocese de Crato (CE).

"A 5ª Ampliada serve para fazermos o fechamento do último Intereclesial. Nós elaboramos uma carta ao qual enviaremos a todos os bispos, com um balanço do último encontro, em Rondônia, e mostrando a importância das CEBs na base da Igreja. Nesta carta haverá a descrição das dificuldades encontradas e dos pontos positivos. Quando aprovada, repassaremos todas as informações para a próxima cidade escolhida, Juazeiro (CE). O segundo objetivo do encontro é participar do próximo tema prioritário da Assembleia dos Bispos do Brasil, que acontecerá em Brasília, de 4 a 10 de maio", afirmou o assessor do Setor CEBs da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), professor Sérgio Coltinho.

Estão presentes representantes das CEBs de todos os Regionais da CNBB, o bispo da diocese de Crato, dom Fernando Panico e o bispo referencial das CEBs, da CNBB, e da diocese de Floresta (PE), dom Adriano Ciocca.

Para dom Adriano, o 12° Intereclesial foi um marco significativo na vida das CEBs no Brasil. “Foi um grande marco, pois o apelo dos fiéis mostrou a força e a importância que as CEBs têm dentro da Igreja no Brasil. Foi significativo também ver o cuidado que houve com o tema ligado a natureza, ao meio ambiente”. O bispo de Floresta destaca ainda a segunda edição do Intereclesial no Ceará (a primeira foi o 5° Intereclesial, em Canindé, no ano de 1983). “Devemos destacar em nossos trabalhos para o próximo encontro, no Ceará, a recuperação com a religiosidade do povo; como as CEBs vivem nos meios urbanos e como estamos sendo vistos e retratados pelos jovens de hoje, sem, obviamente, deixar de lado a nossa característica, que e a missão”, ressaltou.

Já o bispo de Crato, dom Fernando Panico, lembrou o fato de o próximo evento acontecer na região do Cariri, terra do Padre Cícero. “Estamos muito entusiasmado com o fato do 13° Intereclesial das CEBs acontecer na região do Cariri. Todos os visitantes que lá estarão podem ter certeza que estaremos bem preparados para recebê-los. Em Rondônia houve um testemunho de fé muito significativo, pois muitos acreditaram, que pelo fato da distância ser muito grande, não iria conseguir mobilizar os fiéis, mas como se viu, foi algo extraordinário, uma verdadeira legião de fiéis as margens do Rio Madeira. Em Crato, será aos pés de Padre Cícero, e esperamos conseguir o mesmo resultado dos nossos irmãos portovelhenses”, destacou.


Fonte: www.cnbb.org.br

Episcopado salvadorenho solicitará ao Vaticano beatificação de Dom Oscar Romero

"Nós como Igreja temos o desejo de que dom Romero seja beatificado o quanto antes". A afirmação é do arcebispo de San Salvador, dom José Luis Escobar Alas, em coletiva de imprensa. Ele também confirmou que os bispos salvadorenhos pretendem enviar uma carta ao Vaticano pedindo pela beatificação de dom Oscar Arnulfo Romero, arcebispo de San Salvador assassinado em 24 de março de 1980, enquanto celebrava missa.

Segundo dom José Luis, houve consenso entre os bispos para que fosse escrita uma carta à Congregação das Causas dos Santos e já foi formada uma comissão para esse fim. "Esperamos que a assinatura de todos os nossos bispos ajude no processo de beatificação, que se encontra numa fase que nós não conhecemos, pois se trata de um procedimento reservado", enfatizou.

O episcopado de San Salvador já aprovou todos os eventos [culturais e religiosos] que lembrarão o 30º aniversário do assassinato de dom Romero, que será lembrado também em todas as Igrejas da América Latina a fim de atualizar a sua herança espiritual e pastoral.

Quem foi dom Romero

Nascido em 15 de agosto de 1917, na Ciudad Barrios, distrito de San Miguel, em El Salvador, Óscar Arnulfo Romero Galdámez, mais conhecido como monsenhor Romero, foi o quarto arcebispo metropolitano de San Salvador, entre os anos de 1977 e 1980.

Em Roma, ele estudou na Pontifícia Universidade Gregoriana. Ele foi ordenado sacerdote em 4 de abril de 1942. Em 25 de abril de 1970 foi nomeado bispo auxiliar de San Salvador, e em 15 de outubro de 1974, bispo de Santiago de Maria.

Dom Romero assumiu a arquidiocese de San Salvador em 3 de fevereiro de 1977 e foi escolhido arcebispo por seu conservadorismo. Durante seu trabalho ele foi contra qualquer tipo de violência, posição que o fez ser comparado ao líder indiano Mahatma Gandhi e ao americano Martin Luther King. Em suas homilias dominicais ele passou a denunciar as violências contra os direitos humanos e chegou a manifestar publicamente solidariedade pelas vítimas da violência política que assolava o país da época, no contexto da Guerra Civil daquele país caribenho.

“A missão da Igreja é identificar-se com os pobres. Assim a Igreja encontra sua Salvação”, disse, dom Romero, em sua homilia do dia 11 de novembro de 1977. Ele foi assassinado em 24 de março de 1980 por um atirador de elite do exército salvadorenho, treinado nas Escolas das Américas, enquanto celebrava missa. Quando se espalhou pelo mundo a notícia de seu assassinato, houve comoção e protestos, além de pressões internacionais por reformas em El Salvador. O papa João Paulo II o declarou servo de Deus.


Fonte: www.cnbb.org.br

Carta Aberta do 9º Seminário Nacional de Militantes da Pastoral da Juventude Estudantil (PJE)

"Ou os estudantes se identificam com o destino do seu povo,sofrendo com ele a mesma luta ou se dissociam dele e,neste caso, serão aliados daqueles que exploram o povo." (Florestan Fernandes)

Paz e bem!

Entre os dias 14 a 17 de janeiro de 2010, nós, militantes e assessores da Pastoral da Juventude Estudantil de todo o Brasil, nos reunimos na Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema/SP, em nosso 9º Seminário Nacional de Militantes para discutir e aprofundar o tema “Pós-médio e militância na PJE”, inspirados pelo lema “PJE para além dos muros da escola”; tivemos o objetivo de refletir o porquê e o como ser militante na PJE, além de avaliar e eleger as instâncias da organização nacional.

Iniciamos nosso 9º SNMPJE nos questionando sobre o que é ser militante. Para responder a essa difícil pergunta, recorremos a uma análise de conjuntura política, educacional eclesial. Essa nos afirmou a importância de continuarmos a militar além dos muros da escola. Partilhando a caminhada pastoral, conhecemos experiências de militância no nível educacional pós-médio, que já acontecem hoje. Nosso objetivo é expandi-las e aprofundá-las.

Iluminados pelo trecho bíblico “Com minhas obras, lhes mostrarei a minha fé” (Tg 2,18), expressamos nossos sonhos a respeito da juventude, da educação, da sociedade, de Igreja e de PJE.

Confrontando a realidade com a utopia, refletimos que a militância nos desafia a sermos sujeitos da história. História esta que não é só nossa, mas da qual desejamos ser parte ativa na sua construção. Inspirados pela luta de tantos companheiros de outras pastorais e movimentos sociais, reafirmamos nosso anseio de irmos além dos muros da escola. Para isso, precisamos fortalecer nossa militância clareando nossos princípios, opções e práticas.

Entendemos ser de fundamental importância o protagonismo juvenil. Nossos militantes devem ser protagonistas e motivadores do protagonismo de outros jovens. Acreditamos profundamente no potencial transformador das juventudes e na capacidade dos jovens de serem sujeitos de sua própria história.

Nosso meio é a educação. Mas não acreditamos em qualquer educação. Optamos pela educação Nossa opção metodológica é pela educação popular, pois queremos que a educação seja fonte de libertação e não reprodução do sistema opressor. A educação sozinha não revolucionará o mundo, mas ela é parte essencial na sua transformação.

Somos pastoral e vivemos no seguimento de Jesus Cristo, que foi perseguido e preso político, morto na cruz devido às suas convicções. Durante sua trajetória de vida, Ele nos apresentou um projeto maior, o projeto do Reino de Deus. O Filho do Homem nos chama para continuar Seu projeto. Devemos ser discípulos e missionários de Jesus no mundo da educação e no meio estudantil. Jesus Cristo caminha junto dos oprimidos. Por isso, fazemos uma opção radical pelos pobres. Como pastoral orgânica, somos Igreja a partir da ótica dos pobres. Desse modo, cultivamos a fé e espiritualidade encarnadas na realidade.

O projeto apresentado no Evangelho precisa ser descoberto pelos jovens. O caminho trilhado pela PJE indica o Processo de Educação na Fé (PEF) como método essencial para tal descoberta. E a partir do momento em que a descoberta acontece, não tem mais jeito... assumimos como projeto de vida.

O acompanhamento da assessoria ao jovem contribui com o seu crescimento e a permanente reflexão e reconstrução de seu projeto de vida. A militância deve estar em formação permanente, para que nossos saberes e convicções se aprofundem. Já a comunidade de partilha é o que alimenta o dia-a-dia da militância, sendo fonte onde bebemos para renovar a construção coletiva da pastoral.

O militante só tem sentido quando faz parte da organização. Ninguém pode militar sozinho. Ser orgânico na PJE é colocar-se a serviço da pastoral, visando à construção do nosso projeto coletivo de sociedade.

A inserção do militante na base é uma das maneiras de garantimos a continuidade da pastoral, pois é o fio condutor dos valores da PJE na construção diária de nossas vidas. Estando inserido, possibilitamos que o militante verdadeiramente defenda os interesses, valores e posicionamentos da pastoral, e reforçando que a nossa organização deve estar a serviço da missão e da base.

A PJE abraça o sonho de uma sociedade na qual homens e mulheres que a compõem percebam o jovem como sujeito engajado, portador de uma história, de marcas típicas de um tempo e de um espaço. E é a partir desse chão multifacetado que entendemos o sonho de juventude e educação. Compreendendo que ele é apenas um entre tantos outros, é o que orienta o percurso e alimenta a caminhada. Temos como principio a defesa da vida. E arriscaremos as nossas vidas na construção do Reino e da Civilização do Amor, junto das Pastorais da Juventude, Igreja e Movimentos Sociais.

Iremos além dos muros das escolas. Queremos ver a novidade florescer, entranhada no grito da juventude, que incessantemente sonha e vai fazer valer sua vida. Estamos em marcha contra a violência, estamos em campanha para fazer da juventude construtora da vida. Convidamos todos a se juntarem a nós e às Pastorais da Juventude do Brasil na Campanha Nacional Contra a Violência e o Extermínio de Jovens.

Por fim, queremos apresentar aqueles se colocaram a serviço para dar continuidade à caminhada nacional. São jovens e assessores que contribuirão nas instâncias nacionais nos próximos anos. A Equipe Nacional será composta pelos seguintes jovens: Ana Marcela da Silva Terra (Rio de Janeiro), Bruno Correia de Oliveira (Rio Grande do Sul) e Danielle Alves Oliveira (Paraíba). A Secretária Nacional pelos próximos dois anos será Monique Cavalcante Benevent (Pernambuco). Já a Articulação e Assessoria Nacional foram assumidas pelo período de um ano. A primeira Articuladora Nacional da PJE é Tábata Silveira dos Santos (Rio Grande do Sul). Na Assessoria Nacional continua Maurício Perondi (Rio Grande do Sul). A Ir. Maria Luísa de Lucca (Rio de Janeiro), da Congregação de Notre Dame irá contribuir com a assessoria e com a Equipe Nacional. A estes agradecemos pela doação de vida e disposição para assumir estas importantes missões e desejamos um ótimo trabalho.

Esperamos que esta carta seja boa-nova para os grupos de jovens, militantes e assessores de todo o Brasil. E convidamos todos a se engajarem na luta transformadora nas escola e além de seus muros, na construção de um outro mundo possível.

Guararema/SP, 17 de janeiro de 2010.


Fonte: www.pjebr.org