Carta Final do encontro das CEBs reconhece a luta dos atingidos por barragens

Com o tema “CEBs: Ecologia e Missão” e com o lema “Do Ventre da Terra, o Grito que vem da Amazônia” o XII Intereclesial das CEBs não poderia deixar de pautar a questão dos impactos ambientais e sociais das hidrelétricas do Complexo Madeira. Impactos esses visíveis aos participantes do encontro que se realizou nas margens do Rio Madeira, em Rondônia, entre os dias 21 e 25 de julho.

Numa postura crítica, a carta final do Encontro afirmou que: “Somamos nosso grito ao das populações locais, para que a Amazônia não seja tratada como colônia, de onde se retiram suas riquezas e amazonidades, em favor de interesses alheios (...)”. Segundo Océlio Muniz, da coordenação do MAB em Rondônia, as hidrelétricas do Rio Madeira são um exemplo de saqueio dos bens naturais da Amazônia. “As empresas exploram nossos rios, nossa água e nossa energia e as transformam em mercadoria para benefício de alguns”, afirmou.

Ainda segundo a carta, no dia 22, os participantes realizaram a Caminhada dos Mártires, em direção ao local onde o rio Madeira foi desviado. Celebrou-se Ato Penitencial por todas as agressões contra a natureza e a vida humana, defronte às pedreiras que acolhiam as águas das cachoeiras de Santo Antônio, agora totalmente secas.

Océlio Muniz avaliou o encontro como positivo e produtivo. “Os participantes puderam conhecer melhor a realidade dos atingidos por barragens de Rondônia e também aprender com a experiência do processo de organização das comunidades em função da construção da barragem de Samuel, e agora, as do Complexo Madeira”.

Por fim, a carta final sugere um comprometimento das comunidades eclesiais de Base com os movimentos sociais, entre eles os de atingidos por barragens: "Comprometemo-nos a fortalecer as lutas dos movimentos sociais populares: (...) as dos atingidos pelas barragens, pelo direito à terra equivalente, restituição de seus meios de sobrevivência perdidos e indenização por suas benfeitorias (...)".


Fonte: www.mabnacional.org.br
Foto: Nelly Souza

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