DOM ALOÍSIO LORSCHEIDER, segundo Dom Pedro Casaldáliga


Dom Aloísio Lorscheider,
bom Pastor de nossa terra,
das coxilhas do Rio Grande
até o mar de Fortaleza.

Mestre da CNBB,
salvador del Pueblo en Puebla.
Vigário do interior
e Patriarca da América.
Quase guri e quase Papa
e novo Padre da Igreja.

Cáritas de coração,
Sínodo de convivências.
Cor Unum juntando a todos
na abertura e na prudência.
Franciscano na doçura,
germano na persistência.
No rubor de tua face
toda púrpura se ajeita.
Dom de línguas e sorrisos,
dom de sínteses e esperas.

Profeta de mansas vozes,
como um sino de capela.
Mártir de ocultas feridas,
como Hóstia de reserva.

Feito Sermão da Montanha,
na Justiça e na Pobreza,
Dom Aloísio Lorscheider,
bom Pastor de nossa terra.

FELIZ NATAL










"E o povo que andava nas trevas, viu uma grande luz..." (Isaías 9)

AGENDA LATINO-AMERICANA MUNDIAL - 2008 - "A política morreu... Viva a Política!"


ATO DE FÉ DAS CEBs LATINO - AMERICANAS


Cremos em Deus Pai todo - Poderoso, que nos dá a vida, quer a justiça e a igualdade, ama com predileção os pobres, que une o seu povo, quer as mudanças e que caminha conosco em busca da terra prometida.

Cremos em Jesus, nosso irmão, Palavra de Deus encarnada no povo simples e sofredor, que carrega a cruz da opressão, da injustiça e escravidão.

Cremos que a última palavra, não é a de Pilatos, nem a dos opressores, mas a do povo que caminha e que celebra a ressurreição: triunfo do Deus da Vida.

Cremos no Espírito de Jesus, que age na pobreza, impotência, ignorância, fraqueza, dor e perseguição do povo, para construir um mundo de fraternidade, de justiça e de Amor.

Cremos no Espírito que está presente e guia as Comunidades Eclesiais de Base, sementes do Reino para construir um modelo de Igreja, comunidade de Jesus, profética, missionária, libertadora e comprometida com o povo.

Cremos na força do Espírito que nos dá a esperança para destruir o monstro da injustiça e da fome que domina na América Latina.

Cremos nas Comunidades Eclesiais de Base, guiadas por Maria, mulher simples do povo e modelo de um novo relacionamento entre o homem e a mulher, onde nós, os pobres, somos sujeitos de nossa própria libertação.


Amém! Axé! Awêre! Aleluia!

"À beira dos rios dos sertões ... penduramos nossos violões" (Salmo 137)

À guisa de saudação natalina, quero compartilhar com vocês alguns pensamentos que povoam minha cabeça nestes dias. “Se o Estado cede, o Estado acaba...” Eis as palavras de um ex-operário, ex-líder sindical, ex-grevista (de fome), hoje Presidente “republicano”. Com certa curiosidade antropológico-cultural, mas não sem tristeza, fico meditando sobre esta frase. Um homem comum, inclusive bastante inteligente, sem saber (!) bebeu as águas mais cristalinas da ideologia do Estado, digna dos jacobinos de Floriano Peixoto e dos positivistas que, nos mais surpreendentes disfarces, tomaram conta da República desde seus alvores. O Estado-Deus.

O Estado não está aí para si mesmo. Está aí para servir ao bem comum, o que significa, em última instância, ao bem de cada um na complexa constelação de sobrevivência e transcendência, pragmatismo e simbolismo, luta pela própria vida e doação ao próximo. A maioria dos “homens de Estado” agem, talvez inconscientemente, em função da auto-conservação da instituição que os emprega e que eles empregam, assim como o clericalismo nas instituições religiosas. “Se a instituição cede, acaba”. E não será que ela deve continuamente “acabar” um pouco, rever suas posições firmadas, porque a vida muda? Dizer que o Estado não pode ceder, que não se deve sacrificar a maioria pela veleidade de um só - um frei bispo fazendo greve de fome ... “melhor sacrificar um só do que povo todo”, quem foi que disse? - nada tem a ver com verdadeira arte de governo. Verdadeira arte de governo é mostrar, na devida alçada, a Assembléia Legislativa, que um projeto de importância nacional está tecnicamente certo, politicamente viável, financeiramente seguro e limpo e outras coisas mais. Assim, o Estado serve, não impõe. Mas tal conceito de governo exige uma visão mais ampla, verdadeiramente humanista, que coloque o ser humano e seu ambiente vital acima do meio instrumental que é a instituição chamada Estado.

E aí está o ponto que mais me entristece. Não acho a sociedade brasileira muito alvissareira. A sociedade, digo. Não estou falando dos brasileiros individualmente, que são iguais a todos os filhos e filhas de Adão e Eva, mas das instituições nacionais e das tradições político-culturais. Muitas vezes fico pensando qual seria, entre os atuais caciques, o líder político consciente e disposto a adotar tal humanismo político, promovendo a reforma política e priorizando a competente participação do povo, sustentada por uma política de educação e formação humana digna desse nome.

Será que devo pedir isso a Papai Noel?


Johan Konings - Biblista e professor na Faculdade de Teologia (FAJE) de Belo Horizonte/MG.

MENSAGEM DE NATAL PARA A JUVENTUDE FRANCISCANA DO BRASIL

Que a celebração do nascimento de Jesus nos leve a repensar nossas vidas e a reassumir, com mais seriedade, nosso compromisso franciscano de viver e anunciar o Evangelho, que Jesus veio proclamar.

Que o menino Jesus, o qual aguardamos com muita ansiedade esteja presente hoje e sempre na vida de cada irmão e irmã que faz partedas nossas fraternidades, bem como seus familiares e amigos.

Renovemos nossas esperanças na construção da Civilização do Amor, vivenciando diariamente nosso ideal franciscano de vida: a fraternidade!

Alegremos, pois nasceu Jesus, nosso salvador!

Esses são os mais sinceros votos do Secretariado Fraterno Nacional da JUFRA do Brasil.
Feliz Natal e Próspero 2008, com muita saúde e paz!


Secretariado Fraterno Nacional da JUFRA do Brasil

“IGUALDADE, LIBERDADE E FRATERNIDADE”.

REVIVER O SONHO DE FRANCISCO E CLARA DE ASSIS NO CHÃO DA AMÉRICA LATINA E CARIBE!

Nos dias 17 a 20 de outubro de 2008, em Brasília, estaremos nos debruçando sobre nossa caminhada franciscana. Serão 03 dias de análise, reflexão, debate, oração, testemunho e celebração em torno da concretização do sonho de Francisco e Clara de Assis, hoje, no chão sagrado da América Latina e Caribe.

Nestes dias refletiremos temas de nossa espiritualidade orientados por especialistas nos mesmos, conheceremos nossa prática missionária através de clips eletrônicos, painéis, exposições, manifestações artísticas; refletiremos nossa prática em oficinas temáticas relacionadas à missão franciscana hoje:

*A missão francisclariana e os Excluídos, Leprosos de hoje;
*A missão francisclariana e a Questão de Gênero;
*A missão francisclariana e a Negritude;
*A missão francisclariana e os Indígenas;
*Expressão artística da missão franciscana;
*A missão franciscana e Ecumenismo e diálogo inter-religioso;
*A missão franciscana e as organizações - como reavivá-las para que nos motivem?

À luz de nossas reflexões e avaliações poderemos elaborar, não uma carta de princípios, mas uma pauta de "compromissos vinculantes", para nós franciscanos e franciscanas e para a sociedade como um todo. Uma releitura da Carta aos Governantes, que apresentaremos aos dirigentes de nossos países, como nossa contribuição na construção de uma sociedade baseada na justiça e no direito.

Oportunamente, divulgaremos maiores detalhes deste importante evento. Por enquanto, é só ir preparando o coração, reservar a data e mobilizar-se para possibilitar a participação do maior número possível de pessoas.

Irmã Maria Fachini
Coordenadora do CBCMF

DOM CAPPIO ENCERRA JEJUM, MAS LUTA CONTRA TRANSPOSIÇÃO CONTINUA!

Depois de 24 dias, frei Luiz Cappio encerrou ontem, dia 20, a greve de fome contra o projeto de transposição do Rio São Francisco. Cappio passou mal na última quarta, quando foi internado. Na carta do fim do jejum ele diz que “uma de nossas grandes alegrias neste período foi ter visto o povo se levantando e reacendendo em seu coração a consciência da força da união”.

O anúncio do fim do jejum foi feito ontem, durante celebração da missa na Capela São Francisco, em Sobradinho (BA), local em que permaneceu em jejum. Na carta (leia abaixo), frei Cappio afirma que vai continuar a luta em defesa do São Francisco e contra o projeto de transposição.

Na quarta-feira, dia 19, o bispo foi internado na UTI do Hospital Memorial de Petrolina, após desmaiar. Na quinta, ele deixou a unidade e foi para um apartamento. Desde que iniciou do jejum, em 27 de novembro, até a última segunda-feira, dia 17, o bispo já tinha perdido oito quilos. Antes de desmaiar, em vez de soro, Dom Cappio vinha ingerindo apenas água.

Esta é a segunda vez que o bispo faz greve de fome contra a transposição. Em outubro de 2005, ele permaneceu 11 dias sem se alimentar em protesto contra o projeto. Na ocasião, o governo Lula havia se comprometido a abrir o diálogo sobre alternativas ao projeto de transposição, o que não foi cumprido.

E-MAIL DE PE. AFONSO

Olá, como vai?
Como vai o grupo?
Fiquei sabendo da vossa ida até Sobradinho para dar solidariedade ao bispo Dom Cappio. Estão de parabéns. Receber vossas notícias é para mim muita satisfação. Aproveito para desejar um feliz natal e um 2008 cheio de realizações.


Um grande abraço a TOD@S.
Pe.Afonso

CARTA SOBRE FIM DO JEJUM

Sobradinho, 20 de dezembro de 2007

Advento do Senhor

Aos meus irmãos e irmãs do São Francisco, do Nordeste e do Brasil
Paz e Bem!

“Fortalecei as mãos enfraquecidas e firmai os joelhos debilitados. Dizei às pessoas deprimidas: ‘Criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus, é a vingança que vem, é a recompensa de Deus: é Ele que vem para nos salvar’. Então se abrirão os olhos dos cegos e se descerrarão os ouvidos dos surdos. O coxo saltará como um cervo e se desatará a língua dos mudos”. (Isaías 35, 3-6)

No dia de ontem completei 36 anos de sacerdócio – 36 anos a serviço dos favelados de Petrópolis (RJ), dos trabalhadores da periferia de São Paulo e do povo dos sertões sem-fim do nordeste brasileiro. Ontem, vimos com desalento os poderosos festejarem a demonstração de subserviência do Judiciário. Ontem, quando minhas forças faltaram, recebi o socorro dos que me acompanham nesses longos e sofridos dias.

Mas nossa luta continua e está firmada no fundamento que a tudo sustenta: a fé no Deus da vida e na ação organizada dos pobres. Nossa luta maior é garantir a vida do rio São Francisco e de seu povo, garantir acesso à água e ao verdadeiro desenvolvimento para o conjunto das populações de todo o semi-árido, não só uma parte dele. Isso vale uma vida e sou feliz por me dedicar a esta causa, como parte de minha entrega ao Deus da Vida, à Água Viva que é Jesus e que se dá àqueles que vivem massacrados pelas estruturas que geram a opressão e a morte.

Uma de nossas grandes alegrias neste período foi ter visto o povo se levantando e reacendendo em seu coração a consciência da força da união, crianças e jovens cantando cantos de esperança e gritos de ordem com braços erguidos e olhos mirando o futuro que almejamos para o nosso Brasil querido. Um futuro onde todos, todos sem exceção de ninguém, tenham pão para comer, água para beber, terra para trabalhar, dignidade e cidadania.

Recebi com amor e respeito a solidariedade de cada um, próximo ou distante. Recebi com alegria a solidariedade de meus irmãos bispos, padres e pastores, que manifestaram de forma tão fraterna a sua compreensão sobre a gravidade do momento que vivemos. Através do seu posicionamento corajoso, a CNBB nos devolveu a esperança de vê-la voltar a ser o que sempre foi em seus tempos áureos: fiel a Jesus e seu Evangelho, uma instituição voltada às grandes causas do Brasil e do seu povo e com uma postura clara e determinada na defesa da dignidade da pessoa humana e de seus direitos inalienáveis, principalmente se posicionando do lado dos pobres e marginalizados desse país.

Ouvi com profundo respeito o apelo de meus familiares, amigos e das irmãs e irmãos de luta que me acompanham e que sempre me quiseram vivo e lutando pela vida. Lutando contra a destruição de nossa biodiversidade, de nossos rios, de nossa gente e contra a arrogância dos que querem transformar tudo em mercadoria e moeda de troca. Neste grande mutirão formado a partir de Sobradinho, vivemos um momento ímpar de intensa comunhão e exercício de solidariedade.

Depois desses 24 dias encerro meu jejum, mas não a minha luta que é também de vocês, que é nossa. Precisamos ampliar o debate, espalhar a informação verdadeira, fazer crescer nossa mobilização. Até derrotarmos este projeto de morte e conquistarmos o verdadeiro desenvolvimento para o semi-árido e o São Francisco. É por vocês, que lutaram comigo e trilham o mesmo caminho que eu encerro meu jejum. Sei que conto com vocês e vocês contam comigo para continuarmos nossa batalha para que “todos tenham vida e tenham vida em abundância”.

Dom Luiz Flavio Cappio