MST: 20 anos de lutas e conquistas na Paraíba

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra na Paraíba – MST/PB convida a todos e todas para participar do XX Encontro Estadual do MST.

Contamos com a sua presença impreterivelmente na noite do dia 16/01, às 20 horas para podermos comemoramos juntos os 20 anos do MST na Paraíba.

Data: 14/01 a 17/01
Local: Escola Nenzinha Cunha Lima - Campina Grande/PB.

Informações sobre o processo da 2ª Assembleia Popular Nacional‏

Circular 020/2009 - Informações sobre o processo de preparação da II Assembléia Popular Nacional (25 a 28 de Maio de 2010).

Companheiros e Companheiras,
Articuladores/as da Assembléia Popular nos Estados,
Articuladores/as das entidades e movimentos sociais,

Antes de finalizar o ano de 2009, que foi intenso no trabalho nos desafiando na criatividade de dar respostas tanto no campo político e organizativos, queremos prestar algumas informações e relembrar algumas tarefas e compromissos definidos em nossa última plenária de Outubro, aspectos que diz respeito a nossa II ASSEMBLÉIA POPULAR NACIONAL marcada para os dias 25 a 28 de maio de 2010. Em reunião da Secretaria Operativa nacional da AP no último dia 15/12/09, avaliamos os passos que demos até o momento e o que falta para garantir a realização da II AP Nacional.

a)Atualização do Projeto Popular O Brasil que Queremos por Eixos de Direitos: As equipes de trabalho estão concluindo a elaboração dos textos para que possamos enviar para a Maria Luisa fazer padronização da linguagem. Algumas equipes dos Eixos de Direitos não conseguiram finalizar em sua totalidade seus textos, mas definimos que o material será enviado deste modo mesmo. Caberá a cada estado, região, local ou mesmo movimento social, pastoral complementar, atualizar, incluir e sugerir.

Quanto aos prazos, os mesmos foram revistos, ficando assim:
Ø Até o dia 22/12/09 - as equipes que ainda não conseguiram finalizar os seus textos (Direitos Políticos – Ricardo Gebrim; Direitos Civis (Fátima Sandalhel e equipe); e Direitos Econômicos (Sandra, Marcos Arruda e Ronaldo) podem fazê-lo até esta data (22/12/09) e enviar para a secretaria operativa da AP organizar e remeter a Maria Luiza para a padronização da linguagem.

Ø De 23/12/09 até 12/01/2010 – Tempo reservado para a Maria Luiza fazer a padronização da linguagem do conjunto do texto.

Ø De 12 a 15/01/2010 – Tempo reservado para que todas as Equipe de Atualização por eixos de Direitos possam verificar o texto após o trabalho de padronização da linguagem, podem fazer sugestões sobre a linguagem e modificações pequenas e que não interfira no conjunto do conteúdo.

Ø De 15 a 20/01/2010 – Tempo para que a Maria Luiza possa a partir das sugestões fazer a última redação.

Ø De 21 a 25/01/2010 – Tempo reservado para a diagramação.

Ø A partir do dia 26/01 – Envio para a impressão e imediata distribuição por via eletrônica do material diagramado. Isso para facilitar o trabalho dos estados, entidades e movimentos que tenham atividades programadas para o início de fevereiro de 2010.

Ø Final de janeiro (30)/2010 – distribuição do material impresso por via postal aos estados, movimentos, entidades e pastorais.

b) Delegados/as dos estados para participar da II Assembléia Popular Nacional e o caráter: Na Plenária Nacional outubro, definimos um números de 1500 pessoas. O caráter desta II AP não será massiva, mas de militantes para aprofundar o projeto popular O Brasil que queremos.

Caráter da II Assembléia Popular Nacional: a) Será uma AP representativa dos estados, entidades e movimentos sociais, pastorais sociais que fazem parte da AP em âmbito nacional; b) Espaço privilegiado para debater sobre o projeto popular, e já vivência-lo em nosso meio, o projeto de uma nova sociedade; c) Desenvolver o espírito de celebração, festivo, místico da AP, trabalhar com a música, poesia, teatro e suscitar as/os artistas que existem em nosso meio; d) Garantir a participação de pelo menos 1500 a 2000 pessoas de cada estado, entidades, pastorais sociais, movimentos que tem um acumulo de discussões quanto ao projeto, a AP e que possa dar continuidade a estas discussões.

Critérios que devem orientar a indicação, a escolha dos participantes: a) Os delegados devem estar envolvidos no processo de construção das AP´s locais, regionais, e estaduais; b) Vir com a identidade e o compromisso na construção do projeto Popular e da AP e o compromisso no retorno em dar continuidade ao processo da AP; c) Participar das APs Locais, estaduais, desenvolvendo um processo de preparação dos conteúdos, debatendo e atualizando os eixos de direitos do projeto popular O Brasil que Queremos; d) Considerar a representatividade de gênero no mínimo 50% dos participantes devem ser mulheres; e) Considerar a representação de todos os movimentos, entidades e pastorais nacionais que fazem parte da AP.

Dos participantes: Alguns estados já enviaram o número de suas delegações, como: SP, PR, MG, BA, MA, CE, PE, PB, MT. Dos estados que ainda não enviaram estas informações, continuamos aguardando, pois com estas informações em mãos poderemos organizar a infra-estrutura, alimentação, hospedagem e várias outros aspectos. Prazo para envio destas informações: 22/01/2010 impreterivelmente.

Cada estado ao definir os seus participantes deverá considerar o máximo de participantes definidos por região indicados/orientados na plenária de outubro passado, que foi de:
-Sul (RS, SC e PR) até 100 participantes no total dos 3 estados;
-Sudeste (SP, MG, RJ e ES) até 350 participantes no total dos 4 estados;
-Centro-Oeste (MS, MT, GO, TO e DF) até 250 participantes no total dos 5 estados;
-Norte (PA, AM, RO) até 100 participantes no total dos 3 estados;
-Nordeste (MA, PI, PB, PE, RN, AL, SE e BA) até 450 participantes no total dos 8 estados;

Entre todos os movimentos, pastorais nacionais (um a dois representantes de cada organização) até 100 participantes no total.
Convidados internacionais até 50 no total.
Equipes de trabalho – até 100 pessoas
Total: 1.500 pessoas

(obs.: cada representante/articulador da AP nos estados deverá fazer contato com os demais da sua região para entrar num acordo sobre o número de participantes para cada estado. Caso haja alguma dificuldade, estaremos à disposição para contribuir).

c) Coordenação geral da II AP: na Plenária também definimos formaremos uma coordenação nacional em conjunto com a secretaria Operativa Nacional, a Equipe de Atualização do projeto popular O Brasil que Queremos, e mais DOIS representantes das AP´s dos estados. Aguardamos a confirmação dos nomes dos dois coordenadores de cada estado para já incluir na lista e convocar para as reuniões.

Prazo para envio destas indicações: 22/01/2010. Logo enviaremos a lista com as tarefas e as equipes de trabalho onde cada um poderá contribuir se auto-indicando para as tarefas ou mesmo indicar pessoas que irão para a II AP para contribuir com as tarefas.

d) Finanças: Para garantirmos a realização da II AP Nacional, teremos que fazer um grande mutirão para garantir o financiamento da mesma. Fizemos alguns projetos e enviamos a entidades de cooperação internacional, bem como enviamos solicitação de recursos para estatais. Este apoio, caso seja aprovado, cobrirá custos com hospedagem, alimentação, infra-estrutura, material, passagem para assessores e convidados e apoio para o transporte. Mas lembramos a todos que como definido na plenária, cada região/estado virá com aproximadamente um ônibus, ver dados acima, a indicação é de que cada região busque formas para subsidiar o transporte (ônibus) e a alimentação dos participantes em viagem.

Para os orçamentos dos ônibus, deve-se considerar Brasília/DF, detalhes sobre o local exato enviaremos em breve, pois estamos ainda em processo de negociação.

e) Cartaz da II Assembléia Popular Nacional: Devido à dificuldade de contato com Pavel Egüez (muralista indicado para fazer a arte do cartaz da II AP). Redefinimos na última reunião da Secretaria Operativa da AP (15/12/09) de que faremos a arte a partir de alguns fragmentos retirados de obras já existentes do Pavel. A Luciane (Grito Continental) foi indicada para preparar algumas propostas e circularemos em breve para observações e sugestões. Até 30/01/2010 tentaremos enviar o cartaz juntamente com o material do projeto Popular O Brasil que queremos.

f) Plenária nacional da Assembléia Popular – 23 a 25 de março de 2010:
Os objetivos desta plenária são:
- preparação da II Assembléia Popular Nacional, definição da programação da II AP, assessoria, infra-estrutura e demais encaminhamentos necessários para a organização da mesma.
- Balanço do processo de debate e atualização do projeto popular O Brasil que Queremos;
- Balanço sobre a realização das APs locais, regionais e estaduais, processo de mobilização;
- debater sobre os desafios para a continuidade, perspectivas de construção da Assembléia Popular para a II AP e posteriormente

Mais adiante enviaremos a proposta de programa com mais detalhes.

LOCAL: São Paulo (Casa de Encontros Sagrada Família no Ipiranga).
Chegada: 23/03 final do dia, noite.
Término: 25/03 às 18hs (importante destacar as pessoas que ficarão para o Encontro dos Articuladores do Grito que será na sequência – 26 a 28/03/2010).

PARTICIPANTES (critérios): devem participar membros das equipes de trabalho, indicados para a coordenação (dois de cada estado) mais representantes das entidades/pastorais e movimentos sociais nacionais.

Logo mais enviaremos o relato da reunião da Secretaria Operativa da Assembléia Popular que tem mais detalhes e informações sobre os encaminhamentos da II AP e do conjunto do trabalho.

Aproveitamos a oportunidade para em nome da Secretaria Operativa Nacional da Assembléia Popular agradecer o empenho, o apoio de todos os articuladores/as nos estados, regiões, locais e dos movimentos/entidades e organizações sociais.

Desejamos um FELIZ NATAL e que as nossas esperanças e alegrias sejam renovadas no ano de 2010 na luta e na busca de respostas, de alternativas frente aos desafios na construção do Brasil que Queremos. Desejamos para o próximo ano de 2010 muita energia, alegria, paixão para a construção do Brasil que Queremos a luz do Projeto Popular construído em Mutirão.

Abraços cheio de agradecimentos e desejo de muita energia para enfrentar o novo ano que bate a nossa porta!

Rosilene e Marli
p/ Secretaria Operativa
Assembléia Popular Nacional
Tel.: (11) 3105-9702/3112-1524

Informes e Agenda da Assembleia Popular no Rio Grande do Norte

Natal-RN, 06 de Janeiro de 2010.
Circular Nº 001/2010

Aos: Lutadores e lutadoras do povo.

Assunto: Informes da Reunião da Assembléia Popular (Natal e Região) de 06 de Janeiro de 2010

Prezados Companheiros e Companheiras,

Iniciamos nossas atividades em 2010 com um café da manhã de muito ânimo, reflexão e luta. Em pauta um pouco dos nossos desafios para 2010: planejar melhor nossas atividades, iniciar um longo processo de trabalho de base e organização popular nos bairros de Natal, desenvolver a formação de nossos quadros e ampliar a luta por um Projeto Popular para o Brasil. São grandes tarefas, do tamanho do sonho que temos.

*Organização:

Para criar as condições necessárias para aproximar realidade e sonho, faremos um processo de formação com aqueles que já integram e as/os que desejam se organizar na Assembléia, seguido de um planejamento das atividades para 2010. As reuniões tem como objetivo ampliar e dar continuidade aos nossos debates, dessa forma, é importante que as companheiras e companheiros se agendem para participar de todo o processo. Confira as datas a seguir:

-Dia 13 de Janeiro: Estudo sobre a construção da Assembléia Popular (“De onde veio? Pra onde vai?”)
Horário: 14h
Local: a confirmar
Responsáveis: Du (Consulta) e Thiago (REMAR)

-Dia 27 de Janeiro: Estudo sobre o Projeto Popular para o Brasil (Cartilha “O Brasil que queremos”)
Horário: 14h
Local: a confirmar
Responsáveis: Carol (Consulta) e Marília (MLB)

-Dia 10 de Fevereiro: Estudo sobre Trabalho de Base e Organização Popular
Horário: 14h
Local: Centro Patativa do Assaré – Ceará Mirim
Responsáveis: Valéria (Rede Jovem) e Cícero (MST)

-Dia 27 de Fevereiro: Planejamento para 2010
Horário: manhã e tarde
Local: Centro Patativa do Assaré – Ceará Mirim

*Formação

O ano de 2010 se inicia com um grande desafio na área da formação através do Curso Realidade Brasileira. O curso é uma proposta da Assembléia Popular e da Via Campesina em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte. O objetivo é formar lutadoras e lutadores do povo com um alto grau de consciência sobre sua realidade e a necessidade de um Projeto Popular para o Brasil a partir da leitura dos clássicos sobre a realidade brasileira. A proposta inicial conta com 6 módulos de cinco dias cada.

A turma do curso será formada por 30 militantes dos movimentos sociais do campo e 30 da cidade. O público urbano será formado pelos movimentos que integram a Assembléia Popular desde o seminário realizado em Junho do ano passado. Como se trata ainda de uma primeira experiência, tentamos contemplar na proposta da turma uma grande diversidade. Confira a seguir a proposta de distribuição dos educandos e educandas por movimento e região do estado e os responsáveis por entrar em contato com os movimentos, organizações e militantes para compor a turma:

Mossoró: 08 vagas (responsável: Du)
Seridó: 02 vagas (responsável: Valdivan)
Assu: 01 vaga (responsável: Du)
REMAR: 01 vaga (responsável: Thiago)
Lições de Cidadania: 02 vagas (responsável: Thiago)
CEBs: 02 vagas (responsável: Thiago)
MLB: 02 vagas (responsável: Marília)
Rede Jovem: 03 vagas (responsável: Valéria)
Marcha Mundial de Mulheres: 01 vaga (responsável: Heloísa)
Coletivo Leila Diniz: 01 vaga (responsável: Du)
Pau e Lata: 01 vaga (responsável: Valéria)
Movimento Sindical: 01 vaga (responsável: Carol)
ABRASME: 02 vagas (responsável: Max)
Consulta Popular: 04 vagas (responsável: Valdivan)

A Coordenação Político Pedagógica do curso tem se reunido quinzenalmente. A próxima reunião para acertar detalhes da proposta será no próximo dia 12 de Janeiro, às 9h, na UFRN (Setor de Humanas, coordenação do curso de Ciências Sociais). Confira a seguir a proposta atual de calendário para as etapas do curso:

I Semana: Filosofia - economia e formação historica do Brasil
05 a 10 de março de 2010
Professores: Robério ou Ivo

II Semana: Formação do povo brasileiro, território e sociedade
14 a 19 de maio de 2010
Professores: Elizete e Bernardo Mançano

III Semana: As classes sociais, questão agrária (lutas populares)
02 a 07 de julho de 2010
Professores: João Pedro Stedille

IV Semana: Projeto popular e pedagogia libertária
03 a 08 de setembro de 2010
Professores: Ademar Bogo e Marta Penambuco

V Semana: Nordeste e RN
05 a 10 de outu bro de 2010
Professores: Monica Martins ou... (a confirmar)

VI Semana:América Latina
10 a 14 de dezembro de 2010
Professores: Gentili, Gonçalo e Sebastião..

Aproveitamos para desejar um 2010 de muita luta, paixão e utopia a todas e todos.

Saudações fraternas e militantes.

“Não aceites o que é hábito como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada, da arbitrariedade
consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural
nada deve parecer impossível de mudar”

(Bertolt Brecht)

Ano novo bem arretado pra vocês tudim!

Votos de um PARAIBANO e para um 2010 bem da gota serena.

*Sobre as suas metas para o Ano Novo:
-Anote os seus querê e pendure num lugar que você enxergue todo dia.
-Mesmo que seus objetivos estejam lá prá baixa da égua, vale à pena correr atrás. Não se agonie e nem esmoreça. Peleje.
-Se vire num cão chupando manga e mêta o pé na carreira, pois pra gente conseguir o que quer, tem é Zé.
-Lembre que pra ficar estribado é preciso trabalhar. Não fique só frescando por aí.

*Sobre o amor:
-Não fique enrolando e arrudiando prá chegar junto de quem você gosta. Tome rumo, avie, se avexe, num arrudêi não!
-Dê um desconto prá peste daquela cabrita que não deu fé de você. Aperreia ela. Vai que dá certo e nasce um bruguelim réi amarelo.
-Prestenção: você não é pouca merda, é um pinico chêi!. Se você ainda não tem ninguém, não pegue qualquer marmota. Escolha uma belêzura igual a você.
-Não bula no que tá quieto. Num seja avexado, pois de tanto coisar com uma, coisar com outra, você acaba mesmo é com um chapéu de touro.
-As cabritas num devem se agoniar. O certo é pastorar até encontrar alguém pai d'égua. Num devem se atracar com um cabra peba, malamanhado e fulerage. O segredo é pelejar e não desistir nunca. Num peça pinico e deixe quem quiser mangar. Um dia vai aparecer um machoréi dez anos.

*Sobre o trabalho:
-Trabalhe, num se mêta a besta. Quem num dá um prego numa barra de sabão num tem vez não.
-Se você vive com a bexiga taboca, com a gota serena e não agüenta mais aquele seu chefe réi fulerage, tenha calma, não adianta se ispritar. Se ele não lhe notou até agora é porque num tá nem aí se você rala o bucho no trabalho. Procure algo melhor e cape o gato assim que puder.
-Se a lida não está como você quer, num se aperreie . Saia com aquela ruma de amigos pra tomar uma e conte uma túia de piadas que tudo melhora.

*Sobre a sua vidinha:
-Avalie mesmo: Você já é um cagado só por estar vivo. Dê fé disso e agradeça a Deus.
-Cuide bem dos bruguelos e da mulher. Dê sempre mais que o sustento, pois eles lhe dão o aconchego no fim da lida.
-Não fique resmungando, nao fique arreliado por besteira. Seje macho e pense positivo.
-Num se avexe não, num se aperreie e num se agonie. Num é nas carreira que se esfola um preá.
-Na hora que o muido for fêi, se aquiete, num vá logo sentando a maozada que é pió.
-Fazê as coisas direito é sempre melhor que ter que imendá depois!

*Arrumação motivacional
-No forró da entrada do ano, coma aquela gororoba até encher o bucho. É prá dar sorte, mas cuidado, senão dá caganeira!!
-Prá começar o ano, reflita sobre as besteiras do ano passado e avoe no mato os maus pensamentos.
-Murche as orêia, respire fundo e grite bem alto: Sai mundiça !!!

Agora é só levantar a cabeça e desimbestar no rumo da venta que vai dar tudo certo em 2010, afinal de contas você é paraibano ou, se não é, mora no coração do paraibano.

E para os/as que não são da terrinha, ou são doidim prá ser, nosso desejo é que sejam tão felizes quanto nós.

Pense num ano que vai ser bom!
Respeite como vai ser esse 2010!
Vai ser da gota serena!

O que Boris Casoy pensa dos "últimos na escala do trabalho"?

Lições de uma “frase infeliz”...

Dia 31 de dezembro de 2010, Jornal da Band. Ao terminar um bloco de notícias, e já entrando no intervalo, em que apareciam garis a desejarem felicidades no novo ano, sem perceber que estava sendo gravado, o apresentador da Band (em exercício no horário das 19h30), Boris Casoy comenta diante de seus colegas: “Que merda, dois lixeiros desejando felicidades do alto de sua vassoura” (Boris Casoy, cf. site
http://lula3vezes.blogspot.com/2010/01/31-dezembro-2009-boris-casoy-humilha.html ).



Hoje, dia 1º, aparece o mesmo Boris Casoy, a apresentar de público suas desculpas pela frase “infeliz” e ofensiva aos garis...



Não é a primeira vez – e, provavelmente, não será a última... – em que figurões desta nossa inconsistente república são flagrados com declarações bombásticas, que esperavam estarem sendo feitas em “off”, e, de repente, constatam tardiamente terem sido captadas publicamente. Um dos casos similares de grande repercussão deu-se com o ex-ministro, Rubens Ricupero, também flagrado em conversa descontraída com o jornalista da Globo, Carlos Monforte, enquanto aguardavam sinal verde para o início de uma entrevista, ocasião em que uma intrigante conversa escapou ao controle de ambos (depois transcrita integralmente pela Folha d São Paulo em setembro de 1994, da qual se destaca a rumorosa declaração do então ministro, de que “Eu não tenho escrúpulos: o que é bom a gente fatura; o que é rim, esconde.” Referia-se a medidas a tomar na tomar na oportunidade que lhe conviesse, conforme seus interesses de classe, em plena disputa eleitoral, em que FHC e Lula representavam os projetos em disputa, naquela ocasião... Trechos dessa emblemática conversa podem ser ouvidos, com comentários, aliás, do próprio Boris Casoy, em
http://www.youtube.com/watch?v=hzYhVbX4OYU

Que ensinamentos é possível extrair dessas cenas deploráveis? Ainda sob o desagradável impacto da notícia, tratarei aqui de destacar apenas dois. Uma primeira lição que recolho tem a ver, menos com as respectivas personagens em evidência, e bem mais com as forças que as mesmas representam. Com efeito, ainda que cada qual tenha expresso seu pensamento, não dá para negar que, mais do que falar por si, eles são, antes, porta-vozes das forças que encarnam.

Isto ainda nos remete a uma considerável sucessão de cenas semelhantes, protagonizadas por figuras das elites brasileiras, ao longo de séculos. E, com incidência até mais forte no plano histórico. Um primeiro aspecto a ser destacado de tais cenas, tem a ver com o lugar por elas atribuído ao trabalho manual. É como se dissessem a si mesmas: “Serviços braçais não dignificam a condição humana”... Triste lição! Tão grave é esse tipo de avaliação, que nela reside um fator de peso relevante das raízes mais fundas das desigualdades sociais características das sociedades de classes: a dicotomização estabelecida entre trabalho manual e trabalho intelectual.

Sempre que se pense uma sociedade de privilégios, em que a uns poucos se reserve a tarefa de mandar, enquanto aos demais cumpre apenas obedecer, tem lugar assegurado esse tipo de lógica e de prática. Daí resultam fatos monstruosos de desumanização, não apenas dos “de baixo”, proibidos que se sentem de desenvolverem suas potencialidades humanas, mas também dos “de cima”, à medida que se tornam prisioneiros de seus próprios privilégios. Isto gera necessariamente uma esquizofrenia generalizada, seja do ponto de vista individual, seja do ponto de vista coletivo.

Ao conceber-se que a uns apenas é dado pensar e determinar, enquanto a todos os demais incumbe a tarefa de executar ordens; uns apenas lidam com a inteligência, enquanto outros lidam só com os braços, assim se vai desfigurando a condição humana, cuja realização implica necessariamente um contínuo esforço de fazer confluir o sentir, o pensar, o querer, o agir, sob pena de nos tornarmos pessoas ou coletividades que sentem uma coisa, pensam uma segunda, querem uma terceira e fazem uma quarta...

Numa sociedade que respeite o Planeta e a condição humana, torna-se inconcebível a um ser humano trabalhar apenas com o cérebro ou apenas com os braços. Todos precisamos tanto de produzir cultura (com o corpo e com a alma) quanto de cuidar do nosso lixo. Precisamos, todos, tanto de saborear bons pratos quanto de aprender a fazê-los. De apreciar vestir uma roupa asseada quanto de lavá-la e passar a ferro. De nos deslumbrarmos com a limpeza de nossa casa ou do nosso ambiente, quanto de fazermos, nós mesmos, essa limpeza. Somos, todos, ao mesmo tempo lixeiros e produtores de cultura, ou não nos humanizamos. Numa sociedade assim organizada, quem se atreveria a zombar de um profissional? Estaria zombando de si mesmo...

Um outro ensinamento que recolho desse tipo de práticas manifestas nos exemplos acima aludidos, diz respeito às profundas raízes de nossa herança colonialista. As elites brasileiras – não sei se tanto quanto ou mais do que outras – têm se reproduzido com um horror estupendo a tudo que tenha a ver com trabalho manual. Pior: além de exigir que seus serviços sujos sejam feitos por outros, não têm cessado de devotar a esses mesmos um ódio intrigante. Vem-me à memória o exemplo da personagem Justo Veríssimo, criação de Chico Anísio. Esse é um lado da herança. Há, infelizmente, a prática recíproca, agora da parte dos “de baixo”: basta ver a enorme dificuldade de nos tratarmos como seres iguais, situação bem atestada, por exemplo, pela exuberância de pronomes de tratamento do nosso idioma...

Situação que tende a se manter indefinidamente – ou até a se ampliar! -, caso esperemos mudança de atitude a partir dos “de cima”. Sabemos que toda situação de poder é uma relação social. Ninguém mandaria, se não houvesse quem se negue a obedecer. Seria inútil. É dos “de baixo” que se deve buscar a iniciativa de mudança, começando pelas micro-relações.

Ocorre que dificilmente isto se dá espontaneamente. Tão fundas são essas raízes de dominação e de subserviência, que tais práticas hegemônicas foram e continuam sendo incorporadas e reproduzidas no dia-a-dia. Lutar por mudança também nesse plano implica um longo e incessante processo de formação, que nos permita desconstruir a lógica dominante, por meio da construção de práticas e valores alternativos, antagônicos aos hegemônicos.

Felizmente, já podemos constatar sementes de alternatividade, especialmente nas “correntezas subterrâneas” – experiências de sociabilidade protagonizadas por segmentos de certos movimentos sociais, movimentos comunitários, enfim alguns setores da sociedade ou mesmo figuras humanas que não cessam de ensaiar práticas e valores de uma sociedade economicamente justa, socialmente solidária, politicamente igualitária, culturalmente diversa (interculturalidade). Vale dizer: uma sociabilidade alternativa, não apenas ao Capitalismo, como também a toda sociedade de classes.

Alder Júlio Ferreira Calado.

Mãos ao Alto (Elson Matias)

Foto: Acampamento Serra/ES – Flávio Cannalonga (in memoriam)

Mãos ao alto, abertas, estáticas
Sobre os olhos - vivos - da criança
Sobre a casa simples e pobre
Triste infância de lembranças
Que a sombra inocente encobre
Sob histórias anônimas de filho
Desvalido com olhar de brilho
Por eles, meu caminho descobre.

(Mãos ao Alto – Elson Matias)

Informes da Secretaria Nacional do Grito dos/as Excluídos/as

-Aos/Às Articuladores/as do Grito...
Olá, companheiros/as que acreditam, incentivam e animam o Grito dos/as Excluídos/as, pelos rincões deste Brasil! Com certeza a história dos 15 anos do Grito permite afirmar que ele só acontece, com tal repercussão, porque é resultado de um grande mutirão, temperado com muita solidariedade, criatividade, disponibilidade e rebeldia. Em nome da Secretaria e da Coordenação Nacional, recebam nossos agradecimentos. Com um dos versos da poesia dos 15 anos do Grito, que Sonia Freitas de Recife/PE, nos enviou, segue um agradecimento e o convite para juntos/as construirmos o 16º Grito em 2010. “Parabéns para todos e todas / Que sonhamos e na teimosia / Vamos construindo um mundo novo / Vivendo e acreditando na utopia / Pois o Brasil que queremos / Só acontecerá com o povo e rebeldia.”

-16º Grito dos/as Excluídos/as...
O ano de 2009 ainda não chegou ao seu final, mas o processo do 16º Grito em 2010 já está em andamento. No dia 25/02/2010, acontecerá a 1ª reunião do ano da Coordenação Nacional do Grito, em São Paulo. Nesta reunião serão definidos o lema, eixos, objetivos e o cartaz do Grito. Por isso, estamos solicitando que até o dia 20/02/2010, vocês enviem para a Secretaria Nacional, sugestões e reflexões para contribuir e orientar a Coordenação nas definições das temáticas para o 16º Grito dos/as Excluídos/as.

-12º Encontro Nacional de Articuladores/as do Grito...
Companheiros/as, nos dias 26 a 28 de março de 2010, acontece o 12º Encontro Nacional de Articuladores/as do Grito. Os Encontros de Articuladores/as têm sido um momento importante de estudo, reflexão, convivência e animação para o Grito dos/as Excluídos/as. É importante que cada estado possa discutir e indicar pessoas envolvidas nos Gritos locais, regionais e articulados com os movimentos, para participar do 12º Encontro.


Fonte: Jornal do Grito dos/as Excluídos/as – Nº 46 – Ano 15 – Dez/2009

Fique por dentro... Em 2010 temos mais lutas!

-22 a 24/01: 1º Fórum Mundial de Economia Solidária (Santa Maria/RS);
-25 a 29/01: Fórum Social Mundial – 10 anos (Porto Alegre/RS);
-17/02: Lançamento da Campanha da Fraternidade – Tema: “Economia e Vida” (Nacional);
-25/02: Reunião da Coordenação Nacional do Grito (São Paulo/SP);
-08/03: Dia Internacional de Luta das Mulheres;
-08 a 18/03: Jornada da Marcha Mundial das Mulheres (Campinas/SP a São Paulo/SP);
-24/03: 30 anos do martírio de Dom Oscar Romero;
-24 e 25/03: 9ª Plenária Nacional da Assembleia Popular;
-26 a 28/03: 12º Encontro Nacional de Articuladores/as do Grito dos/as Excluídos/as (São Paulo/SP);
-17/04: Dia Internacional de Luta Camponesa;
-01/05: Dia Internacional de Luta dos/as Trabalhadores/as;
-25 a 28/05: 2ª Assembleia Popular Nacional (Brasília/DF);

Fonte: Jornal do Grito dos/as Excluídos/as – Nº 46 – Ano 15 – Dez/2009

E o nosso estilo de vida? - A "Pedagogia do Exemplo"

De minha parte, também saúdo (...) a você e demais camaradas, trazendo a todos/todas e cada um, cada uma, a expressão de minha solidariedade, na renovação de nossos compromissos com os processos de luta de libertação da Classe das e dos que vivem do Trabalho.

Por mais degradada que se ache o atual quadro sócio-histórico - ou justamente por isso mesmo -, aumenta nossa responsabilidade (pessoal e coletiva) de buscar formas organizativas e mobilizadoras das classes populares, capazes de exitoso enfrentamento dos desafios que nos são colocados.

Aqui e agora, restrinjo-me a destacar apenas um deles. Refiro-me à nossa tarefa histórica de contribuir efetivamente com essa causa, por meio de nosso estilo de vida. Quantas coisas estão ao nosso alcance, nesse plano, e comodamente vamos adiando, indefinidamente. Coisas simples do dia-a-dia. Destaquemos algumas, a título de ilustração didática.

Uma participação mais efetiva nos trabalhos caseiros, por exemplo. Uma disposição mais expressiva de exigir uma distribuição mais equitativa das atividades que a todos interessam e das quais todos somos chamados a participar, de algum modo.

Uma vigilância mais intensa de nossa parte em relação aos apelos consumistas que afetam até os segmentos economicamente mais afetados. A velha tentação de nos dizermos comunistas e engolirmos os métodos e procedimentos característicos da lógica do Mercado... E por vezes, até tentando nos autojustificar, sob o pretexto de que, vivendo numa sociedade capitalista, temos que nos comportar conforme mandam as regras... Bem sabemos que é preciso saber conviver com a modelo capitalista, mas unicamente por meio do combate, e não da reprodução de seus valores.

Outro exemplo candente tem a ver com nosso apego a cargos e funções, chegando a exercê-los como se fossem propriedade nossa. Às vezes, até uma função tão simples, mas desde que implique alguma carga de poder... aí a coisa pega! O antídoto para isso é assumirmos para valer o rodízio de cargos e funções. Quem hoje exerce função de coordenação, amanhã deve estar pronto a retornar ao trabalho de e junto com as bases.

Como se percebe, são coisas miúdas, quase risíveis, não fosse o fato de que cada uma delas contém semente do macro que desejamos transformar. Se não somos capazes de nos transformar a partir de coisas miúdas, quem vai acreditar em nós na realização das "grandes coisas"? Também a esse propósito, vale a pena rememorarmos exemplos de figuras revolucionárias de ontem e de hoje: como se comportavam nessas coisas miudinhas?

Um grande abraço militante,

Alder Júlio Ferreira Calado.

CPI da Dívida Pública é prorrogada até março de 2010

O Plenário da Câmara aprovou para o fim de março de 2010 a prorrogação da CPI da Dívida Pública, instalada para investigar a dívida da União, estados e municípios. Requisitada pelo Ministério da Fazenda para analisar documentos na CPI, a coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lúcia Fatorelli, disse que a desconfiança é de que a dívida pública brasileira serve apenas para o pagamento de juros, deixando de lado investimentos básicos no país.

“Temos que considerar, principalmente, que no Brasil, o pagamento de juros e amortizações da dívida consome mais de 30% do orçamento executado da União. Isso sem contar a parte da rolagem. A rolagem caracteriza o pagamento das amortizações via emissão de novos títulos, novas dívidas.”

Segundo Fatorelli, as investigações estão no começo, porque os documentos chegam aos poucos. Com a prorrogação da CPI, os órgãos de controle de endividamento deverão concluir a entrega de papéis a serem analisados.

Um ponto destacado nas investigações da CPI é a análise de uma alta das taxas de juros internacionais feita pelo Federal Reserve – banco central dos EUA – em 79, disse Fatorelli.

“Diante da crise enfrentada lá [EUA], eles começaram a elevar as taxas de juros do patamar de 5% ou 6%, na década de 70, para até 20,5%. Imagina o impacto que isso gerou na dívida de todos os países de terceiro mundo.”

A alta dos juros contribuiu para a explosão da dívida brasileira, por meio de renegociações feitas durante a ditadura militar. Agora, relatórios sobre o período foram resgatados com a CPI. Após uma simulação, chegou-se a conclusão de que a dívida externa brasileira – que está em US$ 267 bilhões, o equivalente a R$ 464,58 bilhões – não existiria, se as taxas de 6%, vigentes antes de 79, tivessem continuado a serem adotadas.


Fonte: Radioagência NP – www.radioagencianp.com.br

Assembleia Popular constrói projeto alternativo para o Brasil

Criada em 2005, a Assembleia Popular nasceu como uma articulação de diferentes sujeitos políticos e sociais. Um dos principais objetivos da AP, como é chamada, é definir uma agenda da lutas comum aos diversos movimentos e organizações que lutam por direitos e transformações estruturais no Brasil, além da formulação de um programa de implantação dessas mudanças intitulado Projeto Popular para o Brasil.

A primeira atividade realizada pela AP reuniu 8 mil representantes de organizações, entidades e movimentos de todo o país em Brasília, em outubro de 2005. A 1ª Assembleia Popular Nacional foi construída no bojo das articulações locais e dos mutirões criados a partir de duas campanhas populares massivas, a Campanha contra a dívida interna e externa e a Campanha contra a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) e da 4ª Semana Social Brasileira, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

O processo da 1ª Assembleia Popular Nacional culminou com a publicação de um livro, “O Brasil que Queremos” (disponível em www.jubileubrasil.org.br/assembleia-popular), que traz uma síntese dos debates e consensos criados em torno de temas imprescindíveis para uma transformação da realidade brasileira. Assim, o documento debate e propõe ações no campo da política econômica, reforma agrária, proteção ao meio ambiente, direitos humanos, soberania alimentar e energética, emprego, educação, saúde, gênero, diversidade sexual, questão indígena, entre outros.

Após a realização do encontro nacional, a articulação da AP voltou a ser construída em nível local, municipal e estadual, a partir de comitês que reúnem representantes de movimentos sociais, organizações de bairro, paróquias, entidades de trabalhadores etc. A idéia é que o processo de participação popular seja fomentado a partir do levantamento das necessidades locais de bairros, vizinhanças, distritos até chegar aos grandes nós que impedem que o Brasil seja uma nação para todos/as que aqui vivem. Seguindo esta lógica, o Projeto Popular passou e passará por debates e novas formulações em diversas instâncias, e após a sistematização das novas contribuições será apresentado durante a 2ª Assembleia Popular Nacional, que acontece de 25 a 28 de maio de 2010, em Brasília.


Fonte: ABONG (Associação Brasileira de ONGs): www.abong.org.br

Desafios para 2010

Assim como a maioria dos movimentos e organizações que a compõem, a Assembleia Popular enfrenta dificuldades de mobilização, principalmente por conta da conjuntura desfavorável à aglutinação de forças populares que se recusam a adotar a postura simplista de ser situação ou oposição ao governo.

Ricardo Gebrim, advogado e dirigente da Consulta Popular e representante desta na AP, reconhece os desafios impostos para um movimento que se propõe a ser massivo diante da realidade atual, mas enxerga alguns aspectos promissores para a luta. Segundo Gebrim “prosseguimos enfrentando uma conjuntura política bem adversa para a classe trabalhadora, embora as perspectivas para o futuro apontem alguns sinais promissores. Aprofundou-se o quadro de fragmentação e rearranjo das forças populares, cresceram as ações de criminalização dos movimentos sociais e manteve-se o cenário de descenso da luta de massas, iniciado na década de 90. Porém, também retomou-se o debate estratégico e ideológico no âmbito da esquerda, multiplicaram-se as iniciativas de formação política e conformou-se uma nova geração de lutadores populares”.

Para Gebrim, o grande avanço das forças sociais desde a realização da 1ª Assembleia Popular Nacional, que concretizou a AP como espaço de articulação e processo de mobilização permanente foi a independência dos movimentos em relação aos governos e a agenda eleitoral. Para ele: “a principal alteração na análise de conjuntura dos movimentos nestes anos é que aprendemos a não nos pautar pelo governo, rompendo a lógica de governistas ou oposicionistas e concentrando-se na construção de lutas independentes, que unifiquem as forças populares”.

Ainda sobre os desafios colocados para a mobilização social, Gebrim afirma que a AP se fortaleceu ao enfrentar as dificuldades impostas pelo momento. “Em conjunturas adversas, a sobrevivência já é uma importante conquista. Apesar de todas as dificuldades, a Assembleia Popular fortaleceu-se neste período, mantendo-se em funcionamento e permanente participação nas lutas. Sem dúvida as adversidades da conjuntura enfraqueceram a capacidade de mobilização, mas não inibiram a formação de novos lutadores populares e a própria ampliação organizativa da AP”, afirma.

A ABONG, Associação Brasileira de ONGs, é uma das organizações que acompanha e participa dos processos de articulação que envolvem a Assembleia Popular. José Antonio Moroni, integrante da diretoria executiva colegiada da ABONG, participa das discussões e formulações da AP pela associação. Segundo ele, “além do desafio imposto pela conjuntura lembrado por Gebrim, a Assembleia Popular é um processo em permanente construção, inclusive da sua identidade política. Ela abriga concepções diferenciadas sobre seu significado, tanto a que defende que a AP seja um espaço de articulação de movimentos e de lutas como a que coloca que, além de articulação, ela deve ser um espaço de construção política com um projeto popular para o Brasil. Este novo sujeito deve ser e encarnação dos valores e princípios que a AP defende. Além disso, existe a necessidade de definição do funcionamento das instâncias da AP, que ainda se organiza de maneira fluida”. Para Moroni, esses são os dois desafios que a Assembleia Popular deve enfrentar no próximo período.


Fonte: ABONG (Associação Brasileira de ONGs): www.abong.org.br

Perspectivas para 2010

Atualmente, a AP centra suas forças nos debates em torno do Projeto Popular e na sistematização das contribuições que darão base às discussões da 2ª Assembleia Nacional e aprofundarão a proposta do Projeto Popular para o Brasil.

A atividade contará com a participação de representantes estaduais, definidos a partir da realização de plenárias, e reunirá em torno de 3 mil pessoas. Segundo Gebrim, “a 2ª Assembleia não será tão massiva quanto a primeira, mas refletirá os ganhos do processo organizativo acumulado nestes quatro anos”. Para ele, “a Assembleia Popular surgiu e se constrói em torno da proposta de um Projeto Popular para o Brasil. Esta é a sua meta síntese, que empolgou os debates da 1ª Assembleia em 2005 e envolveu milhares de lutadores em todo o país na construção democrática do documento “O Brasil que Queremos”, onde cada movimento e luta popular se sente identificado. A perspectiva apontada para a 2ª Assembleia é a de aprofundar este processo”.

Além da realização da Assembleia Nacional, o conjunto da AP se engajará na construção de um plebiscito popular sobre o limite da propriedade rural, previsto para acontecer em setembro de 2010.


Fonte: ABONG (Associação Brasileira de ONGs): www.abong.org.br