1º Encontro Estadual de Mulheres do Campo e da Cidade

“Mulheres do Campo e da Cidade, construindo uma nova sociedade!” eram as palavras que gritavam as cerca de 200 mulheres de diversas organizações e movimentos sociais da Paraíba reunidas de 27 a 30 de novembro, em João Pessoa/PB.

Mulheres do MAB, MST, Assembleia Popular, Marcha Mundial das Mulheres, ASA/PB, CPT, Sindicato das Trabalhadoras Domésticas, ONGs feministas, e Sindicalistas Rurais dentre outros grupos e instituições participaram do 1º Encontro Estadual de Mulheres do Campo e da Cidade. Na programação, debates sobre a conjuntura atual e a vida das mulheres, violência doméstica, a mulher e o mundo do trabalho, e a auto-organização das mulheres.

“O Encontro foi um espaço de articulação entre as mulheres seja de movimentos mistos ou específico de mulheres, com o intuito de promover formação política e feminista, além de ter sido também momento de fazer luta e denunciar o aumento da violência contra a mulher na Paraíba”, explica Elaine Bezerra da coordenação do Encontro.

Na segunda-feira (30) as mulheres fizeram uma marcha pelo centro de João Pessoa, com o tema: “Luta das Mulheres Contra a Violência Doméstica e a Violência do Capitalismo”. As mulheres percorreram aproximadamente 2 quilômetros, na marcha cerca de 200 mulheres e 40 crianças. Nos punhos, lenços vermelhos e lilás, nas mãos bandeiras de todas as cores, latas e tambores puxavam o ritmo dos passos, faixas diziam o motivo do protesto, e as músicas e palavras de ordem animavam e informavam o sentido da luta.

Na frente da ASPLAN (Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba), as mulheres protestaram contra o agronegócio e a monocultura da cana, “Somos contra o agronegócio, que só concentra terra, envenena o solo e explora nosso povo. Defendemos a soberania alimentar, a agricultura camponesa diversificada e agroecológica” falava Elza da Comissão Pastoral da Terra, de cima do carro de som no momento da manifestação.

No Tribunal de Justiça, as Mulheres jogaram bolas de tinta vermelha nas paredes do prédio. “Exigimos a punição dos assassinos de mulheres. Só esse ano já foram 43 mulheres assassinadas na Paraíba e mais de 23 tentativas de assassinatos e que a Lei Maria da Penha seja aplicada contra os agressores de mulheres”, era o que dizia Socorro, da Marcha Mundial das Mulheres, no momento do protesto no Tribunal de Justiça.

O Encerramento foi na Lagoa, no coração da cidade, as mulheres fizeram uma grande ciranda. “Essa caminhada foi bonita demais”, dizia dona Maria do MST, “no encontro eu conheci muitas mulheres que como eu já sofreram muito nessa vida, e só a luta, né?, pra mudar”, completou ela.

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