E o nosso estilo de vida? - A "Pedagogia do Exemplo"

De minha parte, também saúdo (...) a você e demais camaradas, trazendo a todos/todas e cada um, cada uma, a expressão de minha solidariedade, na renovação de nossos compromissos com os processos de luta de libertação da Classe das e dos que vivem do Trabalho.

Por mais degradada que se ache o atual quadro sócio-histórico - ou justamente por isso mesmo -, aumenta nossa responsabilidade (pessoal e coletiva) de buscar formas organizativas e mobilizadoras das classes populares, capazes de exitoso enfrentamento dos desafios que nos são colocados.

Aqui e agora, restrinjo-me a destacar apenas um deles. Refiro-me à nossa tarefa histórica de contribuir efetivamente com essa causa, por meio de nosso estilo de vida. Quantas coisas estão ao nosso alcance, nesse plano, e comodamente vamos adiando, indefinidamente. Coisas simples do dia-a-dia. Destaquemos algumas, a título de ilustração didática.

Uma participação mais efetiva nos trabalhos caseiros, por exemplo. Uma disposição mais expressiva de exigir uma distribuição mais equitativa das atividades que a todos interessam e das quais todos somos chamados a participar, de algum modo.

Uma vigilância mais intensa de nossa parte em relação aos apelos consumistas que afetam até os segmentos economicamente mais afetados. A velha tentação de nos dizermos comunistas e engolirmos os métodos e procedimentos característicos da lógica do Mercado... E por vezes, até tentando nos autojustificar, sob o pretexto de que, vivendo numa sociedade capitalista, temos que nos comportar conforme mandam as regras... Bem sabemos que é preciso saber conviver com a modelo capitalista, mas unicamente por meio do combate, e não da reprodução de seus valores.

Outro exemplo candente tem a ver com nosso apego a cargos e funções, chegando a exercê-los como se fossem propriedade nossa. Às vezes, até uma função tão simples, mas desde que implique alguma carga de poder... aí a coisa pega! O antídoto para isso é assumirmos para valer o rodízio de cargos e funções. Quem hoje exerce função de coordenação, amanhã deve estar pronto a retornar ao trabalho de e junto com as bases.

Como se percebe, são coisas miúdas, quase risíveis, não fosse o fato de que cada uma delas contém semente do macro que desejamos transformar. Se não somos capazes de nos transformar a partir de coisas miúdas, quem vai acreditar em nós na realização das "grandes coisas"? Também a esse propósito, vale a pena rememorarmos exemplos de figuras revolucionárias de ontem e de hoje: como se comportavam nessas coisas miudinhas?

Um grande abraço militante,

Alder Júlio Ferreira Calado.

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