-Atingidos pela barragem de Acauã mantém acampamento em fazenda



Cerca de 120 famílias atingidas pela barragem de Acauã estão acampadas desde segunda-feira (04/05), na Fazenda Mascadi, no município de Itatuba, na Paraíba. Eles reivindicam reassentamento adequado para a produção, pois o local para onde foram colocados depois do enchimento do lado é de péssima qualidade.

A barragem de Acauã é considerada uma tragédia e tem os piores casos de violação dos direitos humanos. Em 2002, depois que as famílias praticamente foram expulsas pela água, elas foram transferidas para “agrovilas”, que de agro não têm nada. São, na verdade, conjuntos habitacionais isolados, situados em áreas desérticas, e desprovidos das mais elementares condições de vida, onde faltam serviços públicos e, principalmente, meios de os moradores retornarem suas atividades produtivas e de subsistência. O Movimento dos Atingidos por Barragens vem denunciando essa situação e de acordo com Osvaldo Bernardo da Silva, coordenador do Movimento no estado, as famílias não podem mais sequer plantar, passando a depender de cestas básicas para sobreviver. “Os únicos meios que as famílias têm para se manterem foram conseguidos através de muita luta. Depois de várias mobilizações e audiências com o governo foi que o MAB conseguiu cestas básicas e cisternas para as famílias. Desta vez queremos a terra para nós mesmos plantar nossa comida”.


O Ministério Público Federal da Paraíba entrou com uma ação civil pública contra o estado e a União por não ter disponibilizado os meios de vida que os moradores possuíam antes da barragem. “A situação de milhares de pessoas lançadas ao desamparo de conjuntos habitacionais situados no meio do nada, impossibilitando a seus habitantes o exercício de qualquer atividade produtiva reclama, urgentemente, a adoção de medidas que venham a suprir as carências mais elementares (alimentação, escola, creche, saúde pública, infra-estrutura, transporte público, lazer, segurança pública) da população deslocada, até que se cumpra a obrigação governamental de lhes conferir uma convivência sustentável em seus novos lares”, argumenta o Ministério Público.


No último dia 9 de março, centenas de pessoas protestaram em frente ao palácio do governador para cobrar urgência nas medidas para solucionar os problemas sociais e ambientais da região. Durante o ato, receberam a promessa de que nos dias seguintes receberiam a confirmação de data para uma reunião, no entanto este retorno não foi dado.


Fonte: Movimento dos Atingidos por Barragens - www.mabnacional.org.br

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