ASSEMBLÉIA POPULAR CELEBRA DIA INTERNACIONAL DE LUTA DAS MULHERES


“Na Luta, Sem Medo de Ser Mulher!”. Esta foi a palavra de ordem no domingo, 08 de março, do Encontro da Assembléia Popular no Alto das Populares (Santa Rita/PB), no Dia Internacional de Luta das Mulheres. Danças, música, teatro, poesia, partilha de alimentos, mística e muito animação para o re-conhecimento das diversas experiências e celebrar a vida e a luta das mulheres, na construção de um Projeto Popular para o Brasil e uma nova sociedade.

Participaram, as/os moradoras/es do Conjunto Nova Esperança, Tibiri I e II, Paulo VI, Jardim Planalto, Vidal de Negreiros, Santa Cruz e da Rua da Jaqueira e Chatuba; além das mulheres e homens das Comunidades Eclesiais de Base, da Comunidade Popular, da União da Juventude Popular, do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Calçados e do Movimento Nacional de Direitos Humanos; Enfim, 100 lutadoras e lutadores do Povo em Santa Rita-PB.

Na mística de abertura, foram trazidas as diversas lutas das mulheres trabalhadoras: contra a violência urbana, agro-hidro-negócio, discriminação, racismo, opressão de classe e gênero e criminalização aos movimentos sociais. A favor da vida, justiça, igualdade, soberania nacional, popular, energética e alimentar. As jovens da UJP, representando diversos setores populares (camponesa, indígena, operária), dançaram animando a abertura da noite. “Agora chegou a vez, vou cantar, mulher brasileira em primeiro lugar”.

Logo após a acolhida às/aos participantes, a companheira Geziane e o companheiro Tiago apresentaram a programação, em seguida a companheira Nina fez uso da fala para ressaltar o grande trabalho das mulheres, na família, na igreja e na sociedade. “Olê Mariê, olê Mariá, mulher sai dessa cozinha, vem ocupar teu lugar”, foi o refrão que intercalou cada depoimento. Depois se iniciou a atividade do “Teatro da Oprimida”, tratando da questão da violência doméstica contra a mulher. Foi emocionante ver as mulheres e os homens intervindo, atuando e transformando uma vivência teatral em reflexão para mudanças estruturais visando “mudar a Vida das Mulheres para mudar o mundo e mudar o mundo para mudar a Vida das Mulheres”.

O companheiro Zé Wagner, membro do Movimento Nacional de Direitos Humanos, com sua voz e seu violão, ajudou as pessoas a refletirem sobre a situação das relações humanas, sociais, políticas e ambientais na realidade atual. Logo após, a companheira Neide deu seu depoimento, em nome das mulheres operárias, e contou a opressão na qual essas mulheres vivem com a exploração do seu trabalho e o desrespeito a seus direitos humanos. Outro depoimento foi o de Francisca, que relatou o trabalho das mulheres na questão da saúde preventiva, da sabedoria popular e nos grupos de produção coletiva. A seguir a companheira Domitila partilhou o trabalho realizado pela União da Juventude Popular, como também do excelente Jornal Voz das Comunidades. Então, todas e todos assistiram a um vídeo com o título do tema da noite: “Na Luta, Sem Medo de ser Mulher”, onde se podiam ver fotos de diversas mulheres lutadoras do povo, mártires, conhecidas ou anônimas, de Santa Rita, da Paraíba e do Brasil. E seguiu-se com o depoimento da companheira Cleonice, que relatou as dificuldades e a resistência das mulheres trabalhadoras sem teto, em relação com o marido, com os filhos/as e com o trabalho de auto-sustentação.

Depois de tantos depoimentos, muitos bastante emocionantes e animadores, todas e todos se juntaram para cantar e dançar a “Ciranda das Margaridas”: “Ê Margarida, Margarida ê, tua vida corajosa nos ensina a viver” e “essa ciranda quem me deu foi Lia, que mora na Ilha de Itamaracá”. Depois disso, partilharam pipoca, biscoitos e café, num gesto fraterno de alimentar o sonho, na celebração da vida e na luta pela construção de um Projeto Popular para o Brasil, rumando a nova sociedade, o “outro mundo possível”.

Enfim, essa foi mais uma atividade da Assembléia Popular no Alto das Populares, Santa Rita/PB, na certeza de que a força da transformação está na organização popular, na luta das trabalhadoras e trabalhadores, engrossando o mutirão por um Novo Brasil.


Texto: Elson Matias

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