MST OCUPA TERRA NAS VÁRZEAS DE SOUZA E DENUNCIA MODELO AGRÍCOLA

Cento e cinquenta famílias do MST ocuparam e montaram acampamento em área das Várzeas de Sousa, na madrugada desta segunda-feira (9). As famílias Sem Terra denunciam a forma que está sendo conduzido esse projeto do governo de irrigação das terras sertanejas de Souza, localizada a 430 km de João Pessoa.

As várzeas de Sousa é um perímetro de irrigação no qual o governo investiu mais de 200 milhões. Esse projeto que deveria ser destinado aos pequenos agricultores da região, está se mostrando mais um projeto ligado as grandes empresas a que o estado oferece varias concessões.

A área ocupada pelo Sem terra é um lote de 1000 hectares pertencente ao Governo do Estado da Paraíba, mas que já vem sendo almejado pelo Grupo Santana, a fim de expandir sua produção na região.

Dos 5 mil hectares das terras destinadas ao projeto, 20% foi adquirida por licitação pelo Grupo Santana Sementes, empresa produtora de grãos destinados à exportação. Essa empresa além de usar agrotóxicos(venenos) pulverizado por avião, gerou grande desmatamento na área para o preparo da terra a plantação de algodão, girassol e milho, todos destinados à exportação.

A sua matriz se localiza no Rio Grande do Norte e possui varias filiais espalhadas pelos estados brasileiros. Já foram feitas varias denuncias de irregularidade da forma que foi feita à licitação que teve como vencedor esse grupo, num projeto com mais 200 milhões investidos pelo governo (parte federal e parte estadual), aproximadamente 40 mil de investimento por hectare de terra, demostra favorecimento político quando cada hectare foi vendido ao Grupo Santana por 1.500 reais. Além de destruidora do meio ambiente e não produzir alimentos para o mercado interno, essa empresa não gera empregos na região, visto o grande numero de maquinário usado na sua produção. Querem apenas lucro, e não se importa com a situação do meio ambiente e com a vida dos trabalhadores. Esse é o projeto de agricultura que está se espalhando nas áreas irrigadas das Várzeas de Sousa.

Essa concentração de terra, com uma não produção de alimentos para o mercado interno, já se evidencia na crise que vem ocorrendo quanto ao abastecimento de alimentos na mesa da classe trabalhadora brasileira.

O agronegocio não tem interesse em produzir feijão, arroz, macaxeira (alimentos básicos), ou seja, não geram uma segurança alimentar para a população brasileira. Dando prioridade a exportação de monoculturas plantadas em grandes propriedades e com uso de agrotóxicos, gera uma elevação do preço dos alimentos, pois a maior parte das terras agricultáveis está nas mãos do agro negocio exportador.

Há dois projetos para o campo brasileiro, o agronegócio e a agricultura camponesa, o primeiro defendido pelo governo que fornece grandes investimentos já mostrou que não gera distribuição de renda, destrói o meio ambiente com o uso de venenos que polui a terra, atmosfera e água dos lençóis freáticos e dos rios, além de não produzir alimentos para a mesa do trabalhador,pois tem a produção destinada a exportação.

Já o modelo agrícola baseado na agricultura camponesa e na reforma agrária, produz alimentos pois produz para o mercado interno, gera emprego, respeita o meio ambiente usando técnicas de produção agroecologicas, além de gerar desenvolvimento para o campo brasileiro, esse sim é o projeto defendido pelas famílias Sem Terra para ser aplicado nas Várzeas de Souza.



Fonte: http://www.mst.org.br

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