JORNAL BRASIL DE FATO: 5 ANOS DE RESISTÊNCIA!!!

Publicação comemora aniversário

em ato com mais de mil pessoas em São Paulo

Publicação comemora aniversário em ato com mais de mil pessoas em São Paulo

22/04/2008

Da redação

Cerca de mil pessoas, entre representantes de movimentos sociais, organizações não governamentais, políticos, estudantes e militantes estiveram presentes no ato político cultural em comemoração aos cinco anos do jornal Brasil de Fato. O evento, que teve falas, apresentações musicais, homenagens foi realizado no teatro Tuca, na Pontifícia Universidade Católica (PUC), São Paulo, dia 17 de abril.

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Durante a abertura do ato, o editor-chefe do periódico, Nilton Viana, lembrou que o jornal passou por diversas dificuldades ao longo de seus cinco anos de vida: “Nesse país é difícil manter uma imprensa livre e comprometida com a luta dos povos. Mas nós resistimos e isso é motivo de muito orgulho. Esses cinco anos representam uma vitória para a classe trabalhadora”, afirmou. Viana ressaltou a importância de se comemorar o aniversário do jornal no Tuca, “um espaço símbolo de resistência durante os anos de chumbo da ditadura”, e por fim pediu “longa vida ao Brasil de Fato”.

Informar e formar

Um dos participantes que defendeu a importância do jornal foi o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) que lembrou do papel que os jornais alternativos cumpriram durante as décadas de 60, 70 e 80. “Naquela época vivíamos uma ditadura militar. Hoje vivemos a ditadura da informação, do pensamento único, da hegemonia”, explicou. “Por isso, todos os movimentos sociais deveriam fazer um tributo ao jornal por informar, formar, tratar de países que estão se levantando, que tem governos populares e democráticos de verdade”, frisou.

O jornalista Alípio Freire, representante do Conselho Editorial do Brasil de Fato, destacou a relevância da publicação, “mesmo num país onde se lê pouco. O jornal serve como um instrumento de organização”. Para ele, “somos pequenos, mas temos força e representatividade, que não é assumida publicamente pelos nossos opositores”, ressaltou. Para João Pedro Stedile, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do conselho editorial do jornal, o Brasil de Fato “cumpre o papel de ajudar na reflexão das mazelas da sociedade, que é muito mal retratada nos meios de comunicação da burguesia”. Em sua fala, Alípio também defendeu um controle maior em relação à distribuição das verbas publicitárias do governo para comunicação, “pois a grande mídia se apropria de todas”.


Homenagens

Uma das homenagens feitas durante o evento foi aos fotógrafos colaboradores, que ajudaram a construir a publicação, e uma menção especial foi feita a Flávio Cannalonga, que faleceu em fevereiro de 2007. Também foi homenageado o jornalista Sérgio de Souza, fundador e editor chefe da Revista Caros Amigos. Souza faleceu em março. José Arbex Jr, editor da revista Caros Amigos e professor de jornalismo da PUC, afirmou se orgulhar de ter sido editor do periódico. “Nós criamos o Brasil de Fato para se contrapor à canalha patronal que impera na grande imprensa”. Arbex citou o tratamento dado pela imprensa à morte da menina Isabela. “Essa tragédia ocupa o noticiário todos os dias. Fala-se só disso para não se falar de coisas como a crise do capitalismo, as reservas de petróleo brasileiras sendo entregues à Repsol e casos de países onde os povos originários estão tomando seu destino em suas mãos”, criticou.

Personalidades que não puderam estar presentes ao evento mandaram cartas de saudação parabenizando o aniversário da publicação. Entre eles Emir Sader, Carlos Porto Gonçalves, Frei Betto, Osvaldo Coggiola, Plínio de Arruda Sampaio, José Luis Fiori, Fábio Konder Comparato, Dom Pedro Casaldáliga, Dom Demétrio Valentini.


Vontade política

Frei David, representante do Educafro, colocou como desafio ao Brasil de Fato que faça “ampliar a voz de quem vem dos quilombos e denunciar a falsa libertação dos escravos”, e Nalu Faria, da Marcha Mundial das Mulheres lembrou que o jornal só existe por conta de “uma vontade política por parte dos que resistem ao neoliberalismo e ao fim da história. Temos que continuar militando nessa causa insistentemente”, defendeu.

Uma das grandes características do jornal, apontou o jornalista Vito Gianotti, coordenador do Núcleo Piratininga de Comunicação, é ser plural. “Essa é sua grande característica junto com servir à militância, àqueles que querem mudar a sociedade”, assinalou.

Em seu depoimento, o geógrafo e professor da Universidade de São Paulo, Ariovaldo Umbelino, disse que assim como se luta contra o “latifúndio da informação” há a luta contra o “latifúndio do saber”, e, o “jornal é um espaço onde quem luta contra o latifúndio da pesquisa”. De acordo com ele, o periódico tem lugar para todos aqueles que lutam contra injustiças. “E aproveito para convidar todos que estão aqui a voltarem em cinco anos para comemorarmos 10 anos de vida”. O chargista Carlos Latuff completou: “Que ele continue por mais cinco, dez, quinze, vinte anos”. O semanário Brasil de Fato foi lançado durante o Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, em 2003.


Fonte: www.brasildefato.com.br


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